Prólogo

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Respiro fundo esse ar gélido que se faz às 17h em Nova York. Aprecio a vista à minha frente que dá pra ver vários e vários prédios de luxo no meio da grande cidade. As iluminações lá embaixo feita pelos automóveis de diversos modelos, pelos estabelecimentos de luxo, óbvio; pelas grandes atrações que faz qualquer um suspirar pelo o que seus olhos vêem.

Estou bem agasalhada, a previsão que vi na tv disse que hoje de madrugada iria começar à nevar, pra ser sincera eu amo essa sensação, a sensação de incômodo, de queimação na pele fazendo meus pelos eriçarem, de como meu corpo da sinais que não gosta do ambiente e do ar, de como provavelmente a manhã irei acordar resfriada com o nariz escorrendo e fraca, eu amo essa sensação. Nada disso me impede de nada, gosto de saber que tudo e todos nunca terão nenhum poder sobre mim.

Balanço minhas pernas e deixo um sorriso surgir, esse é um dos meus lugares favoritos, quanto mais perigoso e assustador melhor.

Observo aquelas pessoas que andam pro lado e pro outro com seus inúmeros afazeres, a maioria vem de família pobre, pois quem é o rico que vai andar à pé? Sim, existe alguns idiotas que fazem isso, mas são poucos. Os que vejo agora tão dando o seu melhor trabalhando para pessoas que o quem tem de números altos em suas contas bancárias, não tem nem sequer um por cento comparado ao caráter, julgo? Jamais, faria o mesmo. Quem tem, tem! Quem não tem que se lasque pra ter alguma migalha um dia.

Mas eles só passam por isso por quê não sabem como ser melhores que os outros, esse é o problema. Na merda desse mundo muitos acham que quem manda é quem tem dinheiro, isso é fato pela metade, pois quem verdadeiramente manda é quem sabe manipular, vencer, jogar... A vida é um jogo que muitos são perdedores, não é o meu caso.

Aah, o quão estúpidas essas pessoas são, deixam ser manipuladas pelo medo, pelo o ambiente, pelo o que vêem, pelo o que os cerca. O ser humano é considerado um ser racional, a maioria não passam de burros não sabem usar aquilo que tem para se mesmos, permitam ser limitados. Meros fracos, a arma mais poderosa não é aquela que machuca o corpo, mas aquela que controla qualquer tipo de pessoa, a arma mais poderosa que diferencia o ser humano dos demais animais eles não sebem usar, a mente.

Ainda bem que existe algumas exceções não é? Por exemplo, eu. Ta pra nascer ou ser inventando algo que irá me manipular.

Para manipular um manipulador precisar ser manipulador em dobro, ja eu, sou manipuladora em triplo, quádruplo, quintupolo, sêxtuplo... o quanto puder contar.

Me manipular, será meio impossível não? Sim, será.

Continuo com meu olhar ao longe, dessa vez olhando as estrelas. Como elas são lindas, o que me cativa nelas é que elas são verdadeiras, não forçadas como as luzes da cidade, o brilho das estrelhas é único, é próprio. Não trocaria a natureza pela cidade, mas pra ser sincera não saberia como viver fora da cidade; óbvio que é modo de falar, sou adepta a viver em qualquer tipo de lugar.

- Da pra vocês calarem a boca, filhos da puta! - Grito pros otários que estão lá embaixo.

Estou no topo de um prédio abandonado, alguns anos atrás ocorreu uma explosão nele e ele foi interditado, já era pra terem demolido a muito tempo, mas ainda bem que não fizeram isso adoro esse lugar. Como disse, um dos meus lugares favoritos.

Observo o tumulto que se forma lá embaixo, algumas viaturas da polícia e um caminhão de bombeiros atrás de serem os heróis de uma menina que está no topo de um prédio abandonado provavelmente querendo se matar. Quando eu descobrir quem fez a porra da denúncia irei tratar pessoalmente com tal pessoa.

O barulho irratante me enjoa, mas não mais que os mega-fones dando voz a eles.

- Moça, fique tranquila está bem? Estamos aqui com você, não faça nenhuma besteira.

Ao ouvir aquilo solto uma gargalhada vindo do íntimo do meu ser, estou começando à adorar o show.

As pessoas passam e percebendo o que está acontecendo, por pura curiosidade fazem uma pequena aglomeração. Alguns apontam, outros gravam com seus celulares e outros ficam com a típica expressão de desespero, mão no peito ou na boca e olhos arregalados. Como são patéticos.

Me levanto ficando na beira do precipício, depois fico em uma perna só como se eu tivesse mostrando que ia dá o primeiro passo pra cair de cara no chão. Foi o bastante pra eles se alvoroçarem ainda mais.

- Por favor, moça. Não faça isso, podemos te ajudar.

Meu sorriso se alarga.

Derrepente um helicóptero dispara uma luz em minha direção, vejo ao longe alguém com uma câmera gravando. O show agora está sendo presenciado por todos.

Outro helicóptero aparece disparando mais uma luz em mim. Dessa vez não tem nenhum câmera, e sim um atirador do FBI - segundo rótulo no helicóptero - o lazer de sua arma se encontra em meu peito, e quando eu menos espero um segundo lazer para em minha testa.

Não tô nenhum pouco surpresa por terem me encontrado tão fácil, afinal eu facilitei.

Os otários que estavam morrendo de preocupação lá embaixo não tão entendendo porra nenhuma.

- Se você não se render agora, atiraremos. - Informam.

Tô morrendo de medo.

O que era apenas uma pequena aglomeração de pessoas, se tornou em uma grande multidão de curiosos.

- É a última chance que daremos, renda-se!

Meu sorriso nenhum momento deixou meu rosto, eu sempre amei o perigo, mas nunca ser o centro das atenções, por isso, só por isso me renderei fácil.

Me afastei com as mãos pra cima do precipício, indicando minha rendição. Em segundos escuto barulhos de motores de mais carros, devem ser as viaturas do FBI vindo me dá uma caroninha.

Sorrindo com as mãos pra cima, sinto uma picada forte no pescoço, a sensação me agrada. Retiro o dado lançado em mim, era pequeno me senti subestimada.

Aos poucos minhas mãos foram pesando e minhas pernas perdendo forças, quando caí no chão foi questão de segundos para os agentes já esterem no terraço do prédio colocando algemas em meus pulsos. Fui arrastada para fora do prédio, ao ver aquelas pessoas apavoradas e principalmente a cara dos policiais bozinhos junto com os bombeirinhos me deu uma vontade tremenda de rir, mas meu corpo não me obedecia.

Os músculos do meu rosto não se mexiam, apenas por incrível que pareça - pois eu sou incrível- os meus olhos que estavam abertos, sendo que era pra mim tá desacordada pelo o dardo.

Me jogam em uma viatura sem nenhuma delicadeza, fazendo com que eu batesse a cabeça em algum lugar me trazendo a inconsciência.

Dedicatória:

- Para todos os loucos, que seu maior erro... foi amar.

Meus pêsames.

Terapia. ( Lésbico ) NÃO REVISADAOnde histórias criam vida. Descubra agora