Sai despreocupadamente da sala de aula após o sinal.
A pior parte de ser um anjo operário era que eu era obrigada a fiscalizar cada movimento daqueles animais, vândalos, chamado de "adolescentes".
Sai para fora da sala aos tropeços e empurrões, aqueles humanos mal educados, não me deixavam passar.
Quando cheguei na escada o movimento estava menor.
Vi uma garota tropeçar e um garoto segura-la,sem querer esbarrei nela e murmurei envergonhada:
- Desculpe.
Ela nem olhou para mim.
Eu estava farta de ter que ficar naquele mundo. Queria voltar para casa... o céu... paraíso... tranquilo, onde os anjos tocavam músicas líricas e eu tinha paz interior.
Quando cheguei ao lado de fora da escola, fiquei em frente ao portão esperando minha "mãe" vir me buscar.
Meu amigo Engel passou por mim e me deu tchau, respondi com um belo sorriso, Engel era um dos únicos que eu gostava naquele mundo.
Eu tinha sido mandada junto com Auria que fazia papel de minha mãe e Luiz que fazia o papel de meu pai naquele mundo estranho.
Eu tinha uma missão ali, tentar ajudar uma suicida. Eu havia de certa forma me apegado a Thatta... Ela era só... Uma garotinha assustada e solitária.
Auria me ligou e disse que não poderia ir me buscar.
Fiquei com um pouco daquele maldito sentimento humano a raiva.
Comecei a seguir de pé para casa e já não bastasse o frio, começou a chover, por conta do outono o tempo estava frio.
Há um certo ponto da minha caminhada me senti sozinha, a rua estava deserta.
Também quem seria o idiota a estar andando na chuva num frio daqueles?
De repente vi um idiota como eu... Quero dizer... Vi um garoto.
Ele parecia desorientado como se estivesse tonto, e sem mais nem menos, ele caiu de joelhos numa poça de água da chuva.
Eu nem lembrei das roupas e dos sapatos, me joguei a lado dele no chão.
- Hey garoto?! O que houve? Você está bem?! - perguntei tentando ajudá-lo a sentar.
- Eu estava... Tonto... - respondeu o garoto.
Ele me olhou e um susto me tomou, era como se eu tivesse tomando um choque.
Eu não tinha reação só olhava com os olhos vidrados e ele me olhava da mesma forma.
Eu nem conseguia puxar o ar para meus pulmões estava estática... Como se eu tivesse me prendendo a ele.
