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A temporada de chuvas, havia começado no Japão. O tempo carregado por nuvens acinzentados, e os pingos de chuva que não paravam, mesmo quando uma pequena feesta de raios solares aparecia. O clima mais frio e denso, era perfeito para pegar um resfriado ou até mesmo uma gripe forte.
— Vocês precisam entender, que não precisa ter pressa e aprendam no tempo de vocês — A voz do professor Mitsuya, ecoou na sala silenciosa, junto do barulho das máquinas de costura e o som das tesouras de corte. Mesmo suave, sua voz carregava uma autoridade inquestionável, que trazia certos arrepios em minha pele.
— Para dar início a essa aprendizagem o importante como princípio básico é não ter pressa. Atualmente essa não é uma tarefa fácil, pois tudo é feito na aceleração, A arte da costura requer que disponibilizemos nosso tempo e muita paciência, pois nem sempre conseguiremos a perfeição no início.
Mitsuya andava pela sala, com aquele cabelo mullet, uma roupa social preta que tinha como destaque uma gravata lilás em volta do pescoço, algumas joias simples, que incluíam um relógio, um brinco em uma das orelhas em forma de cruz em uma argola preta num tom fosco, e uma pulseirinha de prata em seu outro pulso.
Estava colocando a agulha no tecido, para dar início aos toques mais delicados, enquanto ouvia suas explicações calmas, sua voz mansa ao som da chuva lá fora.
Se fosse em outro momento, eu certamente estaria dormindo com essa combinação.
— Dedicar-se fazendo tudo com muita atenção e rigor querendo sempre fazer bem feito e cada vez melhor. Para as pessoas que não entendem nada de costura, a princípio pode parecer impossível realizar até o mais simples e básico da costura como pregar um botão ou fazer barras mais elaboradas em blusas e vestidos.
— Aii!¡ — sussurrei baixo, assim que acabei furando meu dedo com a agulha, bem no instante que ele passou na minha mesa. A região a qual furei fez um pequeno pingo de sangue, junto de uma leve ardência.
Mitsuya girou os calcanhares e me olhou, em seguida desceu seu olhar para o meu dedo, como se estivesse atento a tudo e a qualquer movimento de todos na sala. Ele se aproximou da minha mesa, e gentilmente segurou minha mão com a sua, me fazendo sentir o toque quente dela, além do perfume amadeirado com um toque de lavanda.
— Deixe-me ver.. — ele sussurrou, ao ver o pequeno furo no meu dedo.
— Acabei furando o dedo — sussurro ao te olhar — fui desastrada...desculpa professor
— Não precisa pedir desculpa, é normal na área da costura, acabar se furando as vezes — ele murmurou mantendo minha mão sobre a sua com cuidado e observação, examinando o pequeno furo feito pela agulha e depois ele olha em meus olhos.
— Vocês tá bem? Não sente nada?
— Eu estou bem...É só uma ardência — murmuro levando o dedo aos meus lábios e chupando o sangue, voltando a costurar.
Mitsuya, ficou um total de cinco segundos parado, em frente a minha mesa, e eu ergui meu olhar para ele, tentando buscar alguma cosia em seus olhos.
— tenho um kit de bandeides, vou pegar um para você — Ele diz e eu concordo, vendo ele se afastar até a mesa dele e pegar uma pequena caixa de bandeides em sua bolsa, depois voltando pra mim. Ele pessoalmente fez o curativo, me fazendo erguer uma sobrancelha e em seguida ele sorriu — esta tudo bem agora…Adella!
— Hm..obrigada professor — sorrio e volto para a costura, enquanto ele volta para a aula.
Mitsuya era um professor extremamente bonito, além de ser um dos maiores nomes do mundo da moda, toda a sua linha de roupas é extremamente bela e delicada, com a mais alta costura. Ele mesmo faz os desenhos, ele mesmo costura, por isso sua aula é tão procurada por vários aspirantes da moda, e isso torna a faculdade um pouco mais cara, mas vale muito apena.
Coloquei o tecido na máquina de costura, para os últimos ajustes, e novamente apenas esse som se fez presente na sala, e também o som das risadas forçadas de algumas alunas, que só estão na aula por causa do professor.
Nunca nem colocaram uma linha na agulha, mas comparecem todos os dias no mesmo horário, apenas para ver Mitsuya.
[…]
Ao término da aula, eu estava arrumando minhas coisas, observando a mesa do Mitsuya repleta das garotas que mencionei antes, ele parecia muito gentil em falar com todas, mas sempre havia um brilho em seu olhar que me fazia crer que ele detestava. Algo sombrio pairava sobre seus olhos, como se a qualquer momento ele fosse revirar eles e mostrar descontentamento em relação a cada uma das mulheres ali em volta da sua mesa.
Joguei minha bolsa em meu ombro e terminei de pegar algumas coisinhas que ficou na mesa, incluindo a caixinha de bandeides que ele havia trazido.
Me aproximei da sua mesa, e de forma imediata ele me olhou, me causando calafrios…esse sorriso gentil não me engana.
— Já está indo? — ele perguntou, fazendo um total de três cabeças virar na minha direção e me olhar de cima a baixo.
— tenho…trabalho agora — sorrio e entrego a caixinha de bandeides — obrigada.
— leve com você! — Mitsuya diz me fazendo ficar ainda mais intrigada — você acaba se furando com certa frequência, acha que eu não vejo? — ele sorriu de forma brincalhona
— Perdão, eu fico concentrada demais…as vezes — confesso colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha e Mitsuya da um leve aceno de cabeça.
— tenha um ótimo trabalho, e cuidado com a chuva — ele murmurou e eu concordei.
Girei os calcanhares pronta para sair dali, antes que aquelas garotas fossem decapitar minha cabeça, por simplesmente agradecer o professor.
Algumas mulheres me dão medo…
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Um capítulo por dia!
talymunhoz obrigada por encher minha cabeça com ideias.
Agradeçam a ela...mas vou deixar de ser boazinha, não irei postar mais que um por dia!
