Dois meses, esse foi o tempo de espera entre Miranda e Andrea.
Dois meses desde o episódio de paixão desenfreada entre Andrea e Miranda.
A viagem não planejada, por fim, não aconteceu. A editora-chefe entrou em um ritmo frenético na revista e a advogada, entre processos e uma promoção, não pôde insistir em um reencontro tão físico. As duas trocavam beijos provocantes nos encontros e compromissos profissionais e, fora desses instantes, trocavam mensagens descontraídas. Sempre com a mente fixa naquela noite tão transcendente. E sim, admitiam haver uma saudade física. Nesses dois meses, Miranda coletava evidências contra seu atual companheiro e tentava encontrar um equilíbrio entre a revista e as filhas, tendo Stephen como um peso adicional em sua vida. Não via a hora de entrar com o pedido de divórcio, mas jamais faria nada tão simples. Apesar de saber que nunca seria derrotada nos tribunais, sentia um prazer incontestável em desmoralizá-lo. E era exatamente isso que explicava a sua demora. Ele a comparava, sempre que podia, a uma cobra. Sendo assim, ele provaria o veneno dela de forma lenta e dolorosa.
Após dois meses, ela estava em terras francesas. O ar, as pessoas e o luxo estavam invadindo o seu corpo. Era libertador estar longe de sua rotina e do caos. E sim, estava ansiosa para ver Andrea. Sentir o cheiro, as mãos, a boca, o gemido e o sorriso trêmulo no pescoço enquanto estivessem gozando juntas. Uma relação profissional que já se mostrava agradável e descontraída se transformou em uma convivência incrível e saborosa. Se, antes, Miranda se recusava a fazer sexo em seu casamento, depois daquela noite foi repensado que jamais voltaria aos braços daquele homem. Durante tantos anos de relacionamento, em meio há tantos momentos pragmáticos e enfadonhos, Stephen nunca a fez gozar. E nem ao menos se esforçou para que eles fossem felizes. Com isso, com esses pensamentos repetitivos, ela se pergunta diariamente do porquê de ter aceitado e de se permitir a receber tão pouco. Antes fosse um pouco, na realidade, ela nunca recebeu nada. Talvez por comodidade, cansaço de relacionamentos anteriores e perseguições midiáticas. A exposição involuntária de suas filhas a uma mídia suja e caótica era desgastante e frustrante. A verdade é que, por meio de terapias e autoavaliação, se permitiu descobrir que jamais suportou a companhia de qualquer homem. E, agora, no auge de sua carreira profissional e o seu insucesso pessoal, começou a aceitar que, de fato, eles foram um erro. As suas duas meninas foram os únicos acertos entre tantos erros.
Depois de tantos dias infernais e de participar do maior evento do ano, voltou à França. Suas filhas, suas duas preciosidades, estavam com a avó paterna. Com isso, Miranda percebeu ser a chance ideal para reviver a noite que a deixou do avesso. Que a fez gozar intensamente nesses dois meses de espera diante de tantas recordações.
Os olhos azuis, cansados da rotina e de todo o trajeto, observavam a paisagem. Ela não fazia uma viagem pessoal há muito tempo, não sozinha e ao volante, mas, ao pensar em sigilo total, estava indo para uma propriedade privada. Uma das suas propriedades. Roy, seu funcionário de confiança, havia montado um plano minucioso para que ela pudesse fazer essa pequena viagem até o recente imóvel. Uma propriedade que somente ela tinha conhecimento, mas que havia sido previamente planejada para ela e suas filhas.
Miranda sorriu ao ver a casa logo à frente e em como tudo havia ficado perfeito. Os últimos ajustes foram feitos nas últimas semanas, a casa estava visivelmente impecável. Ao entrar no local, foi em direção à cozinha e à despensa, estava tudo em perfeito e ótimo estado. Ao planejar essa viagem, refletiu sobre como seria viver com mais autonomia, mesmo que por alguns dias, em poder cozinhar novamente e não ter que lidar com diversos olhares pelos corredores. Para limpar a casa, uma equipe havia sido contratada. Enquanto ela estivesse no local, era proibido que eles estivessem ali. Os funcionários contratados não tinham acesso às informações sobre os proprietários da mansão, o que a ajudava a manter a discrição durante a sua aventura. Ela foi até suíte principal, que estava localizada no último andar. O local era completamente idealizado para ela. O quarto e o escritório pessoal, afastados de tudo, eram provas disso. Até mesmo a área que daria acesso ao terraço estava completamente afastada de seus aposentos. Suspirou ao conferir a cama espaçosa, ao sentir o aroma cítrico que amava, sorriu ao ver o closet amplo. Mordeu os lábios ao se dirigir ao banheiro e apreciar a ampla banheira. Não via a hora de mergulhar ali e sentir o corpo da jovem advogada colado ao seu.
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Secrets
FanfictionAndrea e Miranda decidem guardar e compartilhar segredos no céu da boca. (18+)