Capítulo 7

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Alane respirou fundo, o choque percorrendo todo seu corpo enquanto a professora continuava olhando gentilmente para ela.

— Como, senhora? — perguntou baixinho, mal ousando respirar.

— Venha, vamos almoçar.

— Mas-

Fernanda já estava pegando sua mochila e puxando sua mão delicadamente para fora. Ela virou-se para olhar Vanessa e Beatriz com um olhar de desespero, enquanto as meninas a olhavam igualmente chocada. Mas Bia não perdeu tempo. Sacou logo o celular da mochila e começou a pesquisar furiosamente sobre as respostas do teste de Fernanda.

A professora a conduzia em silêncio pelos corredores vazios da escola, puxando seu pulso com delicadeza, mas sem deixar espaço para que ela fugisse. As bochechas de Alane coraram quando ambas saíram da escola pelos portões do fundo, os quais o porteiro fingiu não ver sob o olhar intimidador da professora, e atravessaram até pararem em um pequeno, mas aconchegante restaurante.

Alane estava petrificada quando se sentaram a mesa e Fernanda puxou a cadeira para ficar de frente a ela, chamando uma garçonete em seguida.

— O que vai querer, Alane? — ela perguntou calmamente, como se não tivesse arrastado uma aluna para fora da escola.

— Professora, eu preciso voltar e terminar seu teste.

Fernanda tirou os olhos do quadro de comidas para olhar para ela. Suspirou.

— Um café — falou autoritária para a garçonete, que correu logo dali. — Eu já disse, você jamais reprovaria na minha matéria.

— Mas não é justo. — falou baixinho, encolhendo os ombros. — Beatriz e Vanessa não fizeram nada e a senhora vai reprová-las.

— Elas merecem. — Fernanda disse imediatamente, mas logo crispou os lábios e respirou fundo para conter a irritação. — Eu sei que o teste estava muito difícil, era para você ver como são as consequências dos seus atos. Você nunca agiu assim antes, Alane, nunca faltou minha aula para se aventurar com amiguinhas pela escola. Elas não são boa influência para você, deve ficar longe.

— Eu não tinha amigos, senhora Bande. — sua voz saiu quase embargada. Fernanda olhou alarmada para ela. — Elas são legais comigo, me ajudam e me dão apoio. Eu gosto delas.

Alane se arrependeu imediatamente do que havia dito. Quase que imediatamente, a feição de Fernanda se fechou e uma expressão sombria assumiu seu rosto.

— É uma pena que elas estejam nesse exato momento colando no meu teste. Vou ter que reprová-las. — falou fria.

— Por favor senhora! — falou desesperada, e agarrou a mão da professora sob a mesa. Os olhos de Fernanda voaram para ela e Alane as recolheu na hora, as bochechas corando furiosamente. — E-eu não quis dizer isso! Somos só amigas.

— De um jeito ou de outro elas serão punidas por terem descumprido minhas regras. Você sabe como elas funcionam.

Alane baixou os olhos. Ela infelizmente sabia, e não teria jeito de escapar dos castigos de Fernanda. Respirou fundo e olhou pela janela.

— Sinto muito senhora, mas vou passar no escritório da senhora Brunet mais tarde e assinar o termo de reprovação das suas três matérias.

— Não brinque comigo Alane! — ela falou irritada, se aproximando dela na mesa. Alane recuou e balançou a cabeça.

— Não é justo, preciso fazer a coisa certa. São as únicas pessoas que me acolheram na escola, mesmo sabendo da fama que tenho. — ela olhou para a professora. Fernanda fechou brevemente os olhos. — Por favor, deixe o meu termo lá, irei assinar depois das aulas.

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