iii. IMAGINANDO.

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CAPÍTULO TRÊS:
27 de fevereiro de 1978.

QUANDO SADIE ERA PEQUENA, ela escutava uma história chamada "As raposas". Era sobre um grupo de raposas poderosas, que tinha um poder interior entregado pelos deuses. Dizia-se que as raposas eram seres inteligentes e com capacidades mágicas que aumentam com a sua idade e sabedoria. Elas protegiam uma aldeia de homens, que ao descobrirem sobre elas, queimaram todas e cortaram suas cabeças. Elas normalmente aparecem na forma de uma mulher bonita, uma jovem ou uma velha.

Enquanto algumas histórias falam que as kitsune usam essa habilidade de transformação apenas para enganar as pessoas, outras histórias as retratam como guardiãs fiéis, amigas, amantes e esposas.

Poucas kitsunes sobreviveram ao massacre de sua espécie. Viveram muito tempo misturadas aos humanos, que tomaram sua forma quase permanentemente. Não sabe se elas realmente existem ou algo do tipo, mas a lenda é poderosa e como várias outras histórias, tem fatos e conhecimentos passados de geração em geração.

Essa era a história que Amalia contava para Sadie na hora do beijinho de boa noite. E foi essa história que fez ela ser apaixonada por contos fantasiosos e a arte da escrita.

Sadie construiu uma imagem na cabeça dela sobre as raposas, existem raposas do fogo, gelo, terra e ar. Cada uma dela tem personalidades diferentes e existem pouquíssimas no mundo.

Isso na cabeça de Sadie. As raposas na verdade não existem.

Mas seu sonho era encontrar uma.

— Sadie, você está bem? — Remus Lupin acorda a garota do transe, focando na tarefa que o garoto fala sobre.

Eles estavam estudando ao lado do Lago Negro, por causa de Sadie, que pediu para ficar mais próxima ao ar livre pois a biblioteca estava muito abafada.

— Estou sim, só estava pensando numa história.

Remus riu. A risada dele era gostosa de se ouvir, pensou Sadie.

— Interessante, como ela termina? — ele perguntou realmente interessado. Ninguém se interessava tanto por uma história que Sadie criava. Nem mesmo melhores amigos ou parentes.

— Morte, é claro!

— Mas por quê? Qual o motivo?

— Traição — a Fox revelou. — Qual a pior forma de morrer se não for assim?

Remus desmanchou seu sorriso. Ele pensou em milhares formas de morrer e nenhuma pior vinha a mente. Talvez Sadie tivesse razão.

A pior forma de morrer era ser traída.

— Você vai no jogo de quadribol da grifinória e lufa-lufa? — perguntou o garoto. — Soube que estão apostando quem vai ganhar.

— A grifinória, obviamente! — disse ela convencida.

— Você não confia no seu time, Sadie? — perguntou Remus entre abafadas risadas.

— Ah pelo amor de Merlin! Amos Diggory quebrou a perna semana passada caindo da cama! — enfatizou a latina, insinuando que Amos era "inútil" para o time. — E ele é o apanhador!

𝒞𝐄𝐍𝐓𝐔𝐑𝐈𝐄𝐒, remus lupinOnde histórias criam vida. Descubra agora