Duas mulheres decidem adotar um cachorro, porém acabam escolhendo o mesmo. Com isso, o cachorro começa a ter duas mães separadas. Com o passar do tempo, o cachorro une as duas mulheres e elas acabam se apaixonando.
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Enquanto eu caminhava em direção ao pet shop, um ser humano passou por mim de carro e fez questão de dirigir em cima de uma poça d'água somente para me molhar. O meu dia já não está sendo um dos melhores, e agora acontece isso. Vou adotar um gato completamente encharcada.
Senti meu celular vibrar no meu bolso, curiosa, resolvi atender para descobrir quem estava me incomodando. Ao entrar na ligação, escutei a voz da minha melhor amiga dizendo que iria dormir na minha casa hoje, mesmo sem eu ter deixado.
— Lali, hoje eu tenho um compromisso, então não me espere acordada.
— Pra início de conversa eu nem queria que você dormisse na minha casa, Roseanne — acabei falando seu nome com a voz trêmula, pois uma brisa forte me atingiu conforme eu me aproximava do local.
— Que isso?
— Frio — gaguejei um pouco. — Vou desligar, acabei de chegar no pet shop.
— Aproveita e fica aí, gata.
Revirei meus olhos e desliguei após sua fala. Rosé tem o costume de flertar comigo, mas não é porque ela gosta de mim, e sim porque gosta de me ver irritada, e eu me irrito quando ela flerta comigo.
Entrei no pet shop e meus olhos se fixaram em um Golden lindo, de pelagem brilhante e olhos vivos. Me aproximei lentamente da gaiola onde ele estava, e o cachorro, percebendo minha presença, abanou o rabo animadamente. Um sorriso involuntário se formou no meu rosto enquanto estendi a mão para acariciá-lo.
— Você é tão adorável — falei, sentindo meu coração se encher de alegria. — Eu preciso te levar pra casa, cachorrinho
Enquanto eu estava lá, maravilhada com o cachorro, outra mulher entrou na loja. Meu coração palpitou ao vê-la entrar, parecia que tudo estava em slow motion. Seus cabelos voavam conforme o vento invadia o local, seu corpo desfilava até o local em que eu estava... Meu coração deu um salto nervoso. E se ela o adotasse antes de mim?
— Seus pelos estão tão macios — murmurei, ainda acariciando o cachorro.
— Você fala com cachorros? — a mulher perguntou, encarando-me com desdém. Fiz o mesmo que ela, passeando meu olhar por todo o seu corpo e percebendo que ela se vestia estupidamente bem e elegante.
— Você não fala?
— Não, isso é coisa de louco — ela riu, olhando para o cachorro.
— Eles também são ser humanos e têm sentimentos, sabia? Você é uma bruta sem coração.
— E você é tão carente que precisava de um animal para conversar.
— Eu não sou carente — franzi o cenho, tentando demonstrar minha raiva. Ela revirou os olhos e deu de ombros.
— Hum — ela pegou seu celular, que estava vibrando sem parar. — Eu já tô voltando. Já escolhi sim o cachorro, ele é lindo e bem grande.
Ao escutar sua conversa, sem hesitar, me aproximei do atendente do pet shop e expressei meu interesse em adotar o cachorro. A outra mulher fez o mesmo quase ao mesmo tempo, criando um momento de impasse na loja.
