Ato 25: Esperança em meio ao caos

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Kate

As gotas de chuva se misturam às suas lágrimas em meio à tempestade. O som da cortina de água parece ecoar em nossas almas. Em silêncio, nossos olhares se encontram, compartilhando uma dor que as palavras não podem explicar. O céu chora conosco, e no momento em que vi meu reflexo nos seus olhos, soube que o administrador enviou para ela a mesma mensagem que me enviou. Desvio o olhar para o meu celular e vejo a seguinte mensagem escrita na tela:

Mate a Marcy, até o amanhecer

Em meio à tormenta, continuamos a nos encarar em silêncio, enquanto um profundo sentimento de angústia ĝmnos assola. Prometemos fugir juntas, somos as últimas sobreviventes. Marcy se tornou alguém muito valiosa para mim; trocamos nossos sonhos, sobrevivemos juntas... tudo foi em vão? Ela vai tentar me matar? Eu não vou seguir a ordem do administrador. Eu nem deveria estar viva; foi ela que me salvou. Então, se ela decidir seguir com isso, eu não vou reagir.

— Lucy... — ela fala em um tom calmo e melancólico, aproximando-se de mim e segurando minhas mãos com ternura — tenho certeza de que o responsável por isso está naquela construção, no pico mais alto desta ilha. As informações batem, graças aos dados que o Eduard juntou e deu a vida para nos entregar. Esta é a nossa chance. Chega de seguir as ordens desse louco — ela cerras os punhos sobre a palma da minha mão e prossegue com uma voz firme — vamos matá-lo! —

As pancadas de vento nos atingem com mais violência, os trovões gritam e os raios rasgam os céus. Não temos escolha; essa é nossa única chance de sair daqui vivas, e Marcy sabe disso. Eu também não sou mais uma covarde.

— vamos, essa loucura termina hoje! — digo em voz alta, ignorando o medo em meu peito. Ela sorri, e ambas corremos em meio à tempestade.

Meu peito dói, o ar entra e sai em movimentos irregulares enquanto avançamos pela colina à frente. Corremos sem olhar para trás, lutando contra as fortes chicotadas de vento que nos empurram para trás. A força para continuar é a única coisa que nos mantém de pé, mesmo diante da tempestade.

Mais adiante, após uma exaustiva corrida, um urso enorme emerge das sombras, como se o mundo inteiro estivesse contra nós duas. Seus olhos brilham com uma intensidade selvagem, observando-nos com um olhar sanguinário. Fico paralisada, sua intenção assassina é assustadora, suas pupilas são como duas lanternas intensas em meio ao breu. Meus braços tremem, não consigo raciocinar direito, não sei o que fazer, estou enlouquecendo.

— Lucy! — A voz trêmula de Marcy é um ponto de conforto para minha mente. Ela também sente medo; posso sentir suas mãos sobre as minhas, ela está tremendo — prometemos, não é? Sem olhar para trás.

O urso avança implacavelmente em direção ao seu alvo, o som do trovão ressoa e os relâmpagos iluminam sua pelagem encharcada pela chuva, revelando suas presas afiadas e garras letais. Seu rosnado ecoa como um aviso sombrio de sua fúria iminente. Em um movimento rápido, Marcy me empurra, e a criatura termina sua investida passando entre nós duas. Ela saca sua arma e dispara três vezes na lateral do animal, que rosna em uma raiva indomável

— Lucy, CORRE! — Sua voz corta o som da chuva e corremos em direção às árvores, buscando neutralizar a vantagem do terreno para ele.

Os sons das folhas voando e os galhos se quebrando a cada passo nosso e da fera que nos persegue são angustiantes. A adrenalina toma conta do meu corpo. Olho para Marcy, e seu rosto revela um medo inegável, misturado com uma vontade indomável de sobreviver.

— VAMOS NOS DIVIDIR! — Grito desesperada. No momento, confundir o animal ao máximo é a melhor opção.

E assim fazemos. Eu vou pela esquerda, Marcy pela direita. O animal pára por alguns instantes, ponderando quem perseguir. Em menos de dez segundos, ele decide avançar na direção da pessoa que atirou nele.

Em Busca Do Estrelato Livro 1 ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora