cap 11

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Depois de se trocar, ele pede para eu esperar que ele iria chamar as meninas para me ajudar a trocar.

Cláudia: ooh menina, porque você não chamou a gente? E se você desmaiasse e batesse a cabeça? - sua voz era de pura preocupação.

Valéria: calma Clau, brigar com ela agora nessa situação não vai ajudar, eu te entendo e penso igual, mais vamos trocar ela e deitar ela na cama.

E assim foi oque fizeram, me trocaram, me ajudaram a escovar os dentes e me deitaram na cama de casal do último quarto, o mais longe dos barulhos e o mais ventilado. Saíram do quarto e deixaram uma sineta de vaca do meu lado, caso eu precisasse chamar elas.

* Toc toc*

Samuel entra pela porta com uma bandeja, nela havia: um copo com suco, dois remédios e um pão com presunto e queijo.

Samuel: trouxe isso pra você melhorar e isso pra você não dormir de bucho vazio - sorrio e beijo sua bochecha.

- muito obrigado, estou me sentindo bem melhor.

Samuel: não precisa agradecer, aliás, em qual bolso você guardou sua escova vou pentear seu cabelo - uma felicidade e conforto invadia meu peito. Tão fofo.

- tá dentro junto com o creme.

E assim foi, ele penteando meu cabelo, enquanto eu comia, foi a cena mais fofa que vivi. Depois de ambos terminarem oque começaram, Samuel leva a bandeja e o copo para cozinha, voltando para o quarto e se deitando com a garota, ouvimos as risadas altas e as brincadeiras do restante da turma, e apesar de ser o quarto mais distante, era quase impossível não escutar a turma escandalosa do lado de fora.

- não precisa ficar comigo, vai lá se divertir.

Samuel: de jeito nenhum, eu vou cuidar de você até melhorar - antes de me virar pra deitar, deposito um selinho em seus lábios, logo sendo retribuído.

Me viro e sinto Samuel me puxar para uma conchinha, sinto ele acariciar minha cintura, me fazendo dormir.

DIA SEGUINTE
1994 (terça-feira)
S/n on
11:40 AM

Acordo e olho para o relógio pendurado na parede, me deparando com o horário, olho para trás e vejo que Samuel ainda dormia, me levanto devagar e saio do quarto indo escovar os dentes no banheiro, me direciono pra cozinha só encontrando Júlio e Sérgio assaltando a geladeira.

- bom dia.

Júlio: bom dia pitchula, tá melhor? - me oferece a bolacha que comia, mais nego, apesar da fome.

- tô melhor sim, cuidaram bem de mim - sorrio ladino.

Sérgio: nunca vi Samuel se preocupar tanto com alguém como com você, nem mesmo comigo - solta uma risada fraca - não vai comer?

- vou, mais vou comer com o Samuca. Aliás, cadê o resto do povo?

Júlio: foram tomar banho de lagoa kk.

- porque não me acordaram ?

Júlio: não queríamos atrapalhar vocês, até porque você estava passando mal. Agora chega de perguntas e vai chamar o Samuel pra vocês comerem, tá tudo em cima da mesa aí - olho para mesa, vendo o café recém servido.

Faço oque Júlio falou, sigo até o quarto e vou até Samuel o acordando delicadamente.

- samuquinha, acorda ae, vamo tomar café da manhã, é quase meio dia - seus olhinhos abrem de vagar, e ao me ver ele solta um sorriso.

Samuel: como a minha princesa está? - ele me agarra ainda deitado, me puxando pra si e me abraçando.

- graças a você, bem melhor - dou um selinho, mais ele vira a cabeça, me deixando completamente confusa.

Samuel: tô com bafo, depois você me beija.

- aah pelo amor de deus, para de frescura - agarro sua bochecha e o beijo - agora levanta e vamos tomar café - o mesmo permanecia no lugar com um olhar abobado.

