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Cheguei alguns minutos atrasada por conta da chuva, mas meu chefe não se importou, afinal era por causa do trânsito e os cuidados com as pistas molhada. Eu trabalho de meio período numa papelaria famosa de Shibuya, o pagamento é ótimo, e eu consigo me sustentar e pagar a faculdade. Deixei minhas coisas num canto atrás do balcão, e comecei a limpar a loja cantarolando baixinho ao som da chuva que caia lá fora, parecia que não ia dar trégua nem mesmo um pouco.
Esse clima chuvoso era perfeito para ler ou assistir, e eu estava trabalhando. As vezes sentia falta das mordomias de ser uma adolescente sustentada pelos pais, essa geração não sabe o que está perdendo, por que enquanto estão dormindo em suas camas quentes, enquanto a mãe faz o almoço, eu estava trabalhando na chuva…no frio…sozinha!
Depois de terminar de limpar a loja, fiquei no caixa, fazendo a contabilidade do mês, e o pedido de novas encomendas das mercadorias que estavam faltando, afinal era o início do ano letivo, o que tinha de gente que era rato de papelaria não tava escrito.
— Olá gatinha, vem sempre aqui? — olhei para frente, vendo um homem estranho, estranho e familiar pois ele sempre aparecia com um grupo de amigos para me incomodar.
— Estava ótima, até você chegar Osanai! — digo voltando a escrever, ignorando ele.
— Adella, minha gatinha dos olhos azuis preciosos, sei que você sente minha falta amorzinho — Osanai apoiou os cotovelos no balcão, e eu suspirei.
— Estou trabalhando, e você deveria estar fazendo alguma coisa de útil — respondo, ao olhar para ele e para seu grupo.
— estou fazendo algo de útil — ele sorriu malicioso, e ergueu a mão para me tocar, mas eu acabei repelindo no mesmo instante com um tapa.
— não ouse me tocar! — respondo baixo e de forma ameaçadora e Osanai mudou sua expressão no mesmo instante.
— estou tentando ser gentil, mas já que não quer…irei te tratar igual eu trato as putas que quero foder! — Osanai colocou a mão em meu pescoço me puxando com força — não vou pedir permissão, simplesmente vou foder você, até que não aguente mais.
O sino da loja ecoou e Osanai se afastou, quando um cliente entrou pela porta, e para minha surpresa, esse Cliente era meu professor…Mitsuya!
Com ele estava duas crianças, que tinham os olhos brilhando ao entrar na papelaria e no momento seguinte, como se sentisse medo de Mitsuya, Osanai e seu grupo se foram.
— irmão…a gente pode? — uma das meninas diz
— podem!
Voltei minha atenção para o caderno, mas logo senti a aproximação de Mitsuya, ele afastou meu cabelo e olhou meu pescoço….já me dando a certeza que havia ficado marcado.
— Eu estava massageando — respondi, antes mesmo dele perguntar alguma coisa — eu sou extremamente fácil de ficar marcada, então qualquer movimento mais forte eu fico com marca.
— então você apertou seu próprio pescoço, deixando a marca dos dedos, como se tivesse sido segurado a força? — ele diz levantando a sobrancelha.
— Sim?
As meninas voltaram com todo o material escolar, elas eram tão educadas e meigas.
— Luna e Mana — Mitsuya diz — minhas irmãs.
— duas princesas lindas — sorrio para elas, vendo Mana ficar envergonhada.
Depois dele pagar pelos materiais, ele abriu a porta para as meninas saírem, e deu uma última olhada para mim que me fez arrepiar até a alma.
Aquele olhar não era nada gentil…parecia extremamente ameaçador.
