Capítulo XVII ~ Bugatti

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[ 21:46 P.M. ]
= Mansão Kobayashi =

Assim que cheguei em casa, segui direto para o meu quarto, um tanto quanto ansiosa para me ver livre dessas vestimentas exageradamente justas, brilhosas e elegantes.

Disse ao Bakugou que levaria, no máximo, quinze minutos, mas duvido muito que consiga fazer tudo o que quero nesse período curto de tempo.

Gastei dez minutos apenas no banho e os outro cinco minutos que restaram para desfazer esse penteado e prender meu cabelo em um rabo de cavalo adequado.

Pelo o que parece, minha mãe ainda vai demorar na concessionária e o meu pai... Bom... Nem eu sei o que ele está fazendo, mas duvido que volta antes da uma da manhã. Mesmo assim, já estou com as chaves do meu quarto e de casa em mãos.

Fingir que está em sua cama quentinha, dormindo tranquilamente é o melhor jeito de se safar de uma noitada inesperada.

Tendo terminado tudo o que precisava fazer naquele banheiro, segui de roupão até meu closet, decidida em escolher algo mais prático e confortável perante o que já usei por boa parte dessa noite. Ou melhor, eu estava indo até meu closet caso a presença do Katsuki Bakugou exatamente ali, sentado em meu sofá, não me paralisasse antes.

Cacet*... Eu estou de roupão. Este foi o meu primeiro pensamento assim que meus olhos avistaram e se prenderam nos dele.

A única atitude que tive foi fingir naturalidade e apenas cruzar os braços, na tentativa de aliviar o decote daquela merda de traje inapropriado para visitas ― ainda mais para essa visita.

Bakugou: achei que... ― seus antebraços se apoiam nos joelhos e ele se inclina na minha direção, numa lentidão fatal para o total descontrole. ― você só fosse tirar aquele vestido e vestir algo mais... ― meus olhos acompanham os seus, que percorreram, apesar da rapidez, meu corpo todo. ― apropriado.

Mei: e eu vou. Vou, sim. Só... só precisei to-tomar um banho antes e... ― acabo pigarreando, temendo que minha voz se perdesse entre meus pensamentos atrozes e certamente proibidos à menores de 16 anos. ― ve-vem cá... Co-como você... Por onde você...

Bakugou apenas sinalizou a minha sacada com um manear de cabeça e eu apenas engoli em seco, reconhecendo o quanto aquele movimento se tornou um dos movimentos que vejo como mais sedutores em que um homem poderia executar.

Se bem que... creio que até a pose mais horrorosa do mundo sendo feita por Katsuki Bakugou ficaria um espetáculo de maravilhas delicioso ― argh, Mei! Para já com isso! Meu Deus!

Com meus chinelos causando um barulho incômodo contra o piso de meu quarto, quebrei aquele silêncio mortal e segui até a minha sacada, tentando continuar ereta e respirando.

Me aproximei dela e avistei um pouco abaixo uma cerca, construída pelo meu vizinho, e praticamente rente à ela uma árvore. Sendo ela, não sei por qual motivo, nunca reparada por mim.

Mei: você escala desde quando? ― comento, rindo de nervoso. ― você tem noção de que somente um passo mau dado e você iria de arrasta para cima, 'né?

Bakugou: vê se aprende uma coisa sobre mim, garota... ― eu simplesmente congelo ao ouvir sua voz tão perto, assim como ao sentir sua respiração tão rente a minha pele. ― eu nunca dou passos mau dados, sacou? Ao menos que... ― ele me vira para si e eu prontamente fixo meus olhos nos seus, embora sentisse as pontas dos seus dedos me tocarem no busto com cautela. ― eu queira dá-los, sacou?

É normal sentir uma grande carga de tesão em cada palavra, independente da intensidade do tom de voz, que sai da boca de uma pessoa como ele?
É normal isso, meu Deus?

Um Amor na Pista. (Hora da Largada!)Onde histórias criam vida. Descubra agora