III

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— Rubi! — O pulo que a mulher deu a fez cair da cama e resmungar pela dor que atravessou todas suas costas — Você já viu a hora?! Por que não acordou ainda?

— O que você quer?

— Eu quero meu chá matinal

S/n se levantou e mexeu na cabeça sentindo que ela poderia começar a latejar a qualquer momento.

— Faça você, não entendi por que me acordou tão cedo

— Cedo? Está bem tarde, eu tive que vir te acordar se não você perderia a hora dos biscoitos matinais!

A mulher se lembrava brevemente dela ter comentado sobre essas horas na noite passada, só que não deu confiança o suficiente achando que fosse só brincadeira. Era sobre isso que Mihawk tentou avisar? Isso que o Roronoa tinha passado durante o tempo que ficou nesse local?

Virou seu rosto para a janela e engatinhou até chegar nas cortinas e puxar. Estava de noite. Praticamente. O sol nem sequer parecia ter dado as caras.

— Está de noite, Perona

— Sempre é noite aqui, sempre nublado e nunca com sol

— Que horas são?

Perona mexeu nos bolsos do vestido até achar um pequeno relógio e o abriu com um sorriso.

— Cinco horas em ponto

— Está brincando comigo?

— Não entendi

— Você está mesmo me acordando às cinco da manhã?! Isso lá é hora de alguém tomar café?

— Chá, Rubi, chá

— Não me chame de Rubi!

— Eu gostei, Mihawk disse que poderia te chamar assim

Ela queria dizer que não, não podia, mas seus olhos queriam se fechar e não aguentava mais a falação em sua cabeça antes mesmo das sete da manhã.

— Perona, eu não sou sua empregada

— Fizemos um acordo ontem!

— Não fiz nada, Perona

— Vou te dar um tempo de descanso até de fato seus trabalhos começarem

S/n não retrucou. Tinha ficado até tarde da noite fazendo bolinhos de morango por que queria retribuir a gentileza da garota mas agora estava completamente arrependida visto que isso pareceu ter sido um "sim" no acordo imaginário dela.

Perona fechou a porta e S/n se arrastou de volta para aquela cama macia esquecendo completamente de que aquele quarto era provavelmente do homem que a cedeu sem reclamar. A cama era tão boa que nem pensou em perguntar se ele queria voltar para o quarto e ela iria procurar por outro.

Aquele lugar era imenso para apenas duas pessoas viverem.

Desistiu de pensar sobre isso e só agradecer. Pela primeira vez em muito tempo poderia dormir tranquilamente sem ter a necessidade de ficar em alerta. Sem perseguições, sem marinha, sem dragões celestiais.

Quando acordou estava disposta a tudo. O sono de quase um ano foi retomado completamente — mesmo que ela desejasse tirar um pouco  mais desse atraso naquela cama. Perona estava na cozinha parecendo meio irritada, a garota nem sequer olhou para ela conforme colocava um sachê de chá de morango na xícara e se sentava em um fantasminha que se tornou uma cadeira.

— Então sua Akuma no mi te dá poderes de fantasmas?

— Sim, posso deixar as pessoas negativas

— Parece... hm, interessante

MAROON - Dracule MihawkOnde histórias criam vida. Descubra agora