ficção (Severus Snape e Charles Weasley)

capítulo único

•·•·•𝙵𝚒𝚌𝚝𝚒𝚌𝚒𝚘•·•·•

— achei você!

Severus olhou por cima de seu óculos de leitura, para a parte onde terminava a enorme pilha de livros que estava em sua frente, para a bela senhora de cabelos brancos e óculos retangulares que esbanjava um sorriso meigo em sua direção. Guardando o livro que lia sobre a sua mesa, ele se levantou da poltrona que estava sentado e saiu de trás da pilha de livros.

— não sei porque você me procura tanto se estou sempre no mesmo lugar, Elisabeth — sorriu para ela — chá? — apontou para a mesa próxima a janela onde tinha duas chaleiras e cinco xícaras vazias.

— café, por favor.

Ele foi até a mesa, serviu o café para eles, lembrando de deixar o dela sem açúcar.

— eu sempre te procuro, pois tenho a esperança de algum dia chegar aqui e ver você conversando com pessoas reais — ela pegou a xícara de sua mão — ficar sempre com o nariz enterrado dentro desses livros não vão te fazer viver como seus personagens. 

Severus revirou os olhos para ela.

— eu não vivo com meu nariz dentro dos livros.

— você não deixa essa biblioteca faz dois dias — ergueu a sobrancelha para ele, como se o desafiasse a negar.

— livraria — a corrigiu — mas a culpa não é minha! O senhor Darcy pediu Elizabeth em casamento, mas ela recusou, eu tinha que ver como terminaria — tentou se defender.

— Severus, eu te adoro e adoro sua empolgação com tudo isso — olhou a sua volta — mas você nunca vai ter o que a Elizabeth tem se não sair para fora dessas belas paredes.

— mas eu não quero sair e...

— por favor, não me diga que não quer viver um romance como os que você ler, pois eu sei que é mentira — acusou.

Severus decidiu ignorar ela.

— eu tenho muito trabalho aqui — justificou.

Após se formar em Hogwarts, ele foi chamado para estudar em uma das melhores escolas para pocionista em formação do mundo mágico, porém, com a guerra ameaçando, ele precisou abandonar o curso. Os lados da guerra estavam lutando entre eles indiretamente para ter seus recrutas e obviamente, alguém com o talento em poções como ele, era muito valioso, porém Severus não queria está em nenhum deles. Ele não queria fazer parte de nenhum deles. Entre os que se nomearam como lado da luz, cujo causava tanta destruição quanto o lado negro, e o próprio lado negro, que pregava uma pureza que nem mesmo o líder possuía, Severus escolheu seu lado.

Abandonando a Gran Betânia bruxa, ele se mudou para um pequeno país na região oriental da Europa, Romênia, um país habitado, principalmente, por bruxos e criaturas, onde a guerra ainda não havia chegado. Transilvânia foi a cidade escolhida, uma cidade remota com uma população inteiramente mágica ou que conhecia a magia. Quando chegou a cidade, avistou uma adorável biblioteca em ruínas, biblioteca essa que pertencia aos Selins, uma família ancestral da cidade. Foi naquela época que conheceu Elizabeth Selins e ela o acolheu em sua casa como ninguém nunca antes havia feito.

Após 1 ano dele na cidade, a biblioteca voltou a seus tempo de glória com uma inversão mágica de Severus, se tornando uma livraria. Ele criou uma forma de entregar livros para todo o mundo mágico em qualquer língua. Isso os tornou a biblioteca mais famosa do mundo mágico. Ele acabou achando outra paixão além da alquimia, paixão que o fez deixar de lado o desejo de concluir os seus estudos no assunto. Agora já havia se passado exatamente 15 anos que a guerra finalmente tinha acabado e ele nunca viu a necessidade de sair de Transilvânia e voltar para a Gran Betânia. Ele estava verdadeiramente feliz onde estava, com seus livros e Elizabeth. Ele tinha tudo.