Estávamos comendo no camarim, eu e o Andy, antes do The New York Show Version Cancún (*agora na rua Augusta) porque o Elídio ainda não tinha chegado, mas tinha bastante tempo até ele chegar, e eu tô super de boa mexendo no meu celular quando só vejo um vulto sentando do meu lado, era o Elídio, ele entrou e eu nem vi, sentou do meu lado e não falou nada, e eu simplesmente fiquei olhando pra ele, e ele só olhava pra frente, foi quando o Andy percebeu que o Elídio tinha entrado no camarim e começou a falar:
- Elídio? Já chegou? - disse o Andy - Tá doente? Ainda vai demorar um pouco pra começar
- É, sei, mas não se preocupem, eu não vou me atrasar mais - disse o Elídio
- Por quê? - perguntou o Andy
- Porque agora não tenho motivos pra atrasar, a não ser que eu precise terminar algo do trabalho ou que eu esteja no médico
- Você tá falando da Safira? - o Andy perguntou e eu só tava observando a conversa deles e comendo
- Meio que isso, sim - disse o Elídio
- O que aconteceu? - perguntou o Andy
- É complicado, mas resumindo a gente não tá mais juntos, e ela foi pro Rio já, então foi isso
- Sinto muito cara, se quiser conversar - o Andy falou mas logo em seguida um cara da equipe abriu a porta e perguntou se algum de nós três poderia ir com ele resolver um negócio no bar, o Andy foi, e ficou só eu e o Elídio
E eu não consegui entender mesmo o que estava sentindo, eu devia estar triste, afinal o Elídio tinha acabado de terminar com uma garota gente boa, mas eu só conseguia ficar aliviado, cadê minha empatia? Ele é meu melhor amigo, tenho que estar do lado dele, meu melhor amigo.
- Ei, eu também estou aqui se quiser conversar viu - eu disse colocando minha mão no ombro dele por instinto e segundos depois me causando um frio na barriga
- Quer sair hoje? Depois do show? Pra qualquer lugar, quero espairecer - ele disse do nada
- Pode ser - eu disse
O Andy voltou, eu achava que o Elídio fosse convidar o Andy também pra sairmos mas ele não convidou, ficou calado a maior parte do tempo, mas era essa minha função, ser o reservado do grupo, quem diria.
(...)
Tínhamos terminado o show, foi bom, não foi um dos melhores mas foi bom, o Elídio continua meio pra baixo, e o Andy disse assim que terminamos que tinha um jantar com a Mari, eles dois são uns fofos, talvez por isso o Elídio não tenha convidado ele pois já sabia do jantar dele.
Tava pegando minhas coisas no camarim, o Andy já tinha ido, o Elídio entra e me chama pra irmos, pego minha mochila e saímos do camarim, fui em direção ao estacionamento pra pegar o carro dele né, aí ele grita:
- Pra onde você tá indo? - ele diz
- Pegar seu carro não?
- Vamos a pé - ele disse com aquele par de olhos brilhantes que mesmo com os postes de luz iluminando a rua, àqueles olhos iluminavam mais que qualquer poste.
Então fui pro lado dele e fomos caminhando no silêncio, de início. Estávamos andando e eu so conseguia observar nossos pés andando iguais, a nossa sincronia, era divertido pensar no nosso destino, em eu, o Elídio e o Andy termos nos encontrado e virado essa parceria toda, minha vida e meu trabalho, e eu amo dividir tudo isso com eles. A rua estava bem tranquila, na verdade já estava um pouco tarde pra gente andar na rua a pé, então perguntei:
- É perto? Porque já tá ficando esquisito andar essas horas na rua a pé né
- Já estamos chegando, é pertinho
- Quer conversar?
- Ela foi embora, foi pro Rio, afinal ela veio de lá e não era certeza que ela ia ficar aqui
- Mas vocês podiam continuar a distância, ela podia vir as vezes e você ir, as vezes temos trabalhos lá
- É que meio que não foi só isso. Ela disse que eu tava com ela mas que eu gostava de outra pessoa e que dava pra ver isso, aí ela disse que era melhor me deixar livre pra pensar e ter certeza dos meus sentimentos.
