Um Amor na Pista. (Hora da Largada!)

Capítulo VII ~ Hambúrguer

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~ 06 de Fevereiro ~
~ Terça-feira ~

Tudo o que rolou ontem ainda não saiu da minha cabeça.

A adrenalina do momento permanece em meu corpo, eletrizando-o a cada recordação da minha vitória na pista.

Parece até um sonho de tão inacreditável. Claro, eu sabia que iria vencer, mas... P*RRA! Você pode estar ultrapassando a linha de chegada ou com uma maleta de grana em mãos ou recebendo parabéns de todos, ainda é algo surreal. Pelo menos, para mim.

Não faço ideia de qual horário cheguei em casa, mas sei que não descumpri minha promessa com minha mãe de chegar antes de amanhecer. Não lembro de muita coisa, talvez por causa da exaustão pós-auge de adrenalina. Só sei que levei Mina de volta para sua casa, estacionei minha Ferrari no fundo da garagem, retirei meus sapatos antes de entrar, resguardei todo o meu dinheiro no meu cofre e capotei na cama.

Não me recordo de ter conversado com a minha mãe ou sequer visto meu pai. Creio que ela tenha ido dormir mais cedo e o meu pai... não faço a menor ideia.

Resumindo? Não sei como passei tanto tempo longe das pistas por ordem de terceiros! Simplesmente não sei!

[ 13:07 P.M. ]
= Pelo campus da faculdade =

O que tinha em mente, inicialmente, era passar este intervalo da faculdade aqui pelo seu campus.

Tentaria tirar um tempo para mim e esses meus pensamentos caóticos. Buscaria uma forma de organizar o que se passa nesse turbilhão de memórias que produzo e iria repensar as minhas atitudes mais recentes.

Embora não importe o quanto eu pense, não mudaria nenhuma delas, nem se precisasse.

Imaginar a merda que seria a minha vida caso chegasse até os ouvidos do meu pai tudo o que ando aprontando pelas suas costas, também seria um ótimo passatempo enquanto provo uma vitamina de morango em paz, mas antes que tudo isso que pensei se efetivasse, Shoto apareceu.

Como já deve ser óbvio, eu e o filho prodígio dos Todoroki estamos mais próximos a cada dia que se passa.

Sendo bem sincera, eu não queria que a nossa amizade alcançasse esse patamar íntimo, só que... não tive uma outra saída e deu no que deu.

Ele gosta de mim. De verdade. Entretanto... Da minha parte da coisa... Argh, não é bem assim, e eu não faço ideia de como afirmarei isso à ele.

Shoto: 'tá afim de um almoço reforçado ou só uma passada na cafeteria? ― me pergunta, enquanto entrelaçava nossos dedos no pior momento possível.

Mei: cafeteria. ― consigo dizer, antes de trocar mãos entrelaçadas apenas por mãos dadas. ― Shoto... ― suspiro, levando um dos meus cachos soltos do penteado para longe do meu rosto. ― nós precisamos... ter uma conversa séria sobre... Você sabe.

Ele cessou a caminhada pelo campus e eu me senti congelar, embora sentisse o calor da sua mão esquerda em contato direto com a minha. Me virei para ele e o olhei nos olhos, buscando refletir ali o que era estampado em meu coração como um outdoor repleto de angústia.

Shoto: achei que... ― se aproxima e acaricia minha mão, com mais intensidade. ― tivesse deixado claro as minhas intenções para você, Mei.

Mei: e deixou. Deixou, sim. Só que... ― afasto minha mão da sua e cruzo os braços, mantendo-me cabisbaixa. ― é complicado, okay? Você é um cara legal e tudo, mas... Eu não sei, Shoto. Eu estou achando isso muito... 'Tá indo muito rápido e-e...-