O INFILTRADO - CAPÍTULO 2

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O INFILTRADO

–Então, para onde estamos indo agora, Matt? –Perguntou o detetive.

–Para onde esse GPS nos levar. –Respondeu Matt.

Pela pergunta, pelas horas viajadas e pelo cansaço do detetive, estava claro que eles não estariam viajando para algum lugar perto. A jornada, provavelmente, seria árdua. Mas eles tinham que fazer isso parecer fácil. Anos de investigação estavam sendo apostados nesta viagem. Se ao menos a empresa descobrisse que alguém estava seguindo-os, todo o plano iria para o lixo. Seguindo uma viagem extremamente longa, finalmente, eles chegaram ao destino.

–Se eu soubesse que viríamos para a Rússia, teria trazido mais roupas. –Reclamou o detetive.

–Não podemos reclamar agora. –Disse Matt. Já se esqueceu do que os Russos fazem com os que eles sequestram?

–Eu não quero pensar nisso, Matt. –Disse o detetive.

Matt, já perdendo a paciência, fica calado e segue o GPS. Foi mais uma caminhada longa. Parecia que eles não estavam conseguindo achar as coordenadas certas. Todos estavam apavorados, pois, provavelmente, os familiares desaparecidos, já estavam mortos.

–Eu não estou conseguindo pegar as coordenadas, detetive. –Disse um membro da sua equipe.

–Por quê? –Perguntou o detetive.

Parece que está aqui, mas não está. Era pra ser uma empresa, correto? Aqui não tem nada além de lojas de roupas de um lado e bares e restaurantes do outro lado. –Respondeu um membro da equipe do detetive.

–Eu nãos sei vocês, mas, não acham esquisito uma farmácia estar entre um bar e um restaurante? E por que essa é a única farmácia nesse bairro? –Indagou Matt

–Não é possível. –Disse o detetive.

–Vamos descobrir agora. –Disse Matt, com um plano que só ele sabia. Na verdade, ele tinha bolado aquele plano lá mesmo. Pois ele sabia que, se fosse o que ele imaginava, eles iriam suspeitar. Então, sendo Matt muito esperto, ele foi comprar algo na farmácia, como um cidadão de bem que ele é. Mas, havia um problema. Ele não tinha um sotaque Russo.

–Olá! Seja bem vindo. –Disse uma atendente linda, com um belo sorriso no rosto e com o vento batendo em seus cabelos. Admirado por sua beleza, Matt fica parado por alguns segundos, até que ele consegue falar.

–Olá! Tudo bem? Eu gostaria de um remédio. –Disse Matt.

–Que tipo de remédio? –Perguntou a atendente.

–Bom, na verdade, eu estou com uma dor de cabeça, dor no pulso, falta de concentração e muita ansiedade. – Disse Matt.

–Senhor, se você está sentindo tudo isso, é melhor ir ao médico. –Aconselhou a atendente.

–É verdade! –Disse Matt, com um sorriso no rosto e sem graça. Então, eu irei ao médico. Com licença.

O plano de Matt parecia não ter sido bem sucedido, os outros pensaram. Mas, Matt tinha descoberto algo muito útil. O que provava que, aquela farmácia, não era apenas uma farmácia.

–Então, o seu plano foi ir lá só pra observar a atendente gatona? –Perguntou o detetive.

–Posso lhe dizer que foi parte, a mulher é muito linda. Mas, eu descobri algo lá. –Disse Matt, com sorriso no rosto.

–Então, conte-nos, Matt. –Falou o detetive

–Enquanto eu falava com ela, eu andava pela farmácia para ver os remédios. Enquanto isso, eu percebi que tinham duas portas. Uma porta estava à vista, porque é a porta do banheiro da farmácia. A outra, no entanto, estava atrás de uma prateleira. E, essa porta, é usada com frequência, pois, aquela prateleira, dentre todas as outras, era a única que tinha rodinhas. –Afirmou Matt.

–Então, aquela farmácia está escondendo algo. A empresa que estamos procurando? –Perguntou o detetive.

–Exato! Então, o que faremos? –Perguntou Matt.

–Nós? Nada! Quem vai fazer isso, sou eu. –Disse o detetive.

–Tudo bem! Eu já preparei o seu velório uma vez. Posso preparar de novo, se quiser. Porém, desta vez, acho que você estará dentro do caixão. Isso é suicídio. –Afirmou Matt.

