Desde os primeiros dias de vida, a princesa Ji-Soon foi envolta por uma proteção sem igual. Seu nascimento, marcado pelas previsões e pela intervenção divina, trouxe consigo uma aura de mistério e expectativa. Os reis e rainhas dos reinos vizinhos, temendo a magnitude de seu destino, clamavam pela segurança da criança, desejando alianças e promessas de paz em troca da proteção da princesa.
Porém, essa proteção excessiva, embora viesse carregada de boas intenções, tornou-se um fardo para Ji-Soon à medida que crescia. Os muros do castelo, outrora seu refúgio seguro, transformaram-se em uma prisão invisível, limitando seus horizontes físicos e emocionais. A jovem princesa ansiava pela liberdade de explorar além das muralhas, mas seu pai, o Rei Kim, atormentado pelo medo de perder sua filha preciosa, mantinha-a sob constante vigilância.
Os guardas, com suas armaduras reluzentes, eram sua sombra constante, seguindo-a por onde quer que fosse. Seus irmãos mais velhos, encarregados de sua proteção, também se tornaram seus guardiões, sempre alertas e prontos para defendê-la de qualquer perigo. Ji-Soon, apesar de amar sua família e reconhecer a importância de sua segurança, começou a sentir o peso da restrição imposta sobre ela.
À medida que os anos passavam, a sensação de claustrofobia aumentava. O castelo, embora majestoso e imponente, transformou-se em uma gaiola dourada para a jovem princesa, que ansiava pela liberdade e pela oportunidade de explorar o mundo além das muralhas. Seu coração, cheio de curiosidade e desejo de aventura, ansiava por novas experiências e descobertas, mas suas asas estavam constantemente cortadas pela preocupação e pelo medo de seu pai.
Apesar de sua condição privilegiada como princesa herdeira, Ji-Soon sentia-se aprisionada dentro das paredes do castelo. Seus dias eram preenchidos por lições formais, protocolos cerimoniais e reuniões diplomáticas, mas seu espírito ansiava por algo mais. Ela sonhava com o mundo lá fora, com as vastas florestas, os rios serpenteantes e os campos abertos que se estendiam até onde os olhos podiam ver. No entanto, esses sonhos pareciam cada vez mais distantes e inalcançáveis enquanto ela permanecia confinada em sua torre dourada.
A proteção excessiva que cercava Ji-Soon era uma manifestação do amor e da preocupação de seu pai, mas também era uma fonte de frustração e angústia para a jovem princesa. Ela desejava ardentemente a liberdade de explorar o mundo, de seguir seu próprio caminho e de descobrir quem realmente era além das expectativas e das obrigações impostas a ela. No entanto, a realidade de sua situação parecia sufocante, e ela se via presa em um ciclo interminável de dever e restrição.
No dia do seu sétimo aniversário, Ji-Soon estava inquieta. Observando o sol nascente pela janela da sua torre, sua mente fervilhava de curiosidade sobre o mundo além dos muros do castelo. Sana, sua fiel serva, era a única companhia permitida em seus momentos de reflexão. Ao questionar Sana sobre o distante lago que avistava, a serva compartilhou histórias de noites estreladas à beira d'água, despertando a imaginação da princesa com promessas de aventura e beleza.
Enquanto os preparativos para a festa se desenrolavam abaixo, Ji-Soon ansiava pela liberdade que se esgueirava além das torres e muralhas. Sua infância, marcada por uma excessiva proteção, começava a pesar como os próprios muros que a cercavam. Aos olhos do rei, cada pedra do castelo era um escudo contra os perigos do mundo, mas para Ji-Soon, tornaram-se as barreiras que a separavam de suas aspirações mais profundas.
A torre, seu refúgio e prisão ao mesmo tempo, tornou-se o símbolo de sua crescente inquietação. As paredes que antes a acolhiam com segurança agora a sufocavam com sua imponência opressora. Ji-Soon desejava a liberdade de explorar o mundo além dos portões do castelo, de sentir a brisa fresca acariciar seu rosto e de mergulhar nos segredos que o lago distante guardava.
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𝕾𝖎𝖓𝖋𝖔𝖓𝖎𝖆 𝖉𝖔𝖘 𝖊𝖑𝖊𝖒𝖊𝖓𝖙𝖔𝖘
FantasyNas terras onde o controle dos elementos é vital, uma princesa nasce destinada a governar o reino da água. No entanto, desafia todas as expectativas, nascendo sem a habilidade de comandar sequer uma gota. Os deuses elementares abençoam-na com os don...