Capítulo 2

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Senti. Senti novamente uma pontada em meu peito. Era ele. Meu ex-amigo, ex-companheiro. 

Valentina, me olhou. Eu olhei de volta em busca de uma saída. Cansada. É assim que me encontro. Depois de fugir inúmeras vezes desse cara, novamente ele está de volta. Não quero mais me deixar cair, não quero mais deixá-lo estragar minha vida e a fortaleza que criei para me reerguer. E doeu, quanto doeu saber dessa traição, e o pior, com minha melhor amiga, Ana é o nome dela. Mas depois do que aconteceu, ou melhor, de eu descobrir, soube por algumas fontes que ela foi para Pernambuco onde os avós moram. Já o Dilan, não saia do paradeiro, até o presente momento.

- Dilan? - Olho vidrada para ele e solto suspiro de pesar.

- Não sabia que iria te encontrar aqui, bebê. Sou novo por aqui, pedi transferência da outra instituição que estava. Depois explico o porquê. Coisa pequena. - Fala a última parte quase pra si, mas não acredito muito em suas palavras. Sei que podem não ser verdadeiras.

Olho novamente para frente buscando aqueles olhos. Negando pra mim todo o feitiço e hipnoze que eles me deixam - de quatro - por ela, mas que ainda não sabe. Mas não quero que isso passe daqui da minha mente fértil. Aposto que ela nem se importa. Deve ter um mar de calcinhas enfeitiçadas e molhadas por ela. Não vou ser mais uma.

Isso eu prometo.

Não queria que ela me visse perto de Dilan, busquei uma mínima confirmação de que estava tudo bem - apesar de nada ter acontecido - em seus olhos verdes escuros, no momento eles parecem nebulosos ao me olhar de volta. Mas logo desvia o olhar e foca em seu irmão Igor, sussurrando algo para ele e logo se retirando da sala com sua bolsa e tudo. Deixando-me confusa sobre sua atitude. 

Para onde ela vai? 

Por que sair assim? 

Será que ela está achando que Dilan e eu temos algo? 

Tudo isso em poucas palavras trocadas com ele?

Finalizo minha conversa com Dilan.

- Ok, vou lá. Tomar um ar, sabe como é. Duda, me encontra no intervalo, ok? - E saio da sala. Perdida. Confusa. Atônita. Não esperava ver Dilan agora e nem que poderia se quer, talvez, atrapalhar algo que nem começou com minha paixão platônica.

Estressada, saio da sala e dou de cara com Valentina e uma senhora de cabelos lisos e um pouco cacheado nas pontas falando conversando com ela. Escuto parte da conversa.

- Valentina, já consegui nossas passagens para a Nova York. É o melhor para você, minha filha. 

- Mãe, acho que a senhora não entendeu. Aqui eu fico e ninguém me tira enquanto não concluir minha graduação. Quando ela terminar, conversamos novamente e você pode reagendar essa viagem. - Fala com um ar pesado suspirando.

Ao ouvir parte da conversa, me pergunto sobre o que é o contexto e por que a mãe de Valentina quer ela longe. Por que parece que todos nos querem longe?

Com muitas dúvidas e questionamentos, vou me sentar embaixo a uma árvore externa à instituição um pouco mais afastada de toda essa confusão. Fecho os olhos, quando assim que me sento, vejo alguém se aproximar.

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⏰ Última atualização: Feb 26 ⏰

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