Capítulo 7: Embarque encerrado

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Verônica perdeu-se na leitura do bilhete deixado por Anita, relendo suas palavras por aproximadamente três vezes. Subiu ao seu quarto no hotel, onde, deitou-se na cama para fitar o teto, perdida em pensamentos. O relógio marcava 17:26, e o voo de Anita estava agendado para às 19:00.

"Pensa, Verônica." - Murmurou para si mesma, deixando as palavras flutuarem no ar, enquanto seu olhar vagueava pelos detalhes do teto.

Enquanto isso, Anita preenchia o tempo de espera no aeroporto, sentada em uma lanchonete. Seu celular permanecia à vista, a cada minuto consultado ansiosamente em busca de uma notificação de Verônica. No entanto, o silêncio digital persistia.

Ciente de que Verônica faria uma entrevista naquela tarde, Anita ponderava se o envelope havia sido entregue a ela. Talvez a esposa ainda não tivesse retornado ao hotel e deparando-se com o bilhete deixado na recepção.

A ideia de que não haveria tempo para uma conversa e que Anita já estaria a caminho de São Paulo a bordo do voo das 19:00 rondava os pensamentos de Verônica, naquele quarto de hotel. Nesse momento, o celular de Verônica rompe o silêncio com um chamado de um número do Rio de Janeiro.

"Verônica Torres Berlinger?" - uma voz feminina indagou do outro lado.

"Sim, é ela." - Verônica respondeu cautelosamente. "Quem gostaria?"

"Aqui é a Giovanna da DHPP do Rio de Janeiro, tudo bem?" - A voz ressoou, e Verônica ficou momentaneamente em silêncio.

"Ah, sim... Tudo bem, Giovanna?" - Verônica respondeu após uma pausa breve.

"Estou ligando para informar que conversei com o delegado geral da delegacia, e ele está interessado em trabalhar com você." - A empolgação transparece na voz da mulher.

"Que notícia incrível..." - Verônica conseguiu exprimir sua surpresa e alegria.

"Então... Você poderia vir à DHPP amanhã cedo para darmos prosseguimento à sua contratação?" - A proposta foi feita com expectativa.

"Claro, posso sim!" - Verônica respondeu diretamente, sem dar espaço para dúvidas.

"Então combinado, Verônica. Te aguardamos amanhã às 10h aqui na DHPP da Barra da Tijuca." - A voz da Giovanna ecoou pelo telefone.

"Obrigada, Giovanna. Até amanhã!" - Verônica encerrou a ligação, encontrando-se em um misto de desespero e determinação.

A passagem de volta para São Paulo estava marcada para às 19:00, dalí 1h. No entanto, Verônica havia se comprometido a comparecer à delegacia na manhã seguinte. A dualidade entre a oportunidade profissional de trabalhar na delegacia dos seus sonhos e a necessidade de abordar a situação com Anita criava uma tormenta emocional.

"Pensa, Verônica..." - Murmúrios de desespero pairavam no quarto. "Pensa!"

Em questão de minutos, Verônica era uma figura veloz pelos corredores labirínticos do hotel. No saguão, aguardava com ansiedade que algum motorista de aplicativo aceitasse sua corrida para o aeroporto. Já eram 18:15, momento de horário de pico em uma sexta-feira, e o tempo se tornava um adversário implacável.

No interior do carro, Verônica encontrava-se imersa nos pensamentos sobre a história que construiu ao lado de Anita ao longo dos anos. Consciente de que as brigas surgiram da falta de comunicação entre elas, também reconhecia que, assim como ela, Anita havia feito inúmeras concessões em sua vida e carreira.

Às 18:46, Anita, consultando o relógio, percebeu que o tempo de Verônica para chegar ao aeroporto estava se esgotando. Com esse entendimento, levantou-se e dirigiu-se à fila de embarque.

Boa viagem, Verônica - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora