Jessy se revirou na cama e gemeu com o suor escorrendo pelo seu corpo.
Ela estava tendo mais um de seus pesadelos, como quase em todas as noites ultimamente.
Ela estava encolhida, abraçada a si mesma, sentada no seu catre e olhava fixamente para as grades de sua cela. Ela ouviu o barulho da porta metálica e se retesou enquanto sua respiração perdeu o ritmo. Ela rosnou, zangada e dolorida, quando dois dardos a atingiram, um na coxa e outro no peito.
Ela os arrancou. Em um minuto já estava tonta e fraca demais, seu estômago estava tão embrulhado que pensava que ia vomitar.
Um dos guardas havia atirado dardos de tranquilizantes por entre as grades e ela entrou em pânico e raiva, pois sabia que seu inferno começaria novamente.
Aquela droga a deixava lenta, sem conseguir se mover rapidamente e com força, deixava-a tonta e desorientada e não conseguia se transformar, se tornando indefesa.
Ela olhou para o lado quando ouviu o barulho da cela se abrindo, tentou se transformar em loba novamente e suas garras e dentes até começaram a crescer, mas não passou de um centímetro, ela rosnou e queria agredir os dois homens que entraram em sua cela, mas eles se moviam rápido e ela os via duplicados.
Quando a agarraram, ela ainda lutou bravamente, tentou arranhar, morder e chutar, mas suas mãos foram presas com largos e fortes grilhões que possuíam um bracelete de ferro com uma argola.
Um deles agarrou seu cabelo que estava cortado curto e desgrenhado e, então, foi jogada de bruços sobre seu catre, uma grossa corrente foi passada pelas argolas e seus braços puxados sobre sua cabeça.
— Viemos fazer nossa visita de rotina, cadela — disse um deles.
— Você foi muito má, hoje — zombou o outro.
— Sim, sua pequena revolta vai lhe custar caro.
— Quantas vezes temos que dizer que cães devem ser obedientes?
— Amanhã o doutor Heinegen fará um novo experimento em você. Vai ser bom de ver.
— Vamos te dar uma amostra.
Jessy sentiu sua roupa ser arrancada de seu corpo e suas partes íntimas sendo tocadas por aquelas mãos sujas.
Uma dor angustiante cortou através de seu corpo e um grito involuntário partiu de sua garganta
Jessy gemeu, sentou na cama, assustada, olhando de um lado a outro, com seus olhos cintilando e com suas garras cortando o ar, uma e outra vez, arfando desesperada.
Sua face estava banhada em lágrimas e demorou algum tempo para se orientar e ver onde estava.
Quando conseguiu focar a visão viu onde estava: na casa de Sasha, no quarto, sozinha e segura.
Foi apenas outro pesadelo. Mais uma de suas memórias.
Arfando, tentando puxar o ar para seus pulmões e usando somente uma calcinha e uma camiseta justa de malha branca, levantou e foi até a cama de solteiro, que ficava no canto do quarto grande e olhou Lili.
Dormia como um anjo, o seu anjo.
Jessy a cobriu com o lençol e foi acariciar seus cabelos, mas parou, pois sua mão estava transformada na forma Dhálea, sua forma intermediária. Ela tremia e seu estômago se revirou.
Então, foi cambaleando até o banheiro, abriu a tampa do vaso sanitário e vomitou. Arfando, bebeu um pouco de água, sentou no vaso com a tampa fechada, abraçou a si mesma e rosnou baixinho, tentando ser forte, tentando apagar sua mente, segurar o choro e voltar à sua forma humana. A sensação demorou a passar e seu coração doía fortemente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
QUANDO OS LOBOS CHORAM - Os Lobos de Ester - Livro 3
WerewolfDEGUSTAÇÃO SINOPSE: Dois amigos lobos escondem um segredo que quebra suas almas. Jessy, irmã do alfa, é tão bela que todos têm vontade de suspirar ao vê-la. Mãe da pequena humana, Lili, que é sua vida, luta duramente com as marcas profundas que anos...