Eu não sou um anjo

Uma baby?

Eu chego em casa, guardo o carro na garagem e vou em direção a porta, abrindo.
O ambiente aconchegante envolve-me suavemente, em contraste com a atmosfera impregnada de cheiro de bebida da última casa que invadi. Meus passos agora são leves, quase reverentes, enquanto eu me movo pela sala iluminada por uma suave luz âmbar, deixando para trás o peso do mundo exterior e abraçando a segurança de meu próprio refúgio.

Em pouco tempo eu me lembro de Nayi, eu olho para ela que está saltitante.

- Essa casa, parece de boneca, é tão confortável, eu não sabia que uma casa poderia ser assim.

Ela corre para o sofá e abraça o travesseiro.

- é tão confortável e quentinho, eu nunca pensei que sentiria isso.

Eu inclino um pouco o rosto para o lado a observado, eu coço a nuca e penso comigo mesma "o que eu vou fazer com essa garota?".

- Você está com fome? ~Eu pergunto para ela.

- Sim por favor, eu posso comer hoje?

Eu sorrio e levo ela para a cozinha.

Decido fazer um sanduíche, Eu seleciono os ingredientes com precisão, escolhendo o melhor pão, cortando fatias finas de queijo e presunto.
Enquanto monto o sanduíche, eu adiciono um toque extra de carinho, espalhando uma generosa camada de mostarda suave. O aroma delicioso se espalha pela cozinha, criando uma sensação acolhedora que preenche o ambiente.

- Há alguma coisa que você não coma?

- Eu não como cebola.

- Só?

Ela acena confirmando enquanto fica vidrada no sanduíche, eu sorrio e ao terminar entrego a ela.
Me sento com ela na mesa que come o sanduíche desesperadamente, eu dou um suave riso antes de me levantar e colocar pipoca para estourar, esperando pacientemente na frente do microondas enquanto ela come.

Parece uma sincronia perfeita, assim que ela termina o sanduíche a pipoca fica pronta, o aroma enche a cozinha, eu adiciono sal e me viro para ela.

- Vamos assistir alguma coisa? Você pode escolher.

Ela se levanta um pouquinho confusa, eu seguro a mão dela e levo ela para sala, eu coloco o saco de pipoca no colo dela e começo a trocar os canais.

- Quando você achar algo que te interesse me diga para parar, ok?

Ela acena o rosto em concordância enquanto come a pipoca; minutos depois ela diz para eu parar em um canal infantil, o personagem está usando uma chupeta, ela aponta para a tv e diz:

- Eu quero aquilo.

Meus olhos se arregalam de surpresa.

- Aquilo? Uma chupeta? Você quer? O que?

- O que está na boca dele, eu quero.

Eu me engasgo com a pipoca antes do meu rosto suavizar.

- Você precisa de roupas, vou te levar para comprar algumas e se acharmos uma chupeta no caminho eu compro para você.

Ela acena concordando e deita o rosto em meu ombro