; decimo ;

84 12 4
                                    

; victoria p.o.v. ;
Grande noite iluminada nas ruas do bairro de Copacabana, eu teria acabado de sair do cinema com meu pai e teríamos nos despedido já que eu disse a ele que queria ir a orla tomar um sorvete em quanto ele voltava para o nosso apartamento onde, provavelmente, iria estudar algum texto de seus inúmeros scripts que ele teria que decorar.

Resolvi que sem avisar, eu iria passar no Copacabana Palace para ver o Patrick, e saber do seu dia, e o que ele teria feito para aproveitar essa grande cidade do Rio de Janeiro sem a minha bela companhia, já que não tínhamos conversado durante todo o dia, por motivos óbvios, achei que fosse uma boa ideia ir visita-lo.

Entro no grandioso hotel, e logo vou até a recepção cumprimentando os funcionários dali que teriam virado bons conhecidos meus, já que sempre que eu vinha pra algum evento aqui no C.P. eu não aguentava o aglomerado no grandioso salão de festas do hotel e saia pra cá, e acabava que ficava conversando com eles durante a noite, sobre os movimentos aqui.

"Ao que devemos tamanha honra, Srta Santoro?" uma das recepcionistas falaram com um sorriso animado presente em seus lábios, já que ela teria acabado de sair de uma conversa animada com suas companheiras de recepção.

"Vim ver o Relâmpago McQueen" falo e deixo uma risada nasal e involuntária fugir por meus lábios, ao falar o nome que o jovem jogador de futebol americano estava usando para se manter hospedado de forma 'anônima' naquele hotel.

"Vai precisar de uma chave?" a mulher pergunto enquanto mexia em seu computador, digitando algo lá rapidamente e com grande foco.

"Não" balanço a cabeça negando, enquanto apoiava meus braços na bancada gélida a minha frente.

"Pode subir, Srta Santoro! Suíte Presidencial, no último andar" a mais nova falou e me deu um sorriso carinhoso, e logo a agradeci por seus minutos tomados de trabalho e pela informação e logo sigo em direção ao elevador, cantando alguma música aleatória em meus pensamentos.

Entro no elevador e logo aperto o botãozinho do último andar, vou para o fundo dele e logo me encosto na parede, fechando meus olhos por alguns segundos enquanto o elevador tomava seu próprio tempo para me levar até o último andar do hotel, onde ficava os melhores e mais caros quartos.

Abro meus olhos ao escutar a vozinha no elevador falando que teríamos chegado no último andar do hotel, saio do elevador e logo faço meu caminho, calmamente pelos corredores, até o quarto em que Patrick estava hospedado, e logo pude ouvir a voz do homem cantarolando alguma música e barulhos de tiro que provavelmente vinha de sua TV, onde imagino que ele esteja jogando call of duty.

Dou algumas leves batidinhas na porta, e logo o barulho de tiro e sua cantoria pararam, poucos segundos depois a porta se abriu, revelando um Patrick Mahomes com uma carinha de sono, sem camisa, apenas com uma bermuda em seu corpo e seu cabelo um tanto bagunçado, caindo alguns fios sobre seus olhos.

"Bom dia, flor do dia! Caiu da cama?" solto uma risada baixa e sarcástica por meus lábios, observando o jogador da cabeça aos pés.

"Bom dia? Já são quase sete da noite, Victoria" o home falou e deixou uma risada confusa escapar por seus lábios.

"É modo de falar, Patrick" reviro meus olhos e cuidadosamente me encosto no batente da porta "Vim ver como você estava, e saber o que você fez durante esse dia sem minha bela companhia para te perturbar, mas percebo que deve nem ter saído do quarto hoje"

"E está certa, passei o dia dormindo" o jovem quarterback deu de ombros e logo se afastou um pouco, abrindo mais a porta, me dando espaço para entrar me seu quarto, que sinceramente parecia que tinha passado um tornado nele, de tão bagunçado que estava "Acabei de ver que foi ao cinema com um rapaz"

De longe pude sentir um pouco de ciúmes presente nas palavras do jogador, talvez pelo fato de ter postado uma foto, onde o braço de meu pai estava em volta da minha cintura e o seu rosto não aparecia.

"Ciúmes, Pat?" pergunto em um tom cheio de ironia e sarcasmo.

"Não posso ter ciúmes de algo que não é meu" o homem falou em um quase murmúrio, e respirou fundo dando de ombros.

"Como se você quisesse" dou de ombros e logo joguei umas peças de roupa do homem que estavam no sofá em algum outro canto do quarto para poder me sentar.

Patrick não respondeu e apenas se sentou do outro lado do sofá, não tocou em seu controle, nem muito menos tirou o seu jogo do pause, apenas ficou lá, sentado na outra ponta do mediano sofá, encarando algum ponto em especifico da parede, perdido em seus pensamentos. Talvez eu tenha sido um pouco seca em minhas palavras, ou tenha perdido meus cuidados com as mesmas, porém... foi a primeira coisa que me veio a mente, não tive autocontrole o bastante para poder segurar a língua e as palavras dentro de minha boca.

"Dez centavos para saber o que se passa ai dentro" falo tentando cortar o climão que teria sido criado em nossa volta, ou melhor... entre nós dois.

Patrick deixou um sorriso tristonho aparecer em seus lábios e apenas balançou a cabeça negando, enquanto lentamente deixava seus olhos caírem sobre mim, e pude ver que eles estavam carregados com decepção.

"Foi algo que eu falei?" pergunto, sentindo o coração acelerar dentro de meu peito.

"Victoria, se eu não quisesse, eu não teria saído de Kansas City para o Rio de Janeiro, só pra te ver! Eu não vim aqui pra conhecer o Cristo Redentor, ou ver o Flamengo jogando no Maracanã, nem muito menos passear no Pão de Açúcar! Eu vim para o Rio de Janeiro, porque eu não conseguia e continuo sem conseguir tirar você dos meus pensamentos! Eu vim porque eu não conseguia mais passar dois segundos sem te ver novamente" o jogador falou em um tom sério, enquanto seus olhos não saiam dos meus "Então não venha tirar conclusões e dizer se eu quero você ou não, porque se eu não quisesse, eu nem teria vindo!"

Patrick rapidamente se levantou de seu lugar e soltou um longo suspiro por seu lábios, como se um elefante tivesse sido retirado de suas costas com aquelas palavras, por outro lado lá eu estava, com meus olhos arregalados e meus lábios entreabertos, completamente surpresa com as palavras que eu teria acabado de escutar da parte do mais velho.

Como poderia ele fazer tamanha loucura? Apenas nos vimos uma vez, apenas nos encontramos uma vez, como ele tinha tamanha coragem de fazer isso? Eram tantas perguntas rodeando meus pensamentos, que nem percebi quando, involuntariamente, caminhei até onde o jogador estava, encostado em um dos batentes das portas que dava acesso ate a varanda de seu quarto, que dava uma ótima visão para a gigantesca piscina do hotel.

"Pat" sussurro e cuidadosamente toco o ombro do jogador, ficando atrás do mesmo "Pat, me desculpa" sussurro novamente, sentindo meu peito apertar ao ver o homem abaixar sua cabeça e suspirar profundamente.

"Eu não aguento mais ficar longe de você, princesa" o jogador falou ao virar em minha direção.

"Pat..."

"Victoria, por favor, seja somente minha"

inesperado; patrick mahomesOnde histórias criam vida. Descubra agora