Samuel: vou te contar um segredo, cada dia que se passa eu me apaixono mais e mais por você - minha bochecha tomam rubor e eu mando um beijo no ar para o mesmo.

Tomamos nosso café da manhã e nos trocamos, nos juntando ao pessoal no lago.

Sento-me a beira do lago, junto das meninas, que se bronzeavam naturalmente.

Cláudia: tá melhor amiga - me abraça de lado e eu balanço a cabeça positivamente.

Valéria: nunca mais faça isso, avise, porque qualquer coisa a gente sabe e vai ajudar.

- não queria atrapalhar aquele momento legal.

Valéria: atrapalhar seria se a gente tivesse que te levar as pressas pro hospital.

- você tá certa desculpa - elas me abraçam e continuamos sentadas a beira da lagoa, eu estava de short e blusa, com o biquíni em baixo.

Dinho: não vão entrar não? - grita no meio do lago.

Valéria: vamos sim - Valéria e Cláudia se levantam indo para dentro, mais antes de entrar param na beira - você não vem?

- não, tô bem - na verdade, estava com vergonha de entrar.

Júlio sai da água e vem até mim, se sentando ao meu lado.

Júlio: não vai se refrescar um pouco não? Tá muito calor.

- não eu tô bem, obrigada - vejo Júlio me analizar, logo desvio o olhar e começo a cantarolar qualquer música.

Júlio: blefe, na verdade você quer né? - põe sua mão em meu ombro.

- tá bom, eu quero - sorrio para ele.

Júlio: então vai ué.

- eeh que - coço minha nuca.

Júlio: não vai me dizer que está com vergonha de ficar só de biquíni? - faz uma careta.

- sim ...

Júlio: pelo amor de deus s/n, ninguém aqui vai julgar o seu corpo, ninguém aqui é babaca, eles me zoam porque somos amigos a anos e eu não ligo. Já fui assim, inseguro e triste com o meu corpo, mais quer saber? Que se foda, sou feliz assim e ninguém paga as minhas contas, nem meus lanches ... - nos rimos juntos de sua última fala.

- obrigada denovo Ju, você é incrível - beijo sua bochecha lhe dando uma abraço apertado - e você é muito lindo.

Me levanto e mesmo ainda estando com vergonha, tiro minhas vestes. Entro na água aos poucos, vendo Samuel me olhar de longe babando, logo levando um tapa  no coco (cabeça) do irmão.

Nado até eles com um pouco de dificuldade, já que era fundo, quase morrendo afogada no caminho, mais assim que chego lá, seguro no ombro do japa.

Bento: que foi? Tá morrendo?

- pra falar a verdade sim, esse lago e muito fundo - agora, segurava seu braço.

Dinho: mais a gente tá de pé, você é muito baixinha cara - ri.

- kao, a gente não tem muita diferença de altura Dinho, não brinca.

Dinho: tô te zoando mesmo, e meio fundo, mais dá de boa pra nadar, você que é frescurenta - jogo água nele, logo fazendo careta - ae? Quer brincar assim? Depois não reclama - começa a se debater na água, atingindo todos ao redor, assim, espantando todos que estavam ao seu lado, incluindo eu.

Fomos para o canto, aonde estava as meninas, e lá ficamos conversando.

Percebemos que depois de sairmos de perto do Dinho ele não foi atrás, e quando olhamos para onde estava, ele simplesmente estava tendo uma crise existencial, apenas boiando quieto no mesmo lugar que causou.

Fomos até ele, o consolar.

Dinho: tô triste não diacho, mais eu tô com fome, bora comer? Já tá escurecendo.

Todos concordaram e saíram da água se secando.

Sinto um abraço por trás, viro minha cabeça, percebendo ser Samuel me abraçando por trás, seu rosto estava sobre meu pescoço, então me viro para o secar, já que ele era o único molhado.


AQUELE SORRISOOnde histórias criam vida. Descubra agora