- Quando eu tinha 6 anos, eu tinha um amigo. Ele era incrível. A gente só brincava junto, fazia tudo juntos, éramos unha e carne. Só que eu também tinha uma aranha, é, animal estranho de estimação, mas eu gostava dela. Ela era minha companhia quando eu não tinha ninguém, me escutava quando eu precisava.
- Sem um caderno... - Erin interrompe.
Zaya a olha, mas logo volta sua atenção ao que falava antes.
- Eu achava aquele animal, incrível. E esse meu amigo, ele era meu melhor amigo. - se cala.
- E o que aconteceu depois, Zaya? - Erin pergunta atenta a qualquer resposta.
Zaya continua com seu olhar a qualquer lugar sem importância, travada em seus pensamentos. Sorrir passando a mão no nariz acompanhado de um fungado.
- Estávamos brincando na rua, de bicicleta. Primeiro ele ia depois era eu. Quando a perninha fugiu de sua gaiola e não sei como foi até onde nós estávamos, ele passou por cima dela com a bicicleta. Quando escutei o barulho dela sendo esmagada, meu coração foi esmagado junto. Eu ri, ri muito. Ai não quis mais falar com ele.
- Eu sinto muito, Zaya. - sua voz é dócil de conforto.
Zaya a olha forçando um sorriso torto.
- Por que sente? Era só um animal, não era importante pra você.
- Mas era pra você. E a conversa aqui não é sobre mim, sei que isso te machucou de alguma forma, tanto que até hoje ainda guarda a memória. - Pega na mão da outra lhe fazendo um carinho oferecendo um sorriso.
Zaya se cala e apenas deixa se perder mais um pouco naquele olhar.
- Por hoje é só. - diz se levantando pra sair do quarto.
- Até quando vai continuar quebrando a regras? - pergunta sem olha-la.
- Até quando for preciso pra que você nunca mais se sinta sozinha.
Zaya sorrir.
- Não pode mudar quem eu sou, e nem aquilo que já está me condenado.
Erin se aproxima da outra repousando sua mão no ombro da mesma, Zaya porém, continua sem olha-la.
- Eu não posso, mas você sim.
Atrai o olhar da outra.
- E se eu não quiser?
Apenas se encaram.
- Já faz uma semana que estamos nessa, doutora. Pode dar ruim pro seu lado. - desdenha.
- Valerá a pena, não?
- Não sei, me diga você. Eu valho a pena?
Erin se cala diante dessa fala.
Logo é despertada de seus desvaneios por um telefone que atende prontamente.
- Sim?
O quê?
Vocês tem certeza?
Eu não consigo acreditar nisso.
Por favor... Façam o que puderem.
Estarei ai em 20min.
Obrigada, enquanto houver esperança ainda farei o possível.
Até logo.- Algum problema, doutora?
Erin suspira pegando suas coisas.
- Pessoal, Zaya.
Vai até a porta pra sair do quarto.
- Releia meu caso, doutora. - Erin para. - Achará algo importante.
- O quê? - pergunta confusa.
- Meu caso. Releia! - a olha - Será importante.
Erin balança a cabeça negativamente, achando aquilo ridículo da parte da outra.
Sai do quarto indo direto procurar um táxi pro hospital.
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Terapia. ( Lésbico ) NÃO REVISADA
Misterio / SuspensoHISTÓRIA EM ANDAMENTO, COMO SABEM ESCREVER LEVA TEMPO, MAS FIQUEM A VONTADE PARA LER O QUE JÁ ESTÁ PUBLICADO. ( já agradeço sua leitura) Uma jovem recém formada em psicologia é contratada pela a diretora de um dos manicômios mais perigosos do EUA, p...