Capítulo 04

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Matheus

Acordei às 07:00 na segunda-feira, ontem fiquei jogando bola até tarde com os cria, e hoje tô derrubado. Levantei da cama coloquei ração pro meu vira lata, meu filho. Fiz um café, tomei banho, peguei o carro e fui até a distribuidora, fica na parte mais movimentada da favela, é um ponto estratégico que da muito certo. Arrumei o que tinha pra arrumar e peguei o caderninho onde anoto o que entra e o que sai, faço as contas da semana, vê quanto ganhei, comparar com a semana passada e tentar bater a meta essa semana. Tudo mec.

Meu funcionário chegou, Lucas tem 19 anos, novinho mas já é pai o filho da puta. Durante o dia recebi ligações, fiz entregas, atendi clientes, na hora do almoço, fechei e fui pra casa, dei carona ao Lucas e uma hora depois voltei. Hoje o movimento é fraco por ser segunda, mas da pra se virar.

Três horas da tarde chega um grupo de 4 mulheres e pedem cerveja, o Lucas atende e eu fico organizando o dinheiro. Pouco tempo depois chega seu José, esse aí, eu não sei como que tá em pé de tanto que bebe. Só vem aqui pra me perturbar falando de futebol.

José: E aí, theus?! Cadê o corno do seu pai? Perdeu a aposta ontem, falei que seu time ia perder, ele não botou fé, me deve um licor 43.-

Matheus: Deve tá em casa, uma hora dessa. Aí seu José. Tu só esculacha po, sou tão ruim de bola assim não.-

José: Tu não é ruim, tu é péssimo.- Falou rindo.- Me da aí um litrão de cerveja.-

Matheus: Filho da puta.- Falei rindo, e dei a ele a cerveja, ele pagou e foi embora.-

Saio da distribuidora e vou na casa do meu pai, ficar um pouquinho com minhas irmãs.
Entro e meu pai tá na porta fumando.

Matheus: Ai pai, Seu José, foi lá hoje, perguntou onde você tava, tu apostou um licor no meu time, nem eu aposto, imagine.-

Tiago: Aquele filha da puta, me provocou tanto que eu apostei.-

Matheus: Vocês não tem jeito. Cadê as meninas?-

Tiago: Tão brincando ali no fundo.-

Entrei e tava elas que já vieram correndo me puxar pra brincar e a Maria tava ali estendendo roupa.

Matheus: Vou brincar, mas sem maquiagem porque eu tenho que trabalhar.-

Mariane: Ah não Theus.- Falou cruzando os braços.-

Duda: Deixa Theus. Por favor.-

Matheus: Não po, brinca de outra coisa.- Depois de tentar me convencer elas começaram a brincar de barbie e eu era o Ken, maior playbozinho.-

Maria: Quer comer Theus?! Tem lasanha aí.-

Matheus: Quero não tia, valeu mesmo.-

Brinquei por mais um tempo e voltei pra distribuidora que tinha alguns clientes, normalmente não venho aqui todo dia, venho mais pra da uma olhada, o único dia que venho é na segunda pra fazer o relatório da semana que passou e cuidar do dinheiro, já que não consigo confiar em ninguém pra isso. Fora o Lucas tem mais 2 funcionários, o Jean, e a Ana Paula. Confio neles, e fim de semana nós servimos comida também, e as vezes um som ao vivo.

As 19:00 me despedi do pessoal e fiquei de bobeira na rua conversando com os meninos.

Felipe: Ontem nós tomou um suco menó, papo reto, nunca mais jogo bola contigo.-

Pedro: Que isso, cara muito ruim mesmo. Fez dois gols contra, o filho da puta.-

Matheus: Não precisa humilhar também, po.-

Davi: Terminei com a Kaila ontem.-

Didi: Também né, vivia colocando chifre na cabeça da coitada.-

Matheus: Terminou porque?-

Davi: Ela olhou meu celular e viu minhas conversas com a gabi.- Começamos a rir que nem retardado no meio da rua.-

Pedro: Mas é um tonhão mesmo, tomar no cu.-

Felipe: Era pra ela ter quebrado sua cara.-

Davi: Vai tomar no cu vocês, bando de retardado.-

Matheus: E meu pai, qua apostou uma garrafa de licor 43 no nosso time ontem.-

Didi: Nem eu que tava jogando apostava, imagina assistindo.-

Felipe: Apostou com quem?-

Matheus: Com seu José, o filho da puta foi lá me perturbar hoje.-

Pedro: É certo, o José ir lá toda segunda, quero me aposentar e ficar assim, acordar 06;00 da manhã todo dia, ficar na rua o dia todo, beber, transar e dormir.-

Davi: Meu sonho, papo reto.-

Didi: Visão.-

Caminhando na rua tá a Nanda, e a pretinha da lanchonete caminhando juntas e conversando, papo reto nunca vi uma mulher tão linda como essa. Elas se despedem e a Nanda vem na nossa direção e da um beijo no Pedro.

Nanda: Tem o que fazer em casa não, você? na rua uma hora dessas?- Falou com o Pedro.-

Pedro: Tava te esperando amor da minha vida.- falou dando mais uma beijo nela.-

Nanda: Sei, e vocês, tem casa não?-

Didi: E qual foi?! teu marido é outro.- falou bagunçado o cabelo dela. A gente ama perturbar a Nanda, se estressa rapidinho.-

Nanda: Filho da puta.- Falou arrumando o cabelo.-

Matheus: Oh Nanda, qual nome da pretinha, que tava contigo ali.-

Nanda: Quer saber pra que, Matheus?-

Davi: O homem quer amar, Nanda.-

Felipe: Tá apaixonadinho ele.-

Matheus: O cu de vocês.-

Nanda: Tu apaixonado é um porre, misericórdia.- Falou e todos concordaram rindo.-

Matheus: Chata pra caralho, tu em.-

Nanda: Me defende, amor.- Falou com o Pedro.-

Pedro: Fala da minha mulher não filha da puta.- Neguei com a cabeça.-

Matheus: Fala ai Nanda, na humildade.-

Nanda: 50 reais e eu falo.-

Davi: Extorquindo, a desgraçada.- Contra gosto, abri minha carteira e dei duas notas de 20 e uma de 10.-

Didi: Tudo isso por uma mulher. Gado do caralho.-

Nanda: O nome dela é Catarina, acho que tem 23/24 anos, não é daqui é da Bahia, trabalha lá no salão, é solteira, mas disse que não quer homem, porque só traz dor de cabeça.-

Matheus: Fortaleceu em Nanda.- Ela soltou um beijinho debochado.-

Mais um tempo ali fui pra casa, arrumar minha bagunça diária, e ficar com meu filho que assim que me vê já vem pulando, nome dele é Tiago, minhas irmãs que escolheram em homenagem ao meu pai.

Oi minhas lindas 💕

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beijos, Angel🎀

Eu sou de Jorge Onde histórias criam vida. Descubra agora