Capítulo I - Degustação

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... — STELLA, PARA! ...

Sigo correndo e caindo em lágrimas, já não escuto mais nada, nem ninguém. Sinto uma forte brisa gelada bater em mim – como se estivesse me mandando parar de correr – eu rapidamente paro, na beira de um penhasco.. assustada com aquela visão, me pego pensando "e se eu não tivesse parado". A noite está caindo e quase não dá para ver nada lá embaixo...

— Por Deuses, que sonho foi esse? isso pareceu ser tão real...

Estou suando embaixo das cobertas e com uma tremenda dor de cabeça, acho difícil eu conseguir voltar a dormir agora. Levanto-me da cama e vou ao banheiro, quando me olho no espelho, eu estou com uma cara péssima, como se tivesse corrido uma maratona. Pego um remédio para dor de cabeça no armário e vou para o chuveiro tomar um banho.

A água quente caindo sobre a minha pele é algo tão confortante, eu estava precisando sentir isso. Termino o meu banho, me enrolo na toalha e vou para o quarto, chegando lá, pego meu celular para ver as horas: 2:20.

— Minha nossa, o que eu estou fazendo acordada?

Bom, eu sei bem o motivo de eu estar acordada, um sonho que me tirou da cama e me tirou o sono também, mas... — Aquilo foi tão real, será que foi um sonho mesmo?

Me perco em meus pensamentos e quando vejo já está dando 3h da manhã.

Olho pela minha janela e a rua está calma, com uma leve neblina, um céu estrelado e uma bela lua cheia, decido ir até o quintal.

— Será que está muito frio? Vou levar uma mantinha.

Desço as escadas com muita calma, para não acordar ninguém. Passando pela cozinha, decido fazer um chá, um chá de camomila que eu amo.

Magia, minha gata, logo acorda e vai até mim na cozinha, — Oi filha, eu te acordei né? Mas onde a senhorita estava Magia? Não te vi no quarto quando acordei!

— Meow. — Ela responde, passando entre as minhas pernas.

— Magia, magia, vem, vamos lá fora, tomar um ar.

E assim nós duas seguimos para o quintal, sento-me em uma das poltronas e a Magia se deita no meu colo.

— Que noite mais linda, né Magia? — Ela olha para mim e se acomoda em meu colo. "Magia, tão linda e negra como a noite".

Observando a noite, concluo que ela tem sua magia e sua beleza, concentrada em meus pensamentos, fecho os olhos e respiro fundo, um ar levemente gelado entra em meus pulmões.

— Oi Lua, minha melhor ouvinte e companheira noturna... Eu tive um sonho ou não, não sei bem, mas enfim, foi tudo tão rápido e estranho que eu fiquei com um sentimento tão confuso dentro de mim, o que eu faço? — Soltando um suspiro, me acomodo na poltrona.

Eu amo conversar e desabafar com a Lua, sinto uma paz depois de fazer isso, por uns instantes sinto uma calmaria muito boa, sigo tomando meu chá e observando a noite e quão bela ela é...

Termino meu chá e sigo dando carinho na Magia, até ouvir um 'psiu' que me faz mudar de foco. "O que foi isso?" Penso comigo e olho em volta, mas não vejo ninguém, mas escuto de novo um 'psiu', olho para a Lua e sinto ela brilhar e isso me faz levantar e procurar de onde está vindo esse tal 'psiu'. Coloco a Magia na poltrona, mas ela desce e vem atrás de mim.

— Ok, então vamos...

Olho em volta outra vez, mas não tem nada. Magia se senta atrás de mim, quando eu olho para ela vejo um papel na grama.

— De onde isso saiu?

Está escrito 'oi vizinha', com uma letra bem tortinha, só pode ser de uma criança! Olhei ao redor e não vi ninguém, até que escuto um 'psiu' de novo, e quando eu olho para cima tem uma garotinha na janela da casa vizinha, quando ela me vê se abaixa na janela

AutiTulieOnde histórias criam vida. Descubra agora