Perseguidor Noturno - Night Stalker

1 - Gato e o Rato

"Isso é tudo aqui no Global News nesta quinta-feira à noite. Eu sou Win Metawin, obrigado por acompanhar nosso jornal e boa noite."

Mostrando meu sorriso familiar em direção à câmera um, vi as palavras finais no teleponto desaparecerem e depois ouvi em meu ouvido:

"Eeeeee estamos fora. Você está liberado."

Acenei para o operador da câmera, indicando que estávamos prontos para encerrar, depois fechei meu laptop quando a porta do estúdio foi aberta e Jim Berkel, meu produtor executivo entrou.
Com o fone ainda no lugar, mas agora com o microfone desligado, ele atravessou o local com uma expressão tensa no rosto exausto e tentou sorrir, e falhou miseravelmente.

"Bom trabalho hoje à noite. Bom trabalho. Especialmente os blocos A e C. Eles foram bem tranquilos."

Peguei os papéis na minha frente e olhei meu produtor executivo de perto. Jim e eu trabalhamos juntos há quase seis anos, ele no meu ouvido me passando os fatos e informações mais importantes sobre alguns dos maiores eventos e notícias que o país já havia visto. Mas durante todo o tempo em que eu o conhecia, eu não conseguia lembrar uma única vez que ele me bajulou tão espetacularmente depois de uma transmissão comum.
Nas últimas vinte e quatro horas, nada de catastrófico aconteceu, o que significa que as histórias que contamos hoje à noite não foram de última hora e o material foi bem preparado. Portanto, seus lábios pressionados e o estresse nos olhos cansados só podiam significar uma coisa: Algo estava acontecendo. Algo que eu não ia gostar.

"Eu concordo, foi uma boa noite. E, por mais que eu aprecie o seu resumo e análise pós-apresentação, por que você não para de me irritar e me diz o verdadeiro motivo pelo qual você está aqui?"

"Esse é o verdadeiro motivo."

"De alguma forma, duvido sinceramente disso." Me afastei da mesa, fiquei de pé e puxei o fone da orelha. "Você só aparece aqui depois de um programa, se eu errar ou se Marcus estiver em pé de guerra..."

"Marcus quer falar com você em seu escritório."

Droga. Eu odiava estar certo. Mas se Marcus St. James, presidente da divisão de notícias, queria falar com você em particular, nunca era nada de bom.

"Por quê?"

"Não sei."

"Você realmente não sabe? Ou sabe e simplesmente não quer me dizer?"

"Isso importa?"

Na verdade, não. Se Marcus chamava, você ia, era assim que acontecia, mesmo que seu nome fosse o número um no mundo das notícias.

"Diga a ele que eu vou depois que me trocar."

"Ele disse agora."

Tudo bem então. Eu sabia melhor do que ninguém que se Marcus dissesse pule, é melhor que sua única resposta seja: Quão alto?
Eu puxei meu microfone e o fone de ouvido e entreguei a Jim quando saímos do estúdio. Agora que a noite estava acabando, bem, nossa parte, a redação era uma versão silenciosa de si mesma. Cabeças estavam inclinadas sobre os teclados e os olhos grudados nas telas dos computadores enquanto todos terminavam o trabalho dessa noite, se preparando para sair na próxima hora. Mas quando passei pela mesa do meu assistente, Ryan olhou para cima e apontou a caneta na minha direção.

"Marcus..."

"Quer me ver, eu sei."

Ryan olhou para Jim, que seguia todos os meus passos, e acrescentou:

"Sim, mas ele disse sozinho."

Fantástico. Isso não era nada bom. Essa noite aparentemente simples estava ficando mais enigmática e irritante à medida que avançava. Havia apenas duas razões pelas quais uma pessoa era chamada ao escritório de Marcus St. James, e uma delas geralmente acabava com a pessoa nunca mais pisando no prédio novamente.
Mas eu não tinha feito nada de errado, não que eu pudesse me lembrar, então o que o Todo-Poderoso lá em cima queria comigo era uma incógnita.