Sentimento louco/ Mailila G!P

CAPÍTULO 29

( Desculpe qualquer erro)

DOIS ANOS DEPOIS...

MARÍLIA MENDONÇA

Minha vida anda de ponta cabeça, nesses últimos três anos não tenho contato com minha mãe e nem com minha irmã. Compreendo não conseguir falar com Luísa já que ela me bloqueou depois de deixar claro o quanto ela estava decepcionada comigo, meu pai só mantém contato com os pais de Murilo. Minha mãe tentou ter contato comigo mas eu a afastei, sei que nesse caso não tenho direito de sentir saudades já que eu mesma a afastei. Mas só o fiz por saber que não iria conseguir mentir para ela. Dona Ruth me conhece muito bem e iria me pressionar até eu falar o verdadeiro motivo de ir embora de casa.

- Ah mamãe, que saudade da senhora...

- Falando sozinha lila ? - Mu entra passa pela porta da sala que dá acesso a cozinha segurando uma vasilha com pipoca.

- Só estava pensando alto. - sorri de lado.

- Se lembrando da sua família?

- Sim... - soltei um suspiro. - esses anos longe delas esta sendo uma tortura, não sei se vou aguentar muito.

- Como assim lila ? - Ele me olha desconfiado. - do que está falando ?

- Você sabe Murilo, eu não ando bem. Eu me esforço pra ser forte mas não consigo. - me levantei andando de um lado ao outro. - estou cansada dessa infelicidade, dessa vida. Está sendo uma tortura viver sem minha mãe, sem minha irmã. Sem a Maiara!

- Marilia, por favor seja forte, sei que você pode não confiar mas logo isso vai passar. - ele me puxa para um abraço. - também não estou feliz com tudo isso mas estou aguentando para poder viver uma vida totalmente nova quando esse pesadelo acabar.

- Tudo por culpa dele Murilo, se meu pai fosse menos intolerante e mais mente aberta todos nós seríamos felizes. Eu teria a minha ruiva, você estaria com a Gabi e eu não odiaria ele com todas as minha forças.

- Se acalme, eu estou aqui. - ele alisa meu cabelo enquanto eu choro em seu ombro. - sei que não sou o que você queria mas posso ser seu apoio aqui, espero poder te dar o mínimo do conforto que você precisa.

...

Acordei em minha cama abracada com Murilo, senti meu rosto inchado e minha cabeça dolorida. Me separei dele e olhei para seu rosto sereno, Murilo se tornou um grande amigo durante esses anos, ele é o único que posso contar para algo.

Segui para o banheiro e me olhei no espelho, vi o quanto estou acabada. Minhas olheiras estão mais escuras e fundas, meus olhos já não são mais os mesmos. A cor avelã está mais escura, sem brilho.

Minha mente está perturbada, tento tirar esses pensamentos negativos da minha cabeça mas não consigo, sinto que estou a beira de enlouqueceu a cada dia que passa.

- Deus... me dê um sinal. - apoiei as mãos na bancada da pia. - eu preciso de um sinal...

Pedi sentindo todo meu cansaço psicológico,  e comecei a dar um jeito em minha cara. Escovei meus dentes, fechei a porta do banheiro e a tranquei, tirei minhas roupas e me enfiei debaixo do chuveiro quente. Cada músculo do meu corpo relaxou ao sentir a água em contato com minha pele.

Lavei meus cabelo, meu corpo. Depois que retirei todo resquício de sabonete de meu corpo parei embaixo da água e fiquei imóvel aproveitando meu momento de paz, é tão bom poder relaxar sem ninguém em sua frente.

...

Sai do banheiro e fui direto para meu closet, Murilo já não estava na cama. Me vesti e arrumei meus cabelos, logo depois passando meu perfume e saindo do meu quarto.

- Bom dia Lila. - Murilo cumprimenta.

- Bom dia Mu.

Me sentei na mesa sem falar uma única palavra, os pais de Murilo me olhavam como se esperassem algo. Continuei me servindo até que, Zaida, mãe de Murilo chama minha atenção.

- Não irá nos dar bom dia Marilia ? - ela pergunta.

- Não. - falei simples.

- Não foi essa educação que seus pais lhe deram, o que em você para agir assim ? - pergunta o homem mais velho.

- Simplesmente estou me guardando logo cedo, não estou afim de perder o resto de sanidade que me resta. - falei ignorando suas palavras. - se puder por favor fazer silêncio eu agradeço.

Antes que eles falassem algo meu telefone toca, peguei ele e vi que era uma ligação da minha mãe. Pensei o que fazer, e por um momento pensei em atender mas recusei a ligação.

- Quem era ? - pergunta o pai de Murilo. - você nunca recebe ligação.

- Era um colega da faculdade, vamos fazer um trabalho.

- Certeza?

- Até onde eu saiba não tenho que lhe dar explicações da minha vida.

- Você sabe que seu pai pediu para cuidar de você, só estou fazendo o que meu amigo pediu.

- Você só faz isso porque lhe convém. - falei me levantando. - nada do que você "faz" por mim é em forma de favor ao meu pai, mas sim porque ele paga para vocês ficarem de olho em mim.

- Do que está falando ? Nunca precisei do dinheiro de ninguém eu sou...

- Papai, todos nós aqui sabemos que so não entramos em falência por conta do dinheiro que o Senhor Mendonça deu para nossa família, se não fosse por isso já teríamos perdido a empresa.

- Murilo, cale a boca, não se meta nos assuntos do seu pai.

- Vocês me dão nojo sabia ? - sai da mesa e segui para meu quarto.

Eu não suporto mais esse lugar, essas pessoas. Me joguei em minha cama pensando no que minha mãe queria comigo, pensei que ela não iria mais me procurar.

Adormeci pensando em tudo isso, durante meu sono eu sonhei várias e várias vezes com Maiara, meu pai, minha mãe e minha irmã. Todos eles  me deixavam com uma sensação ruim no peito. Somente o último que me deu um acalento, que acalmou meu coração.

Eu e Maiara estávamos em nossa casa, na mesma que a levei antes de ir embora de Miami. Tanto ela quanto eu sorria como duas bobas. Quando eu menos esperei vi um menininho lindo correndo em nossa direção, ele tinha cabelos morenos e uma pele branquinha. Os olhos eram como os de Maiara e o sorriso era igual ao meu.

Acordei com meu celular tocando novamente, nem me dei o trabalho de olhar quem era. Atendi na mesma hora me assustando com a voz que soou do outro lado da ligação.

- Alô? Marilia ? - ouvi a voz de minha mãe. - Marilia está aí minha filha?

- Mãe... ?

- Graças a Deus eu te encontrei. - ela fala aliviada, mas senti sua voz embargando aos poucos. - Deus... eu sinto tanta falta sua minha filha.

- E-eu também mamãe...

- Marilia, eu preciso de você aqui...

- Mãe aconteceu alguma coisa? - perguntei afoita.

- Sim minha filha, o seu pai ele está mal...

- Mal ? Como assim mal ?

- Ele está doente, seu pai só tem mais um ano de vida...

[...]

👀