Alane mordia os lábios com tanta força que sentia o sangue escorrendo há minutos, mas era a única coisa que podia fazer para suprir as lágrimas que queriam cair. Fernanda estava olhando seriamente para ela, e a menina mantinha a cabeça tão baixa quanto podia. Se sentia culpada, Vanessa e Beatriz estavam passando por isso por sua culpa.
— Vejo bem que os 5 minutos iniciais que dei a vocês não funcionou. Como é possível serem tão despreparadas e desprovidas de inteligência se faltam as aulas para estudar? — Fernanda falou enquanto caminhava calmamente até a mesa delas. Alane se encolheu ainda mais ao ouvir os risinhos e rapidamente limpou uma lágrima que caiu por sua bochecha, fungando. — Parem de fazer o teste imediatamente. Vão ficar depois da aula para assinar o termo de reprovação.
As três meninas largaram as canetas em cima da mesa e ficaram mortalmente quietas. O pé esquerdo de Alane balançava freneticamente e ela estava segurando o choro de maneiras absurdas, não queria desmoronar ali e ser motivo de mais bullying. Ela tinha que arcar com as consequências.
— Você me decepcionou muito, Alane. Muito mesmo. Jamais esperei isso de você.
A menina balançou a cabeça, reprimindo um soluço.
— Isso é que dá ter amizades. São tão más influências para você. Nunca fez nada disso quando se dedicava a minha aula, isso te tornou burra e estúpida.
Mais risinhos. Mais um soluço reprimido.
— Desculpe senhora.
A voz dela saiu embargada e fraca, mesmo que tivesse se esforçado para sair firme. Fernanda ficou surpresa, olhando para ela com os olhos levemente arregalados. Alane estava chorando!?
Atordoada, a professora caminhou até a cadeira, tentando ver se estava certa e ficando frustrada quando Alane virou a cara.
O tempo foi passando, os alunos foram terminando seus testes e levando até a professora. Mesmo sabendo que todos ali iriam reprovar porque ninguém nunca entendia a matéria de Fernanda, ainda se sentiam sortudos que não fossem eles na pele de Alane, Vanessa e Beatriz. Quando o último aluno saiu da sala, Fernanda moveu seus olhos até as três garotas sentadas de cabeça baixa nas mesas.
— Senhoritas, venham até aqui.
Engolindo em seco, Vanessa foi a primeira a levantar e respirar fundo, caminhando até a professora. Ela parou no meio do caminho e olhou nervosamente para trás, implorando com o olhar que as outras duas fizessem o mesmo. Lentamente, Beatriz e Alane se juntaram a amiga e as três pararam em frente a mesa da professora de cabeça baixa.
— Então? Não conseguiram fazer nenhuma questão? — ela sorriu de forma irônica. — Que engraçado! Mataram aula para estudar, não?
— P-professora-
— Quieta senhorita Reis! — a garota de cabelos castinhos assentiu com o olhar mortal que recebia. — Acho que seria muito fácil reprovar vocês de qualquer maneira, já que aparentemente todas pensam igual e seriam incapazes de resolver esse teste de qualquer forma. — as três meninas se encolheram com a voz pingando em desgosto que a professora usava. — Sentem-se novamente e tentem resolver os testes em conjunto, vai ser divertido demais observar vocês tentando e fracassando.
Vanessa levantou a cabeça para replicar, porém os olhares que Alane e Beatriz mandavam para ela a fizeram desistir. Assentiu a contragosto.
— Sim senhora.
Voltaram cabisbaixas para seus lugares e juntaram as cadeiras, tentando inutilmente fazer o que lhes foi ordenado. Elas viam os olhares de diversão e ironia que a professora mandava enquanto bebia água e batucava na mesa.
— Essa mulher é um demônio. — Beatriz sussurrou perto de Vanessa, que assentiu.
— Eu me arrependo de tê-la subestimado, mas ela precisa de ajuda.
— Não vai se juntar as suas amigas para falar de mim, Alane? — todas elas se arrepiaram com a voz da professora e abaixaram as cabeças. — Era isso que estava fazendo ontem, não era? — a voz de Fernanda pingava desgosto e, se prestassem atenção, mágoa.
— Professora. — Beatriz chamou levantando a mão. Fernanda olhou friamente para ela. — S-se a Alane seguir a senhora no Instagram, podemos ir embora? — Fernanda ficou impossivelmente séria, sua feição obscura.
— Bia! — Vanessa ralhou, dando um tapa na menina. As bochechas de Alane queimaram e ela se encolheu. — P-perdão senhora.
— Deve querer muito ficar trancada comigo já que gosta tanto de detalhes sobre a minha vida não é, senhorita Reis? — ela falou friamente. — Posso colocá-la na detenção comigo até as 10 da noite se preciso para manter essa língua gigante dentro da sua boca e bem fechada. — a menina engoliu em seco, negando.
— Não precisa se incomodar.
— Ótimo. — os olhos de Fernanda voaram até Alane, mas a menina ainda estava encolhida evitando olhar para ela.
Os minutos foram se passando e aquela altura, Beatriz e Vanessa já haviam chorado e desistido. Alane tentou, com as mãos trêmulas, lembrar de alguma fórmula física que pudesse ajudá-las, mas nada saía. Estava se sentindo extremamente culpada de ver suas únicas amigas sofrendo na mão daquela professora cruel, não tinha como ignorar isso. Via como elas se esforçavam para tentar e fracassavam. Não podia tolerar aquilo.
Justo quando Alane desistiu e estava prestes a se levantar para falar em favor delas, uma mão firme se fechou em torno do seu pulso e a obrigou a se sentar novamente. De olhos arregalados, ela viu Fernanda abaixada ao seu lado, olhando fixamente para ela.
— Não precisa fazer o teste, Alane. Você sabe que nunca reprovaria na minha matéria. — os olhos gentis que sempre foram dados somente a ela estavam de volta. — Arrume suas coisas e vá almoçar, senhorita Dias.
Alane era diferente. Afinal, ela era a favorita de Fernanda.
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— Mais um capítulo para vocês, esse teve 920 palavras! Eu recentemente achei muitas fanfics da Fernanda e da Alane e vou botar a lista dos perfis das autoras !
— Caso fiquem com preguiça de pesquisar os perfis, é só ir no meu perfil e ver a minha lista de leitura com todas as fanfics da Fernanda e da Alane que eu achei! (inclusive se vocês conhecerem alguma que não esteja na lista comenta o nome do perfil da autora, porque eu também vou querer ler.)
