|1| De frente com o assassino

1K 88 91
                                    


|Nos braços do meu assassino - Capítulo 1|

🗡️

Estou suando... Bem que poderia ser de nervosismo, mas essa época já passou faz tempo.

O lugar é muito abafado, o que me deixa com calor. Mal iluminado, sem janelas e longe da cidade.

O local perfeito para um homicídio.

Sim, eu sou um assassino. E não querendo me gabar não, mas eu sou perfeito no que faço. É como se isso estivesse enraizado em mim, fizesse parte de mim. Isso é a minha vida, e eu a levo muito a sério.

Às vezes não consigo deixar de pensar no quão psicopata eu sou, já admiti há um tempo em umas das minhas divagações que, sim, eu definitivamente sou um. Mas se sou, existe um psicopata do bem? E se existe, eu sou um desses? À que nível disso eu sou? Ou talvez eu só fique o tempo inteiro me alimentando de mentiras, com pensamentos positivos de que tudo isso é em prol da sociedade. Ah, qual é! É o governo que paga meu salário. Eu estou no caminho certo... E nunca vou me arrepender disso.

Esses pensamentos é algo que vem sempre, porém deixo para pensar enquanto minha vítima ainda está desacordada, já que essa hora é a mais chata e me enche de ansiedade. Simplesmente não é algo que consigo fugir. Isso me persegue. Às vezes imagino o que minha mãe pensaria de mim se ela descobrisse que sou um assassino, e não um simples agente de combate na KNPA, como ela se enche de orgulho em dizer para as vizinhas...

Passo um lenço em minha testa, praguejando por ter colocado essas roupas quentes e maltrapilho, porém fazia parte do disfarce a calça ser toda rasgada e o blusão ser meio encardido para que o sequestro fosse bem-sucedido. Mas claro que nem nesse caso o Rolex podia faltar, essa parte era o charme que eu não podia abandonar.

Olho para o garoto à minha frente.

Ele já não devia ter acordado? Acho que apliquei sonífero demais, merda. Vou começar a dosar mais. Não tenho todo o tempo do mundo hoje...

Pego minha caderneta na mesa e analiso as informações. Conhecido como Chimmy, asiático, loiro, um metro e setenta e quatro - vou dando um check na folha. Olhos castanhos... Olho para ele. Essa parte só vou dar check quando ele acordar.

Chacoalho meu Rolex no pulso. Três e quarenta da tarde. A hora da morte provavelmente será por volta das quatro e vinte, ainda não posso preencher essa lacuna. Começo a ficar impaciente.

O garoto é bonito, parece ter uma boa saúde, pena que escolheu o caminho errado. Pena para ele, e ótimo para mim.

Na verdade, além de eu ser excelente no que faço, eu amo isso. Eu amo matar pessoas, sinto prazer nisso. Se eu sinto orgulho de falar essas palavras com naturalidade? Para falar a verdade, eu não sinto nada. Nem remorso, nem pena, nem nada. Eu apenas faço, e gosto disso. Deve ser porque essas pessoas não prestam, elas não trazem nada de bom para o mundo. Então estou fazendo um favor para a sociedade. Não tem por que eu sentir culpa nisso.

Continuo com os tópicos da caderneta.

Nome, não tenho ideia, talvez eu descubra. Idade. Idade... Olho para ele, enquanto bato a caneta na caderneta, pensativo. Suas mãos amarradas atrás da cadeira, o rosto tombado para o lado, ainda desacordado. Ele tem uns lábios enormes. É fofo. Suas pernas abertas na cadeira, as pernas e coxas bem torneadas, deve praticar muito exercício físico. Eu daria... Por volta de 23 anos. Talvez da minha idade, hum... Ainda preciso descobrir.

Nos braços do meu assassino | JJK*PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora