Capítulo II - Degustação

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Acordei no 'dia seguinte' com a Magia miando e arranhando a porta para sair.

— Bom dia filha, eu não tinha deixado essa porta aberta ontem à noite?! Já estou indo. — Digo e me levanto, quase me arrastando até a porta e a abro para a Magia sair.

Volto para a cama, a preguiça como sempre toma conta de mim e resolvi ficar um pouco mais na cama. Até eu me lembrar que fui dormir 5h da manhã e que já não deve estar mais tão cedo assim. Me levanto e vou para o banheiro tomar um banho para acordar.

Voltando para o quarto, percebo que a casa está muito quieta, — Mãe? Pai?

Que estranho não ter ninguém em casa no sábado. Sigo para o quarto e coloco um pijama mesmo, não estava pensando em sair de casa, olho ao redor e meu quarto está necessitado de uma faxina — Quartinho em outro dia eu arrumo você, não vai passar dessa semana, eu acho. — Pego meu celular e desço para a cozinha, para comer alguma coisa e vejo um bilhete da minha mãe no balcão: Stella eu e seu pai fomos para casa de sua avó, ela não estava se sentindo muito bem e não vamos deixá-la sozinha, mais tarde lhe damos notícia, beijo mamãe.

Ok, estou mesmo sozinha em casa, espero que vovó fique bem, faz muito tempo que não a vejo, por não ficar muito à vontade perto de algumas pessoas da família, acabei me afastando de todos e até mesmo dela.

Sigo procurando alguma coisa para comer e resolvo tomar um suco e comer uma fruta, já são 10h e não quero tomar café e nem almoçar agora.

Me sento no sofá e começo a pensar na noite passada "sem sonhos essa noite... que estranho" fico com isso na cabeça, tentando lembrar de algo, mas não consigo... — Tem alguma coisa errada Magia. — Me perco pensando nisso, tentando me forçar a lembrar de qualquer coisa que eu possa ter sonhado, mas nada, nada aparece.

Acordo no sofá com a Magia me cheirando,

— Oi pequena, acho que acabei cochilando aqui. — Digo me sentando. Olho pela janela e o dia parece estar lindo, decido dar uma volta,

— Magia, vamos sair?

Mal acabei de falar e ela já foi para a porta. Magia é uma gata diferente das outras, ela não foge e não vai atrás de nada, fica sempre comigo, sempre vamos até o parque que tem perto de casa. Meus pais não a entendem, ninguém nunca viu um gato fazer isso, mas a minha faz.

Vou até meu quarto para me trocar, afinal, não vou sair de pijama, coloco um short e uma blusinha, tudo bem básico, solto o cabelo, passo um gloss e pronto.

Andando pela rua com a Magia, de repente ela fica parada, meio arisca, isso nunca havia acontecido antes. Ela aparentava estar desconfiada e começou a me rodear, como se estivesse me protegendo de alguma coisa, que é inexistente – aos meus olhos pelo menos – e assim ela permanece por uns segundos, até começar a ficar nervosa olhando para um lugar específico.

— Magia? O que foi?

Ela nem olha para mim e começa a rosnar e miar um pouco alto, ainda focada no mesmo local na calçada. Como estávamos perto de casa e eu cogitei voltar, já que aquela situação não estava nada normal, mas a Magia não me deixava sair do lugar e isso estava me assustando. — Magia, o que tem ali? — Eu perguntei a ela me agachando para ficar mais próxima dela e dessa vez ela me olhou, de um jeito irreconhecível, ela é tão dócil, mas dessa vez, estava com um olhar frio. — Magia, minha pequena, se acalme. — Digo e começo a fazer carinho nela e ela parece mesmo se acalmar.

Sento-me na calçada ao lado de Magia, que já está bem mais calma, até ouvir alguém me chamar, olho para trás e um homem vindo em minha direção, contra a luz do sol, que faz com que eu não o reconheça de imediato. Quando ele se aproxima vejo que é Fael, me levanto para falar com ele e sinto um calafrio, olho para Magia que está sentada ao meu lado, não está ventando nem nada, estranho esse calafrio de repente, mas enfim.

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