13 - Eu e você

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- Não? Você soltou um não pro cara? - pergunta Alessandra enquanto eu secava uma garrafa de whisky.

- Eu não sabia o que fazer, Alessandra. - tomo o restante do líquido no meu colo.

- Ué dizer um sim não era uma opção?

- Eu não sei se isso daria certo, eu sou instável Alessandra, pra que fazer alguém se meter comigo? Nunca daria certo.

- Giovanna, já chega disso, nem todo homem na sua vida vai te bater, ou ser ruim com você. - a mulher desvia o olhar dela. - Vocês estavam praticamente vivendo como namorados.

- Eu sou muito burra, tadinho. - coloca as mãos no cabelo.

- Você falou com ele hoje? - pergunta a amiga.

- Não, claro que não.

- Conversa com ele, e explica pra ele, ele precisa entender o por que você disse não, não deixe ele pensar que você não quer ele, fale dos seus bloqueios, seja clara, converse com ele, sobre os sentimentos dele, e se depois disso você ainda achar que não dá pra assumir o risco, suma da vida dele.

A mulher se jogou no sofá com as mãos no rosto, completamente arrependida de sua impulsividade da noite passada.

Depois que Alessandra foi embora, a mulher secou metade de uma garrafa de vinho e dormiu no sofá.

Acordou cedo no outro dia, com a cabeça doendo, tomou banho e se viu obrigada a beber uma xícara de café pra ver se conseguia trabalhar com toda essa ressaca.

Se vestiu e foi para o hospital, a manhã tinha sido terrível, a emergência lotada, crianças com viroses, não sentou um segundo para descansar.

- Vamos almoçar? - chama Cristiane.

- Não estou com fome. - responder.

- Tá maluca, não comeu nada ainda.

- Eu preciso ir em um lugar, prometo comer alguma coisa por lá. - falou fazendo a amiga franzir o cenho.

- Tu vai a onde? - pergunta.

- Vou no Alexandre.

- Amém amor, tomou juízo. - elas riem e Giovanna vai em direção a saída depois de pegar suas coisas.

A mulher entrou no carro e seguiu até o escritório. Com certeza estava arrependida da impulsividade que teve. Acontece que a mulher traumatizada em relacionamentos passados tendem a se auto sabotar, elas sempre acham que não merecem algo ou que esse algo nunca daria certo. Na sua cabeça, uma hora vai dar errado.

Mas a verdade é que Giovanna gostava do Alexandre, ela queria ele, mas ela achava que não merecia. Ele é muito bom com ela, na cabeça dela esse "muito" bom não duraria muito tempo.

Quando chegou no escritório, entrou ainda um pouco tímida, nunca tinha ido ali, foi até uma moça loira que estava parada em um balcão.

- Licença. - chamou a atenção dela.

- Boa tarde, o que deseja? - pergunta simpática.

- Você sabe me dizer em qual andar é o escritório do Alexandre Nero? - pergunta.

- A.. sim , claro, é no oitavo andar, a única sala lá é a dele. - responde a mulher.

- Certo, obrigada. - dá um sorriso para a mulher e vai em direção ao elevador.

Chegou no andar e encontrou algumas pessoas engravatadas andando de um lado para o outro, viu de longe uma mulher ruiva, parecia ser a secretária, foi até ela.

- Oi, licença. - falou.

- Sim?

- O doutor Alexandre está? - perguntou.

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