Isso é loucura.

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- Será que você pode me soltar pra eu terminar aqui? – Marina resmungou ao sentir os braços de Sofia envolvendo sua cintura e lhe depositando beijos na nuca. - Eu poderia, mas não quero. – a delegada rebateu arrancado um riso da outra mulher que virou para lhe encarar com um sorriso enfeitando os lábios.

- Sabe... Quando isso tudo passar... A gente podia ir pra longe, viajar ou sei lá, dar um tempo de tudo. – Marina sugeriu e Sofia lhe abriu um pequeno sorriso. As poucas vezes que Sofia Berlinger sorria era quando estava com Marina, elas tinham um mundo somente delas onde ninguém podia as atrapalhar.

- Se a gente sobreviver a isso eu te sigo aonde for mulher. – Sofia disse séria mas de forma divertida e viu Marina sorrir e revirar os olhos. - Idiota. – brincou empurrando Sofia que gargalhou e se afastou deixando ela terminar de cozinhar.

O jantar entre as duas mulheres seguiu tranquilo e confortável. A troca de carinho e cumplicidade entre Sofia e Marina já era rotina... Mesmo Berlinger sendo tão fechada e desconfiada, aos pouquinhos Marina foi derrubando os muros da delegada... Ainda era uma coisa diária, porque dia após dia ela tinha um lado novo de Sofia, o que fazia ela se apaixonar mais ainda pela mulher.

Marina não tinha dúvidas do amor que Sofia tinha por ela, a mulher já havia lhe provado aquilo várias vezes, mesmo com sua personalidade forte ela se mostrava carinhosa, amorosa e preocupada.
Era uma conquista diária entre as duas.

...

Enquanto isso no esconderijo, Anita estava tomando uma taça de vinho e lendo um livro... Sua recuperação já estava ótima, a loira poderia dizer que já estava noventa por cento bem. Ainda sentia algumas dores de cabeça apenas, mas de resto estava ótima. Durante aquela semana a delegada teve bastante tempo para pensar em sua vida, principalmente nos eventos que a levaram até ali... Para delegada também foi inevitável não pensar em Verônica, as lembranças que ela tinha da escrivã não a deixavam em paz.

Flashback on:

- Eu to falando pra você Anita! Ele é o cara! Porra, custa me dar uma chance?! – a escrivã rebateu a delegada que a encarava com raiva.

Estavam trabalhando em um caso no qual um homem enganava mulheres pela internet e abusava delas. Verônica havia descoberto quem era o cara através de um perfil falso que ela criou sem a autorização da delegada, mas mesmo sabendo que a escrivã estava certa Anita não queria ceder. Era orgulhosa demais para dar razão a escrivã.

- Agora você quer me ensinar a fazer o meu trabalho, escrivã? – Anita a encarou jogando os papéis em cima de sua mesa. - Quer saber... Vou levar essas provas pro Carvana. – Verônica disse sem paciência.

- Como sempre vai correr pro padrinho. – a loira disse com desdém.

Verônica virou e a encarou e deu um sorriso sem humor.

- E você? Tem pra quem correr? – rebateu a delegada que riu irônica.

- Vai lá escrivã... Corre pro titio. – disse e se sentou enquanto Verônica saía de sua sala.

...

- Bom trabalho prendendo o cara Anita. E parabéns Verônica, você também fez um bom trabalho descobrindo quem era ele. – Carvana parabenizou as mulheres que estavam em sua sala. - Agora se me dão licença eu tenho que ir pra casa. – o homem disse se levantando e saindo.

Apenas Verônica e Anita ainda estavam na delegacia a escrivã estava cuspindo fogo por Anita não a ter levado em campo para ajudar a prender o criminoso.
A escrivã viu Anita em sua sala concentrada mexendo em seu computador, parecia não se importar com o horário. Será que Anita não tinha ninguém mesmo fora da delegacia? Pensou Verônica... A delegada sempre pareceu ser sozinha.

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