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Estava na minha casa junto com minha mãe na cozinha olhando as cartas enquanto ela preparava o seu café da manhã preferido; Pão com manteiga e mel e café com canela sem açúcar. Um tanto esquisito, tenho que concordar. Cecilia Clarck não é uma pessoa fácil, com certeza, mas pela manhã ela é extremamente impossível.

- Quando foi que você se tornou tão rabugenta pela manhã?

- Quando eu descubro que tenho que ir à sua escola de manhã cedo porque não conseguiu controlar sua magia. Quer um motivo melhor? – diz logo depois de tomar um gole de seu café – O meu sonho é você controlar seu temperamento ou aceitar que você não é mais criança e que a desculpa "não sei controlá-los" não cola mais.

- Mas eu realmente não sei controlá-los.

- Obvio que sabe. Eu te ensinei – ela se levanta e se depõem na frente da pia – só porque não foi pra Hogwarts, não significa que pode agir de tal forma. A escolha foi sua, não minha.

Ela está certa, eu escolhi viver como uma trouxa, mas não escolhi ter magia, principalmente nos dias de hoje, onde você pisca e pode acontecer uma guerra bruxa.

- Mãe, nas minhas contas, era para mim estar ingressando no quinto ano. Nem se eu quisesse, teria como ir – suspiro pesadamente e me levanto da mesa indo até a geladeira – E agora com essa ameaça e Sirius Black a solta que eu me recuso a ir mesmo – Pego minha água e vou até a mesa novamente – Imagina ele resolve aparecer lá e humildemente me sequestrar. Imagina a senhora sem mim por meses! Seria terrível- Sorrio.

- Por que Sirius escolheria você em meio a tantas crianças? – ela pergunta parando ao meu lado.

- Porque eu sou bonita, vai que ele tem queda em garotas mais novas – digo fazendo pose.

- Alice! Que horror! – Ela me dá um tapa no ombro e sai andando em direção a sala – Pense antes de falar, pelo amor de Merlin – Ela pega a chave do carro no criado e vai em direção a porta e eu a sigo logo atrás – Como a senhorita está suspensa, pense no que eu disse, garanto que você não está atrasada e que com certeza seria aceita na escola.

Mamãe me olha com ternura e com um tanto de preocupação e me beija.

- Eu te amo Alice, mas do que imagina. Te apoio no que decidir – ela me entrelaça em um abraço apertado e sai.

- Amo a senhora mamãe!

- Não se esqueça, as carta chegam todo ano! – entra no carro e sai.

Ela continua tendo razão, logo-logo chega meu aniversário e com ele as benditas cartas.

[...] 05/08/1993

Enfim, meu aniversário. Depois da conversa que tive com mamãe ela foi a escola e acabou que eu fui expulsa, tendo que mudar de escola pela quarta vez em três anos.

- Feliz aniversário filha!

Minha mãe entra no quarto feliz, mas que feliz, empolgada, eu diria até que ela chegou a saltitar.

- Obrigada mãe, mas é só mais um ano de vida. Não precisa de tanta empolgação – digo me sentando na cama e pegando o cobertor para me enrolar.

- Lógico que precisa, ainda mais com a carta que eu recebi.

- Lá vamos nós – suspiro pesadamente – diga a Dumbledore que eu agradeço o convite, mas não estou disposta a fazer nenhum exame para entrar na sua famosa escola.

- Bom, você já fez.

OI? Como assim já fiz?

- Perdão? Mas como assim já fiz? – Minha mãe abre um sorriso tenebroso – Mãe? Oque a senhora fez?

- Lembra do teste que eu fiz com você para saber como ia seu aprendizado? Então, Foi Dumbledore que me enviou.

E der repente de vejo com vontade de pular no pescoço da minha mãe. Não me orgulho disso, na verdade, nem deveria pensar nisso, mas ela fez de novo.

- Por Merlin Mamãe!

- Calma, tem uma explicação – ela se senta o meu lado da cama – Quando sua carta foi enviada novamente, Dumbledore me enviou uma separada dizendo que essa seria a última chance para você entrar e que sabia que eu estava te dando aula em casa e que pedia ajuda a alguns professores. Com isso ele decidiu que em vez de você ir fazer o teste, ele o enviaria – ela deu uma pausa puxando o ar e pegando minha mão – te apliquei o teste na semana passada e enviei para que ele o olhasse.

- Me deixa adivinhar, eu fui aceita.

- Foi, com nota O (ótimo) – ela dá um sorriso – Você vai poder fazer o NOM (níveis ordinários de magia) no mesmo ano que entrar!

- Certo. Então eu vou pra Hogwarts? – pergunto calmamente – Por que até agora parece que sim.

- Alice, como sua mãe devo ressaltar como anda indo a sua falta de controle em relação a magia e deixar claro que Hogwarts é o melhor lugar para você aprender a controlá-la – ela me abraça carinhosamente enquanto encosto meu rosto em seu peito – Fora que lá foi onde eu conheci pessoas maravilhosas e tive experiencias incríveis!

- Foi lá que a senhora conheceu o papai – vejo-a prender a respiração enquanto seu coração dispara – Não acho que seja um lugar bom.

- Alice, um acontecimento isolado não resume tudo de bom que eu vivi – ela me solta do abraço e olha em meus olhos – Sinceramente, acho que você deve ir – Ela suspira e se levanta saindo do quarto e parando na porta – me avise oque decidir, temos até o dia dez desse mês para enviarmos a carta – Ela fecha a porta e sai.

Que bela maneira de começarmos o dia.

Me jogo para trás caindo no colchão. Observo o teto do meu quarto e me pergunto; "Por que Dumbledore ainda insiste tanto que eu vá para Hogwarts", dês dos meus onze anos que recebo cartas me convidando a ingressar na escola bruxa dos sonhos e mesmo sempre recusando continuo recebendo uma atrás da outra.

E se ele estiver enganado? E se a pena errou? E se eu não me adaptar? E se eu não for para uma casa na qual as pessoas gostem de mim? E se eu for odiada? E se o que não deve ser mencionado atacar a escola e eu morrer? E se acontecer alguma coisa com a minha mãe? E se ele voltar?

São tantos questionamentos que me perco no que realmente eu tinha que fazer. Decidir se iria ou não.

[...]

- Eu vou.

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