O detetive, sem querer ser questionado por sua equipe, mostrou espírito de heroísmo e foi. Ele pediu para lhe fazerem uma camisa com a logo que estava no cartão. Vestindo a camisa, dias depois, foi até a farmácia. Vendo a atendente que ele estava usando a blusa, já lhe fez a pergunta: "Qual a palavra chave?" O detetive, com toda a experiência e sabedoria, deduziu que ela caiu na armadilha. Seja lá no que isso der, ele precisava responder e passar no teste. Caso contrário, seria um homem morto. Olhando firmemente para os olhos da atendente, falou com voz firme: "Nepobedimyy"

Reparando no seu sotaque, a atendente ficou um tempo sem falar nada. Mas, logo abriu a porta secreta, onde levava para a empresa. Sem hesitar, o detetive desceu as escadas, com passos firmes e olhar penetrante. Ele caminhou muito, até achar alguém. Parecia um calabouço sem fim. Um homem veio em sua direção e falou: "Que bom que chegou tão rápido, Andrei." Ele não esperava que ele estivesse ocupando o espaço de uma outra pessoa.

Foi pura sorte. Mas, também, por outro lado, ele seria um homem morto se o descobrissem. Ou, se o verdadeiro "Andrei" chegasse por lá. O homem o levou para uma sala de treinamento, pois ele seria o "Guerreiro" daquele local. Teria que protegê-lo de qualquer invasor. Graças a sua carreira, ele pôde se sair bem nos testes corpo a corpo e com armas de fogo.

O que ele não sabia, era que o "Andrei", iria trabalhar em tempo integral. Ele passou o dia inteiro com um treinamento muito intenso. Durante a noite, ele ficou pensando em como se comunicar com o Matt e sua equipe. Não tinha jeito!

A equipe do detetive o esperou por uma semana, mas nada dele voltar. Matt, como o chefe depois do detetive, resolveu voltar para ter uma noção mais apurada do que estava acontecendo. Voltando para casa, Matt e sua equipe foram falar com os familiares dos desaparecidos. Ele disse que, o detetive, estava numa missão secreta, e não poderia voltar por agora. Tudo estava bem, a operação estava funcionando. Matt ficou monitorando cada familiar, para que não corressem riscos de vida, pois o que eles estavam fazendo, era muito perigoso. Sem perceber, dois meses se passaram, e nada do detetive falar algo.

–Então, Andrei. O chefe viu você nas lutas e quer que você já comece a trabalhar. Geralmente, os novatos aqui, levam de 6 a 12 meses para sair em campo. –Disse o homem que o recepcionou.

–E qual é o serviço? –Perguntou o detetive.

–Temos uma carga para pegar. Gostaria que fosse nesse endereço e pegasse a carga para nós. –Disse o homem.

Concordando, o detetive foi até o endereço. Durante a viagem, ele ficou pensando no barulho forte e agressivo que ele ouvia durante toda a madrugada nesses últimos dois meses. Ele até achou que poderia ser uma briga de animais, mas aquele barulho, não lhe parecia estranho. Sem perceber, ele chegou ao destino. O que ele tinha que fazer, feria os seus princípios. Porém, ele tinha duas opções: Fazer e achar o responsável por tudo isso, ou, então, seguir seus princípios e morrer ali mesmo.

Ele sequestrou uma mulher. Mas, a história estava se repetindo. Não era qualquer mulher. Ela era do FBI. Tinha medalhas por ganhar várias lutas corpo a corpo. Ele não podia fazer nada. Ele cumpriu a missão e foi bem-sucedido. Ele subia de categoria a medida que fosse realizando serviços. O barulho da madrugada aumentava. Ele não conseguia dormir, pois ouvia pessoas gritando. O que era? Ele suspeitava, mas não podia vacilar. Numa certa noite, um colega fracassou no serviço, e morreu logo ali, na frente deles.

Ele pertencia a uma categoria alta. Vendo aquilo, o detetive começou com o seu plano. Ele queria chegar tão alto quanto aquele que havia morrido. Seu lugar ficou vago. O chefe do local propôs uma luta. Sendo o detetive muito bom no corpo a corpo, ele se inscreveu. O vencedor substituiria o que fracassou na missão. A única coisa que ele não sabia era que, as missões, ficariam muito mais difíceis. O detetive estava se preparando para a luta, que aconteceria na próxima semana. Enquanto isso, Matt estava coletando várias informações. Ele tinha que tirar o detetive de lá de dentro, mas como?

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