- - - - 🌹CAPÍTULO SEIS🌹 - - - -

156 19 4
                                    




Thiago Ferreira (Titã)

Acordei meio grogue, piscando os olhos contra a claridade que invade o quarto. Um sorriso bobo estampou meu rosto ao ver Ryan ali, debaixo das cobertas. A luz do sol batendo naquele rosto angelical dele só me fazia enxergar mais a beleza dele.

Me aproximei com cuidado, tentando não o acordar, mas ao mesmo tempo com uma vontade louca de ficar perto dele.

Os cabelos dele bagunçados, a respiração indo e vindo em tranquilidade. Cada detalhe era como uma obra de arte que eu queria guardar para sempre.

Fiquei ali parado, só olhando aquele moreno. Era difícil entender o que eu estava sentindo naquele momento, mas uma coisa que eu tinha certeza: eu estava boiolinha por aquele playba. Cada segundo ao lado dele só aumentava esse sentimento.

A vida era uma loucura, velho. Nunca pensei que me envolveria desse jeito com um homem, quem dirá alguém como Ryan, uma princesinha de São Paulo. Mas ali, naquele quarto, tudo o que eu conseguia pensar era o quanto eu queria tê-lo comigo.

E quase que por impulso, me inclinei sobre a cama e dei um beijo de leve em sua testa enquanto no automático saiu da minha boca um - Meu moreno - Senti sua pele nos meus lábios. PUTA QUE PARIU.

Ryan se mexeu um pouco, como se sentisse minha presença. E ainda dormindo um sorriso leve brotou nos lábios dele, como se sonhasse com algo bom. Eu sorrio de volta.

Com um suspiro de felicidade, saí da cama, deixando Ryan continuar dormindo. Eu sabia que ele precisava descansar, mas ao mesmo tempo estava ansioso pra passar mais tempo com ele.

Enquanto eu me arrumava no banheiro, não conseguia parar de sorrir feito bobo. Tudo ao meu redor parecia mais bonito, mais especial. E tudo isso por causa de Ryan, o playba que tinha conquistado meu coração sem nem perceber.

Dei um selinho rápido no moreno antes de sair, sentindo um aperto no peito ao me afastar dele. Hoje foi difícil enfrentar o trabalho, especialmente depois da noite passada, mas cada segundo ao lado de Ryan valia mais do que qualquer coisa. E eu faria de tudo para viver mais momentos como aquele, mesmo que isso significasse manter nosso relacionamento na surdina, longe dos olhos e dos julgamentos da galera do morro.

"As pessoas não podem saber que estou me relacionando com um homem", pensei comigo mesmo, enquanto terminava de me arrumar. Mas, porra, valeu a pena. Cada segundo ao lado desse moreno era como uma droga viciante. E eu já estava totalmente drogado. Viciado.


...


Ryan Castro

Escuto um murmúrio próximo a mim e logo ele se intensifica quando fui empurrado da cama, me fazendo cair no chão. Rapidamente me levanto, ainda tentando raciocinar o que estava acontecendo ao ver aquela garota.

— Viado sujo! O que você está fazendo aqui? — Falou enquanto me apontava uma faca.

Nesse momento, eu estava congelado, não sabia o que fazer, e por impulso, empurrei-a, e ela rapidamente se apressou, cravando a faca em minha perna, fazendo-me gritar de dor.

— Então, o viadinho quer mexer com macho de bandida? — Sussurrou próximo ao meu ouvido com um sorriso falso.— Você sabe que ele nunca vai querer ficar com você, né? - completou.

O corte em minha perna já não doía tanto quanto as palavras que saíam de sua boca; era como se minha alma houvesse saído do meu corpo e retornado. Como um click que me fez perceber que o que ela estava falando era a mais pura verdade.

— Agora não há mais volta, seu gayzinho de merda. Titã nem vai sentir sua falta.

— Vai me matar, vadia? — Retruquei, enxugando minhas lágrimas.

Ela não me respondeu, apenas começou a rasgar minhas roupas, deixando-me completamente nu.

— Agora é que a diversão começa... — falou, dando uma gargalhada sem humor e cravando a faca em minhas costas. — Já que você não morreu no baile, agora chegou sua hora. - Tentei gritar por ajuda, mas parecia não ter ninguém que pudesse me ouvir.

— Não saia daí... — Falou, levantando-se e indo até uma mala preta apoiada na beirada da cama.

Enquanto ela estava mexendo na maleta, tomei forças e me levantei tentando escapar dessa tortura. Quando estava prestes a sair do quarto, sou puxado para trás por ela e, sem pensar duas vezes, desfiro um soco em seu rosto, fazendo-a cair. Corri para fora da casa gritando por ajuda. Estava perdendo muito sangue, e antes que eu desmaiasse no meio da rua, pude ver um carro cinza parar em minha frente e vi meu pai descendo dele, apenas apaguei.

O ÁPICE DO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora