Em três dias completaria dezoito anos, não que isso mudasse alguma coisa em sua vida, pensou ela, manipulando com uma pequena gota de agua entre o dedos.
A lanchonete estava cheia hoje, era irritante saber que não teria um segundo de paz em seu último dia na Cidade Republica. Ailehn voltaria para a Tribo da Água do Norte, não era seu lar, e nem de seu desejo voltar retornar, mas havia sido o lugar que a acolheu -apesar de tudo- quando ainda era criança, além do mais, não poderia ficar por muito mais tempo na Republica.
Pegaria o trem flutuante em duas horas, e já tinha tudo que precisava em sua mochila.
Um televisor enorme no centro do espaço capitou a atenção de todos ali ao mencionar, depois de muito tempo, o avatar. A menina de longos cabelos negros chegou a revirar os olhos. Segundo suas estatísticas, o avatar seria cerca de um ano mais novo que ela, e cada noticia que a mídia fazia questão de publicar, era o suficiente para todos os lugares do mundo comentarem sobre o misterioso Avatar do Reino da Terra.
Ela nunca tinha o visto, a não ser em dois programas televisionados anos atras. Era apenas uma criança quando o avatar apareceu pela primeira vez, depois disso nunca mais foi visto, alguns artigos e reportagens sobre seus estudos eram publicados de tempos em tempos nos jornais ou revistas.
"Pela primeira vez o Avatar dará uma coletiva publica sobre suas atividades e deveres."
Ailehn quase riu alto. "Atividades" minha bunda, sussurrou a menina.
Quando o Avatar atual foi descoberto, tiveram a certeza que a Avatar Korra havia partido, contudo, finalmente depois de muitos anos e esforços da parte dela, tudo estava em paz como deveria ser.
O mundo espiritual e o físicos, agora interligados, não poderiam estar em maior harmonia. O que o novo Avatar faria, se tudo já havia sido resolvido? Esse era o maior questionamento, não só de Ailehn.
Guardando suas teorias para si mesma, ela desistiu de comer seu pão, o lugar estava lotado de mais para seu gosto, e a ansiedade de não saber o que faria quando chegasse no Norte não a deixaria digerir bem a comida.
Pagou pelo suco que mal havia tomado, e saiu da lanchonete.
As ruas da Cidade República estavam cheias como de costume, a menina vestiu o capuz do moletom, e fluidamente se dirigiu a Estação Ferroviária, automóveis e carroças com os cavalos-avestruz tomavam todo o espaço das ruas. As lojas sempre eram cheias, o comercio fluía bem, e tudo melhorou para a Republica Unida com abertura do portal.
Mesmo de onde estava, ainda se podia enxergar o feixe de luz do Portal de Korra nos céus. Alguns espíritos andavam livremente, outros haviam sidos "adotados" por humanos, ou eram inteligentes o suficiente para não tentarem o contato conosco.
Ailehn refletiu se ao invés de voltar para a sua tribo, quem sabe pudesse ir até os Templos do Ar Sul e ficar uma temporada lá, Ela sabia que ir para as Terras do fogo não era uma opção, e não poderia mais ficar aqui, não enquanto ele estivesse a procurando pelos arredores. Não era um problema voltar para a sua tribo, seria apenas tedioso de mais.
Mal percebeu o tempo passar, e em um piscar de olhos seu trem havia chegado. Apesar da sua mochila estar tão pesada que chegava a curvar suas costas, ela não foi barrada pela carga extra, precisou mostrar seus documentos, obviamente bem forjados, e não teve problema algum em justificar sua ida até a Tribo da Água, já que supostamente era seu lugar de origem.
As coisas haviam mudado muito durante os anos. As tecnologias cada vez mais desenvolvidas, e a população mais vigiada. Em seu passaporte, Ailehn era apenas uma mera dobradora de agua, não tinha um espirito vinculado, fixa limpa e nenhuma observação anexada. A realidade, é claro não poderia ser mais diferente, mas tinha que ser assim, se quisesse não chamar atenção das autoridades.
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Avatar; a Lenda da Guerreira de Sangue.
ActionApós 17 anos que a Avatar Korra trouxe o equilíbrio ao mundo, e a vida próspera junto aos espíritos, sua misteriosa morte ainda é questionada pelas nações. Ailehn é a filha bastarda da Nação do Fogo, e foi isolada ainda criança por nascer como uma...