boa sorte, garota

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"Pela primeira vez, ela irá se pronunciar!" Leio o título do artigo e dou uma honesta gargalhada.
      - oque ah de errado senhorita Samara? - a jovem repórter de cabelos ruivos e olhos esverdeados põe um cacho avermelhado atrás da orelha enquanto me faz a pergunta.
     - incompetentes! - a entrevistadora ajeita a postura disfarçando o susto que havia levado - olhe está matéria. Pela primeira vez? Antes do meu nome aparece em manchetes e Twittes eu já havia me pronunciado, me humilhado e ninguém ligou para mim ou para qualquer coisa que eu havia falado. Fui ignorada, incompreendida e humilhada.
  Abaixo a cabeça me recordando dos momentos de quando fui presa, de quando tive que passar pelas multidões de fãs do Justin e de paparazis famintos por fama.
      - eu sinto muito, Samara. Eu te entendo... pode confiar em mim.
Ela me entende? Ela... sabe como é... ser odiada assim?... Não! Ninguém sabe Samara! Só você sabe, você e mais ninguém... ninguém, ninguém ninguém, ninguém, ninguém, ninguém...
     - Cala a boca! Todos vocês! Calem a boca! Eu emploro... por favor...
     - Samara... estamos só nos duas na sala.
Olho em volta para as paredes mórbidas e acinzentadas do quarto enquanto tento me concentrar na minha própria respiração.
    - não você, eles! - digo apontando para o canto escuro do quarto.
Das sombras do quarto emergia três sombras, uma de estatura média, uma de estatura alta e outra de estatura baixa.
  Um homem adulto, um jovem rapaz e um garotinho. Ambos assassinados por mim, ambos com um olhar escuro e vazio com cede de vingança.
     - Samara? Você está se sentindo bem? Deseja um copo de água?
     - eles... eles... vão me pega...
     - eles? Quem são eles? Os homens da yakuza? O... O Justin?
     - Não! Não diga esse nome! Não! Não! Não!
Pego o copo de água vazio e bato com ele na cabeça da mulher, o copo se parte em múltiplos pedaços e o líquido vermelho escorre sobre minhas mãos.
A mulher já desacordada esguichava sangue pela cabeça formando uma grande poça sobre a mesa.
    Paz... ela está em paz.
Fecho os olhos quando sinto alguém tocar meu braço.
     - senhorita Suzana?
     - sim - respondo enquanto anoto "pense como a assassina, entre na mente da assassina, seja a assassina" em um caderno preto.
     - venha, os guardas guiaram você até a sala da criminosa.
Levanto da cadeira guardando o caderno dentro da minha bolsa velha com pequenos rasgos.
     - cuidado. Boa sorte, garota.

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