outono amarelo

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eu grito sufocado, euxarido de mim mesmo. perdido nas minhas memórias mais amargas e fúteis sempre recorrendo ao meu abismo melancólico e cheio de poesia triste e sem sentido - assim como dias de inverno ou de primava, talvez até um nascer do sol em plena terça-feira. amargo como café sem açúcar porém doce como mel, sem culhãos como catarina mas tímida como julieta. tristonho e alegre como edmundo mas corajoso como pedro e sábio como aslan. um amante de dias frios e chás da tarde - de preferência mel e limão.

talvez outono. eu gostava dos outonos, gostava do amarelo do dia e gostava da brisa suave. ainda não sei como eu pude esquecer tais coisas e apenas lembrar dos meus dias solitários e cheios de temor a mim mesmo.

eu odiava a solidão mas gostava da solitude. gostava de andar sozinho em dias mornos com um livro em mãos e meus fones no ouvido, sentar por de baixo de uma árvores qualquer e observar o lago, lá longe tão lindo e brilhante.

afinal, quais outonos eu viverei novamente.

Texto de 26/06/2023

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