Conclave de Nume - Jogos Divinos: O confronto dos mortais

2

Passado algum tempo dormindo, Montanha despertou com um burburinho de conversa. Quando ele abriu os olhos e se sentou, percebeu duas coisas: o cômodo, que antes estava apenas parcialmente iluminado, estava totalmente claro quase como se tivessem acendido uma lâmpada; mesmo que, se ele olhasse para o teto, não veria tal objeto. Mas o que mais o surpreendeu não foi isso e sim o fato de que mais três pessoas estavam naquela sala, além dele e de Lucas.

Havia agora mais dois garotos e uma garota, todos aparentando a mesma idade de Montanha e eles também tinham mochilas de lona. Olhando para eles e vendo as expressões de confusão e medo nos rostos, nada além de pijamas cobrindo os corpos, fez Montanha sentir o coração afundar mais uma batida, pela percepção de que toda aquela situação estava se tornando mais bizarra e ele tinha cada vez menos chance de escapar. Ele olhou para Lucas, que também estava acordado e falou:

- Parece que não fomos os únicos.

Com isso, um dos garotos falou. Ele tinha o cabelo claro e curto, quase como loiro, visto daquela distância.

- Vocês sabem onde estamos?

- Não, chegamos aqui um pouco antes de vocês, mas não achamos nada nem ninguém que pudesse explicar que lugar é esse. Um homem estranho também apareceu para vocês? - Lucas perguntou

- Sim - os dois garotos disseram em uníssono

- Não - foi a resposta da garota.

- Então como você veio parar aqui? - Lucas perguntou para ela.

- Eu estava voltando para casa, quando uma mulher apareceu do nada na minha frente e disse que precisava da minha ajuda. Quando dei por mim, eu estava aqui. - Quando terminou de falar, a garota se levantou e caminhou até o canto onde estavam as pedras, se abaixou e pegou uma na mão. - Isso é tão doido, meu nome está escrito aqui. Vocês também têm uma pedra assim? - Lucas e Montanha acenaram como resposta e a garota voltou para onde estava sentada.

Os outros dois garotos, curiosos, fizeram o mesmo e cada um achou a pedra que continha seus nomes.

- Qual o nome de vocês? - Montanha perguntou.

O garoto da direita, de cabelo claro e usando um moletom preto, disse se chamar Cainã. Já o da esquerda, de cabelo preto mais longo, óculos de aro redondo e um rosto com traços um pouco asiático, se apresentou como Gusthavo. A garota, um pouco mais afastada de todos, com cabelos cacheados, pele morena e os olhos fixos no chão, disse que seu nome era Jennifer.

- Bem, em outras circunstâncias eu diria ser um prazer conhecer todos vocês, mas no momento só posso lamentar por estarmos todos juntos nessa situação. - Montanha disse.

Os outros não falaram nada, mas fizeram um movimento de cabeça como se concordassem. Após isso, se fez um silêncio e naqueles poucos minutos, Montanha sentiu como se o ar de repente estivesse quente, como se fosse sufocar. Ele se levantou, a mão fechada em punho acertando a parede enquanto gritava:

- Ei, tem algum filho da puta escutando? Por que vocês sequestraram a gente? ME TIREM DAQUI CARALHO - ele continuou gritando mais um pouco, como se esperando que, se fizesse muito barulho, alguém apareceria para mandá-lo calar a boca. Como não obteve resposta, ele deu mais um soco na parede, se afastou e se sentou novamente apoiando a cabeça entre as pernas, sussurrando para si mesmo um "eu só quero sair daqui".

Como se o plano de chamar atenção tivesse funcionado, todos os jovens escutaram um barulho de estrondo, como se algo grande estivesse sendo derrubado. O som vinha de uma das extremidades do cômodo e todos olharam para lá, arfando de surpresa quando o que parecia ser a abertura de uma porta surgiu de uma das paredes, uma luz forte passando por ela. Os cinco se levantaram, prontos para fugirem, quando de repente surgiu uma figura. Não era um homem, não era sequer uma pessoa, mas sim um pequeno robô que entrou deslizando pela sala, rodeou os jovens como se estivesse verificando que estavam todos ali e logo depois voltou para a entrada da porta, sua voz aguda soltando um comando: