all you had to do was stay - lovertation

2 - clean

POV: Lover

  Cheguei em casa correndo e me joguei na cama, cansada.

"Como caralhos isso foi acontecer?" Pensei.

  Só me lembro de ter bebido muito, por influência das minhas amigas enquanto jogava verdade ou desafio.

  "Só podia ter sido ideia da debut"

   A menina que quase me sequestrou, até que era bonita. Mas ela tem namorada. Que parece ser bem protetora, por sinal.

  Queria poder falar de novo com ela, e entender tudo isso melhor. Conhecer ela de verdade, e quem sabe até, sermos amigas.

  Mas não tenho nenhum tipo de contato com ela e mal me lembro o caminho de sua casa. Começo a me trocar pra tirar a roupa que usei na rua e vejo um pequeno papelzinho cair do bolso do meu short. Eu o pego no chão, curiosa.

  Ele tem escrito: "Rep" e um número de telefone, com uma carinha feliz do lado. A caligrafia é meio feinha e torta, mas impressionantemente legível.

  Termino de me trocar e vou correndo pegar o celular, pra adicionar o número e mandar uma mensagem. A foto é da mesma garota que vi mais cedo, fazendo um sinal de paz com os 2 dedos pra foto.

  Mando uma mensagem, dizendo:

Lover: Oii, então, é a Lover. a menina que você viu mais cedo. Queria saber como você tá

  Ela rapidamente consegue uma resposta.

Reputation: ah, oi! eu tô bem, e você? chegou bem em casa?

Lover: Cheguei sim, obrigada por perguntar. Tava pensando sobre a gente sair pra conversar ou algo assim

Reputation: Parece ótimo. Tá livre hoje às 19:00?

Lover: Estou sim!

Reputation: blz, te busco aí às 19:00 então. até depois *figurinha de futebol*

Lover: Até! 💕 *figurinha de gatinho*

  Passo a tarde escolhendo a roupa que vou usar, como se estivesse indo à um evento de gala. No fim, acabo com a mesma paleta de sempre: rosa e azul.

  Às 19:00, como combinado, ouço um carro buzinar na frente de minha casa.

  Aviso minha mãe que estou saindo e vou em direção a porta, vendo um grande carro preto, aparentemente caro também.

  Abro a porta e entro, vendo Reputation no banco do motorista e My Chemical Romance torando no som do carro.

POV: Reputation

  Vi Lover entrar no carro. Parecia adorável, como na última vez que a vi.

— Oi! Gostei da roupa.

— Obrigada! Gostei da sua também. Preto é realmente a sua cor, né?

— É, é sim. Gosto de me vestir da forma como me sinto.

— E isso é bom ou ruim?

— Na maioria das vezes é bom. - Ela ri.

— Pra onde vamos?

— Pensei em tomar um sorvete no shopping pra conversar. Topa?

— Claro que topo, amo sorvete.

— E quem não?

  Ela começa a dirigir para o shopping, igual a uma maluca desgovernada pela rua.

— Não acha que tá.. muito rápido?

— Não. Relaxa, eu dirijo bem.

— Tô vendo mesmo

  Em alguns minutos elas chegam no shopping e vão direto pra primeira sorveteria que encontram. Lover pede um milkshake de morango e Reputation pede sorvete de chocomenta.

  Ambas se sentam em uma mesinha e começam a comer enquanto conversam, aos risos.

— Então você tem uma banda!? - Diz Lover, impressionada.

— Tenho. É independente. Sou a guitarrista e Speak é a vocalista. Sempre escrevemos as músicas juntas, por isso acabamos nos aproximando mais e nos apaixonamos.

— Isso foi muito fofo.

— É, eu sei. Parece até coisa de filme.

— Você deve ser talentosa. Tenho certeza disso. - Ela dá uma risadinha — Tem sorvete no seu nariz.

— Tem? - ela tenta tirar e não consegue.

— Aqui - Lover se aproxima e limpa com um papelzinho, fazendo Reputation corar e fazer contato visual por alguns segundos.

  Ambas continuam rindo e conversando, até que acabam de tomar o sorvete. Quando elas vão pagar, Reputation nem deixa Lover se mexer. Ela tenta pagar, mas a mesma insistiu em pagar pra ela.

  Elas vão andando e se sentam na praça de alimentação. Reputation tira uma carteira de cigarros do bolso e acende um. Ela dá uma tragada e pergunta:

— Quer um?

— Não, obrigada. Não fumo.

— Certo. Se te incomodar me avisa.

— Não tá não, mas obrigada por se preocupar - ela sorri, sentindo um certo nervosismo no olhar de Reputation, aos poucos se apagando com a fumaça do cigarro em seus dedos.

— Você tá bem? - A mesma, pergunta.

— O que? - Ela parecia ter a cabeça em outra coisa, no momento.

— Perguntei se você está bem.

— Ah, tô bem sim. Porquê?

— Você parece nervosa.

— Não estou. É só que, eu sei que a Speak vai brigar quando eu chegar em casa e disser que saí com uma garota.

— Mas nós somos só amigas...

— Não é assim que as coisas funcionam pra ela. - Ela atira a bituca do cigarro na distância.

— Sinto muito.

— Não, tá tudo bem. A Speak é assim mesmo. Não é culpa dela. - Ela ainda parece nervosa, acendendo outro cigarro.

— Fuma muito quando está nervosa?

— Às vezes. Já tentei parar, mas é difícil pra mim.

— Entendo.. Meu pai fumava também, eu lembro de como foi difícil pra ele superar o vício.

— É tenso. Ainda mais quando se faz por pura pressão.

— Pressão?

— Deixa pra lá. Só sei que eu tô tentando. Meu máximo foi uma semana limpa, mas agora já não consigo tanto - Lágrimas aparecem em seus olhos.

— Ah... sinto muito. Vem cá. - Ela oferece um abraço — Posso?

— Pode.

  Lover a abraça, que demora alguns segundos pra assimilar, mas abraça de volta enquanto segura o choro.

— Vai ficar tudo bem, ok? Eu acredito em você.

— O-Obrigada... Vamos, eu te levo em casa. - Ela dá a mão para Lover, que a acompanha até o carro.

N/A: Capítulo um pouquinho mais longo, e que também já serviu pra revelar mais coisas. Tô gostando bastante de escrever essa história, então espero que vocês também gostem de ler. Obrigada, beijos ❤