Sentir ou não sentir? Eis a questão.

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     Eu poderia escolher vários tópicos super profundos ou existenciais, mas entre todas as opções possíveis sempre tinha um tema que voltava à tona, não importa qual fosse o assunto. Sentir é algo definitivamente complicado, a única coisa em que todos nós estamos verdadeiramente sozinhos, porque não importa a explicação que eu dê, as palavras que eu use, o meu conceito de um sentimento X não vai ser o seu conceito de um sentimento X, isso te deixa jogado para tentar decifrar as sensações por si próprio, e qual da nossa terrivelmente limitada coleção de palavras vai descrever quem é você nesse momento. É estranho pensar que poucas pessoas pensam, na verdade deixa eu explicar um pouquinho melhor, é esquisito raciocinar que ser humano já está tão enraizado nas pessoas, fazendo com que poucos questionem ou pensem sobre o que faz você parte do todo, já que mesmo sendo tão diferentes e com conceitos de sentimentos distintos, várias pessoas acabam tendo experiências parecidíssimas; isso tudo levanta um questionamento, o quanto os seus sentimentos afetam quem você é?
     Aqui nós entramos no território mais perigoso de todos, a parte em que eu cito informações que não vão ser confirmadas, você pode tentar questionar dizendo que é importante que um livro tenha fontes confiáveis para validar as informações, mas você para pra pesquisar as informações das suas crises existenciais? Ótimo, nem eu, por isso qualquer questionamento em relação a esse assunto não vai ser automaticamente levado em consideração, me da um desconto vai, eu tenho 13 anos, a maioria dos adolescentes da minha faixa etária não estão nem preocupado em passar de ano imagina escrever um livro sobre assuntos que eu tenho vergonha de mencionar em voz alta ( por medo de ser taxada de louco ).
     Felizmente as dúvidas pendentes já foram esclarecidas, e o último parágrafo é um belo exemplo de como os meus sentimentos interferem na maneira como eu me porto em um ambiente social, mesmo sem nenhum julgamento direto no momento eu me senti na necessidade de me explicar para um POSSÍVEL leitor que talvez ache a falta de fontes um problema.
     Ser uma pessoa é um conceito amplo até demais, áreas como a filosofia debatem sobre a utilização correta desse termo, mas aqui nesse livro nós debatemos e contemplamos de forma completamente amadora e não estudada, então vamos lá. Com uma rápida pesquisa no google, o resultado que eu encontrei me diz que uma pessoa é um ser com sentimentos, vontades e inteligência, nesse caso inteligência faz referência a racionalidade e controle para a capacidade de agir, muito complexo né? Vamos focar só na parte interessante, a primeira descrição que eu achei foi citando os sentimentos então ser humano está intrinsicamente ligado com sentir, todo mundo sente mesmo que não na mesma medida ou do mesmo jeito, mas se sentir é algo tão normal, comum e único porque algumas pessoas preferem fingir que não sentem de jeito nenhum?
     Com essa introdução em mente, minha primeira hipótese seria mais relacionado a parte comum de sentir, todos sentem, só o fato de sentir não te faz especial porque o contrário é impossível, mas se você fosse capaz de fazer algo impossível isso te colocaria em alguma posição "superior" do resto das pessoas, você seria capaz do impossível, e seguindo a risca o dicionário, também deixaria de ser uma pessoa. Esse ar de superioridade sobre-humano é muito tentador para a maioria da população que pensa não ter nenhuma característica marcante, a necessidade constante de se destacar na multidão faz com que os outros se apeguem a essa idealização de como ser alguém, um objetivo sobrenatural terrivelmente tentador. Mas parando para pensar nessa possibilidade de um olhar mais crítico, quais são as vantagens de ser diferente no quesito mais comum? A motivação que te trouxe até essa posição, que te fez desse jeito é movida a base de sentimentos, por querer tanto se destacar você sentiu que precisava se tornar diferente de todos para se tornar alguém, o desespero pela atenção de pessoas te levou até um lugar em que as pessoas não são mais necessárias; por sentir tanto você quis não sentir mais nada, isso te afastou de tudo que te fazia alguém, dos sentimentos e das vontades, para ficar com a mísera inteligência que te deixou na mão quando você mais precisava de algo para se convencer do contrário.
     Que fim trágico não é mesmo? Você pode pensar que ser tão extremista te levou a um lugar tão deplorável, logo a única opção plausível seria ficar do lado completamente contrário a essa possibilidade, certo? Errado!
     Pessoas que sentem demais são tendenciosas a não saber discernir quais sentimentos são "importantes" e quais não devem ser levados em consideração, por mais que sentir muito também pareça tentador toda escolha tem as suas desvantagens e é isso que eu vou te explicar agora meu caro gafanhoto! Não existe nada como um sentimento inútil, todos os sentimentos são importantes e devem ser tratados como tal, por isso a colocação das aspas anteriormente, agora vai ser mais experiência própria do que achismo já que aqui não trabalhamos com fontes. A glamourização de sentir demais e tomar toda e qualquer dor para si mesmo vai mais machucar do que ajudar, mesmo sendo um animal racional sociável para sobreviver, o ser humano precisa priorizar os próprios sentimentos em relação os outros, e é ai que as pessoas que sentem demais pecam. Caso você queria tomar as dores dos outros para você isso é perfeitamente possível, mas tudo tem um preço, por focar tanto nos outros é possível, e provável, que você vá dissociar frequentemente, ou até ter crises de despersonalização nos piores casos, é importante ter uma identidade definida e ter cuidado regular com quem você é, ao priorizar os sentimentos dos outros você perde tempo para cuidar da sua identidade, fazer manutenção dos seus sentimentos e correr atrás das suas vontades e sonhos; sem vontades e sem conseguir entender os próprios sentimentos, tudo acaba se segurando na inteligência para manter essa forma racional viva, que já deixou de ser uma pessoa faz tempo, se formos seguir a risca o dicionário.
     Portanto, é no mínimo óbvio para mim e eu espero que para você também, que não é bom estar em nenhum dos extremos dessa escala, e isso se aplica a boa parte das coisas no mundo não só sentimentos, o equilíbrio é ideal para formar uma pessoa que se preza, mas você consegue imaginar como seria estar no meio? Não que eu esteja duvidando da sua inteligência, mas como o livro é meu, irei explicar a minha idealização de como estar perfeitamente neutro nesse quesito! Nos dois lados, nós vemos como foco nos sentimentos afeta a sua concepção de como o mundo lhe vê, a diferença entre eles é a forma com que os mesmos lidam com esse "problema", se é isso que os levou a ruína então será explicitamente isso que nós vamos evitar, o foco será parar de tratar os sentimentos como um peso, algo que deve ser contornado, e agora nós iremos trabalhar com os sentimentos e aceitar essa parte nós mesmo. O perfeito equilíbrio entre priorizar os próprios sentimentos e tomar o tempo para se entender sem negligenciar os outros e o que eles sentem, isso meus amigos, é o que eu chamo de maturidade!
     É comum ver esse termo sendo jogado de um lado para o outro sem realmente considerar o seu significado por si próprio, o google me diz que a maturidade é um estado de plenitude de conhecimentos, o estágio final de crescimento em todos os sentidos, o que faz muito sentido sendo considerado no contexto atual, depois de experienciar os dois lados da moeda, o equilíbrio é alcançado e o passado é deixado para descansar no esquecimento. E é aqui que esse assunto se encerra e é deixado na memória, os sentimentos passados deixam espaço para o novo, não por não ser mais necessário e sim porque evoluir é inevitável, o futuro é infinitamente distante mas inevitável.

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