Cap 1 - At the end of the turn

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7:20 AM - Lua Nara POV

Naquela manhã, acordei com uma carta da minha mãe, pedindo para eu voltar à Vila da Folha. Estava na Vila Oculta da Areia há algum tempo, me especializando em Genjutsus. Para falar a verdade, já vinha pensando em retornar. Kankuro cantarolava todas as manhãs antes do meu horário, e isso estava me deixando louca. Gaara tinha me oferecido abrigo enquanto eu estivesse na vila, o que me ajudou bastante.

— Volte para nos visitar, Lu — Gaara disse, com as mãos nos meus ombros.

— Ah, vai. Como se você nunca fosse lá, Gaara. Você e o Lee vivem grudados — respondi, mantendo minha expressão séria.

Assim que terminei de falar, o sorriso de Gaara desapareceu tão rápido quanto uma kunai atinge uma árvore. Tenho essa estranha habilidade de irritar as pessoas, mesmo quando não quero.

— Vai logo e sai da minha frente — ele disse, seco.

— Qual é, Gaara, eu só estava brincando — sorri para tentar amenizar. — Mas você tem razão, estou atrasada. Se eu não for, serei expulsa do time antes mesmo de entrar. Tchau, já estou morrendo de saudades, ruivinho.

Fui me distanciando, dando um último adeus para Gaara, que acenou de volta com um leve sorriso.

8:00 AM - Reflexões de Lua Nara

Enquanto caminhava pela estrada rumo a Konoha, as memórias começaram a invadir minha mente. Havia passado mais tempo fora de casa do que realmente aproveitando a vila onde nasci e cresci. Cada vez que penso em Konoha, lembro-me da minha infância, das travessuras e dos momentos simples.

Lembro do meu irmão Izan, sempre me levando à casa de chá da dona que era minha madrinha, só porque ele podia ganhar dangos de graça. Ou da vez em que pintei a mesa da Hokage de roxo, só porque achava que combinava mais com ela. Também lembro da bronca que levei do Iruka-sensei depois de dormir na aula de jutsus e falhar miseravelmente na demonstração que ele pediu.

Mas a verdade é que três dias de viagem sozinha não eram fáceis. Eu odiava viajar sozinha. Minha mente vagava muito, e eu acabava me distraindo. Quando finalmente alcancei Konoha, já estava atrasada. Minha mãe me esperava com aquele olhar típico de quem sabia que eu tinha me enrolado para arrumar as coisas, e Shikamaru, com sua tranquilidade quase irritante, apareceu logo depois para aliviar a tensão.

Pelas minhas contas, eu deveria ter chegado em Konoha às 8:00, mas acabei chegando às 8:30. Claro que inventei a desculpa de ter encontrado um cachorro machucado no caminho, mas minha mãe já estava furiosa assim que me viu.

— Eu te disse para acordar mais cedo para não se atrasar, não disse? — ela começou, logo depois de me abraçar.

— Eu encontrei um cachorro machucado no caminho, mãe. Tive que avisar o dono dele — menti.

— Não mente para mim, Lua. Eu sei que você demorou para arrumar suas coisas, por isso se atrasou. Eu te conheço — ela rebateu, me lançando aquele olhar que só as mães sabem dar.

Eu devia ter previsto que a mentira não colaria.

— Desculpa, mãe. Vou tentar não me atrasar da próxima vez.

— Qual é, mãe, deixa a menina respirar. Ela acabou de chegar — Shikamaru apareceu, visivelmente recém-acordado pelas broncas.

— Shikamaru, não estava com saudades da sua irmã querida? — perguntei, sorrindo e me virando para ele.

— A gente se viu há dois meses, não sei se você lembra, querida irmã. Mas você sempre aparece por aqui — ele retrucou, sem muita emoção.

— Porque pelo menos alguém nesta família tem sentimentos — revidei, rindo. — Só que desta vez eu vim para ficar de vez.

Algo quase impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora