Inimigos Íntimos | Pejão

Allianz Park

João Vitor°

Por volta de outubro e novembro as discussões da super turnê foram ficando mais frequentes e definitivas.

Os ensaios estavam acontecendo e a equipe se preparando.
O palco estava totalmente planejado, a setlist toda montada, luzes, pulseiras, fogos, vídeos que precisaríamos pra passar no telão e muito mais.
Janeiro estava aí e minha excitação pro show aumentava mais e mais.

Sobre Pedro e eu, podia se dizer que estávamos namorando. Era frequente nossas saídas, nossa aproximação, olhares, beijos, sorrisos e tudo que fazia a Fran ficar olhando pra gente meia hora, que nem boba.
Por incrível que pareça não falamos nada pros nossos amigos, dessa vez ficamos dentro do nosso. Mas dessa vez eu espero poder assumir tudo que acontece pro Brasil. Sem precisar de ficar postando toda hora, não é isso que eu quero. Mas quero que saibam que eu e Pedro temos uma história.

Cada tempo o Pedro ia gostando mais de mim, e eu, gostando mais dele. Dessa vez eu fiz certo, fiz certo novamente.
Conquistei o Pedro do jeito certo, sendo realista, não escondendo mentiras, dizendo a verdade e sempre respondendo todas as dúvidas dele sobre o passado.

2 dias atrás

- Pedro, quer passar lá em casa hoje?

- Pode ser!

Fran olhava os dois e dava um sorrisinho de canto

- Que foi menina?

- Aí me deixa Jão Vitor!

Depois dos ensaios, como dito, Pedro vai pra casa de Jão. Onde eles sentam no sofá

- Me chamou pra fazer o que?

- Ficar com você?

- Já não fica comigo o tempo todo?

- Fico.. Mas a gente pode ver um filme agora.

- Tá bom! Qual?

- As vantagens de ser invisível?

- Topo!

Assim é feito, o filme é colocado na tv, os dois deitam no sofá enquanto os gatos vêem se aninhando junto.

Agora

Pedro Tófani°

O primeiro dia da turnê estava em contagem regressiva de 0 dias. A estrutura do palco estava totalmente pronta. Estavamos nos últimos minutos do ensaio, já eram quase 02horas da manhã e no dia seguinte seria o tão esperado primeiro show.
Me orgulho muito de onde chegamos, de todo o trabalho e de saber que o Jão ainda vai longe. Como pude odiar ele por tanto tempo?

Quando chegamos no estádio no outro dia a animação era grande, tudo que era feito no papel sairia das folhas hoje. O horário do show começar estava chegando, os fãs eram totalmente ouvidos. Estava meio que na pista, conversando várias vezes com a Isa, a querida irmã do Jão. E logo o show começou. Meu orgulho por ele subiu muito, os meus olhos quase brilhavam olhando pra ele. Ou brilhavam.

E aquele show foi incrível, mas amanhã tem mais.

João Vitor°

O show foi tão perfeito, pessoas cantando, gritando, chorando e eu não pude de deixar de chorar um pouquinho também. E eu nunca choro.

Eu estava em um palco, em um estádio lotado, com 50 mil pessoas. E a animação ainda fica, porquê amanhã tem mais e ainda vai ter transmissão no multi show.

E claro que o outro dia chegou, todo aquele processo de novo, de ouvir os fãs gritando e só contando os segundos pra subir no palco.

Quando subo e faço a abertura de rádio novamente me sinto em casa. O palco é minha casa, é um dos lugares que eu mais gosto, que me sinto feliz e que sou totalmente eu. Apenas eu.

Canto a setlist, subo em cima de um prédio e desço, de um jeito horrível e ainda com medo de cair no chão. Subo no palco com a Maju, entrego a carta, faço a locadora estendida igualzinho no dia anterior, dessa vez a suprise song tinha sido Barcelona.
Troco de roupa, subo de volta, canto mais e logo chega a última música. Faixa 4, a minha favorita.

Não deixo de terminar uma transição do tiktok que tinha feito e me sinto muito bem.
Me sinto feliz, eu estava no meu melhor momento, os fogos, os gritos. Eu estava à vontade. Tão à vontade que encontro Pedro, e desço do palco, não vi, nem senti, mas tinha o maior sorriso no meu rosto. E me aproximei dele o puxando pra um beijo.

Bom. Eu virei uma estrela.