- Ela tá certa?
- Não sei - ele disse e me olhou no fundo dos meus olhos, tão profundo que eu achei que ia desmaiar ali mesmo - Mas vou tentar descobrir
Chegamos num barzinho, que tinha pouca gente, que tocava de tudo, até aí até que tava bom, nos sentamos perto do bar, o Elídio já foi pedindo uma cerveja e eu pedi um refri
- Você não vai dirigir né? - eu perguntei, porque ele ia beber né
- Não, vamos de carro de aplicativo pra casa, vou deixar o carro lá no Clube mesmo, depois eu busco - ele respondeu
Começamos bebendo e conversando sobre a época em que a gente saia quase todos os dias assim pra se divertir sem pensar no dia de amanhã, falamos de todas as merdas que tínhamos passado e eu estava rindo e ele também, e aquele sorriso dele, que mostrava todas suas linhas de expressões, que era perfeito, ele é imperfeitamente perfeito.
Depois de alguns minutos o Elídio já tinha tomado várias cervejas e um pouco bêbado, ele me chamou pra dançar, eu com muita resistência acabei aceitando, eu não tenho gingado, então começamos a dançar e ele me olhava querendo rir da minha total inabilidade com a dança, e fazia àquelas caretas que ele fazia quando estava com vergonha, e eu fiquei completamente encantado e eu acho que eu paralisei na pista porque o Elídio me puxou pelo braço pra mim dançar, do meu jeito, mas dançar.
Ficamos um tempo dançando, mas eu cansei, eu realmente não tenho o mesmo pique de antes, ele ficou um tempinho lá e depois voltou pro bar, e eu não conseguia parar de pensar nos seus olhos, nas suas caretas, nele.
Quando eu vi tava ficando tarde, já tínhamos matado a saudade de sairmos juntos, então chega, até porque eu queria que a gente saísse juntos pra ver se esclarecia alguma coisa na minha mente e parasse com essa confusão na minha cabeça, mas parece que só aumentou
Estava tentando chamar um carro de aplicativo mas todos cancelaram, eu me irritei logo e desisti, o Elídio tava quase dormindo no meu ombro de tanto esperar, ele parecia um anjinho nem parecia que tinha bebido litros, decidi chamar o Oswaldo, ainda bem que ele estava perto, então chegou em poucos minutos, eu e o Elídio entramos no carro e cumprimentamos o Oswaldo.
- Olá Elídio e Daniel - disse o Oswaldo - Pra casa de cada um?
- Eu vou pra minha casa - disse o Elídio
- Certeza que não quer ir pra minha? Pra eu te ajudar - eu perguntei
- Não precisa sério, eu ainda tô bem, dá pra eu me virar
O Oswaldo passou primeiro na casa do Elídio e deixou ele lá, antes dele sair do carro me olhou com àqueles olhos de novo, como se quem busca algo, alguma resposta, mas não tinha nenhuma pergunta, era como se nós estivéssemos no mesmo dilema, ou é coisa da minha cabeça, aí ele se despediu e saiu.
- Tá voltando a sair né Daniel - disse o Oswaldo
- Acho que tô seguindo o o conselho do senhor
- Fico feliz
Então chegamos na minha casa, paguei o táxi, mas antes de sair do carro o seu Oswaldo me chamou
- Ei, tá mais perto do que você imagina - ele disse
- O que?
- A sua grande aventura.
Fim do 7° capítulo
Tá cada vez mais perto de tudo acontecer e da história acabar, daqui a pouco eles vão entender tudo. Obrigada a todos que estão lendo essa maluquice. Até quarta!

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Provavelmente Improvável
Fanfiction"O Elídio sempre com suas caretas, por um instante me tirou um sorriso, também quem o Elídio não faz rir, ele sempre foi assim, essa é com certeza uma das suas melhores características"