Plumas e Pelos • Husk X Angel Dust

7

    O estrondo se formou devido a porta sendo aberta com agressividade, revelando Husk numa feição brava que dava para se notar de longe.

Valentino, automaticamente olhou para trás, sem conseguir atirar antes, Angel aproveitou o momento para o desferir um soco na cara que rachou seus óculos, que chegaram ao chão. Foi uma ótima brecha para Angel sair de baixo dele e correr para fora, junto de Husk, que abrirá as assas.

— O que ele está fazendo aqui?! — Puto, o felino questionou, Angel parando de correr, e recuperando fôlego. — Vem, segure minha mão. Iremos sair daqui voando. — Saiu do chão, estendo a mão para o amado... Quando um sorriso o habita. Isso lá era momento?

— Você está muito bonito. — Surpreendentemente saiu de sua boca, como um confessar. Husk, por mais que ambos estivessem em um momento sério, um sorriso junto de um rubor nasceu em sua face, junto de pupilas mais cheias como um gato amoroso.

— Não chego nem aos seus pés. — Refutou, recebendo um sorriso enorme do próximo. — Rápido, vamos!

  Angel voltou a realidade, tomando noção do perigo que estava com eles. Quando ergueu uma das mãos, prestes a segurar, dois disparos são ouvidos, estes que acertaram em cheio as assas do barman, o fazendo cair sobre Angel enquanto gemia de dor. As balas eram grosas, e fizeram surgir dois buracos medianos nelas, o que tornava a dor mais intensa. No fim do corredor apresentava-se o ex-patrão de Angel, segurando a arma que ficou quente dos disparos.

  Em um olhar de medo e desorientação, Angel apenas agarrou o amado e saiu correndo com ele, ouvindo a arma sendo carregada, e antes que ele atirasse Dust conseguiu ir para trás de uma das estatuetas do hotel. O tiro passou de raspão, rasgando a camisa chique de Angel e formando uma ferida, dando um grunhido de dor intensa.

— Aquele merda! — Husk agarrou forte o braço do outro, enquanto rangia os dentes. — Temos que pensar em algo para mata-lo...

— Tá! Er... Hum.. tem um Aerossol aí?

— Angel!

— Tá, tá. Entendi... Mas é que eu deixei minha arma no quarto!

Valentino se aproxima, atirando de novo, e as duas vítimas se encostam mais na parede.

— Tenho um plano... Vou pegar um atalho para chegar ao corredor que fica depois do de Val. — Explicou, enquanto pensava numa solução para Husk.... Pensamentos esses interrompidos pelo mesmo chamando sua atenção.

— Pode ir. Eu sei o que fazer para distrai-lo. — Mirou em um vaso de planta com lavandas. — Confie em mim. Cuidado, por favor. — Dust com rapidez se levantou, e foi o mais rápido possível até o atalho, antes que alguma bala o atingisse. Val correu atrás, mas foi impedido quando levou um vaso na cara, e pior... De lavandas!

  Uma flor que causava ameaça para as mariposas, e fez Valentino se contorcer no chão, e arma caiu de suas mãos. Sem hesitar o felino a pegou, mirou em Val e errou o tiro quando atirou em seu chapéu.

— O aviso tá dado. Ou você sai agora ou eu te pipoco! — Óbvio que Husk, quando Val se virasse para fugir, iria atirar nele sem dó nenhuma.

— Tá bom! Tá bom! Eu saio! — Implorou por misericórdia mesmo jogado ao chão. Se levantou, fingindo tremeliques. E virou para sair às pressas.

  No mesmo sentido Husk mirou, apertou o gatilho e... Apenas os estralos saíram pois as balas acabaram.

  Enquanto Val, tirava a outra pistola do casaco, pensando o tão tolo era o alheio. Quando virou, foi surpreendido por quatro braços o agarrando por trás, e penetrando uma faca por trás de suas costas. A dor perfurante o fez gritar tão alto quanto estava profundo aquela faca.

  Husk sentiu o coração disparar com a cena de seu amado, suspirando com um pouco de alívio pela jogada de mestre bem a tempo... Tão pouco alívio não durou nem um segundo ou dois quando o barulho agudo ecoou de novo. Fez o felino piscar, sentindo o perfurar, olhou abaixo e somente viu o líquido vermelho sair do lado direito da sua barriga. Engasgou-se, pôs a mão na ferida, e sua última visão foi seu amado correndo para o salvar.... Ou era o que ele pensou que viu.

Antes mesmo de o alcançar, ele foi agarrado por Val, e lançado na janela junto com o mesmo. A pressão foi intensa, tanto que as vidraças se quebraram e ambos começaram a cair.

— Eu não vou morrer sozinho! Angel Dust! — Valentino gritou, no fundo o som do vento que ambos sentiam batendo na pele, junto do sangue da mariposa que caia de sua boca e do peito.

— Ah! Você vai! Eu não vou morrer por sua causa! Eu... — O chão estava próximo, Angel agiu rápido de mudar as posições, ficando em cima do ex-patrão. Se colidisse a queda Angel seria salvo por cair em cima do corpo de Val.... Vitorioso, armou um sorriso ameaçador, sendo aquilo melhor que uma vingança. Não demorou para ambos caírem, finalmente.... Mas mais um som de tiro.

[...] — Já foi um dia sem ele. — Charlie cita, olhando o túmulo com a inicial V. — Fico feliz que ele foi embora, ele era... Horrível e escroto.

Vaggie pôs uma mão no ombro da loira, e apontou para o lado. E bem afastado da onde elas estavam se encontrava Husk, que deveria estar de repouso pelo ferimento. Rapidamente, elas foram até ele, Charlie foi a primeira a falar:

"Eu sinto muito, Husk."

Enquanto ele olhava o túmulo daquele que realmente amou...

  Ambos realmente caíram de uma altura consideravelmente homicida, mas antes que atingissem o chão, Angel levou um tiro no local do coração, o que levou a morte.

   A notícia fez Husk sentir muitas coisas...

"Culpa, raiva, tristeza, amargura e desprezo de tudo e todos."

Foram tantas, mais tantas emoções e sensações ruins que ele ficou sem expressão alguma depois de tanto chorar até o rosto inchar e os olhos ficarem dolorido.

"Nós sabemos como você se sente."

Diz Charlie.... Mas Husk...

"Não, vocês não sentem."

Parecia até que Husk queria que mundo não existisse mais e nem ele mesmo. Pois perdeu o seu perdedor favorito.

— Aonde eu estou... Ah? — Diz Angel, vendo Sera e Emily na sua frente, sentadas a sua larga mesa. Sera espantada, Emily feliz... E de grande surpresa, Sirpentiou ao lado, acenando com um sorriso enorme.