Os Gêmeos Carter ~ George Weasley

Natal pt 2

Roubei um pote da cozinha sem minha mãe ver, para poder dividir a poção e ir para a cidade com a desculpa que era para comprar comida de coruja.

Ainda estava de manhã, e como não tinha nevado quase nada dava pra ir andando. Fiquei o caminho todo pensando eu como falar igual ao Jackson, nunca reparei muito em como ele age, não deve ser muito diferente, somos gêmeos né.

Jackson me esperava na entrada da cidade, parecendo um criminoso olhando para os lados, sentado no chão e escondendo o rosto.

-Está vendendo drogas? Parece.

-Se meu pai me ver aqui vai suspeitar de algo. –Ele se levantou.

-Qualquer um que te ver assim vai suspeitar de você.

-Vamos logo com isso Lizzie.

Colocamos um pouco de cabelo em cada pote e respiramos fundo, não daria mais para mudar de ideia, até porque como explicaríamos para Fred e George que não usamos?

Entramos um pouco na floresta, para ninguém da cidade poder nos ver, nada suspeito.
-Nossa, quando foi a última vez que trocamos de roupa juntos? Isso é estranho. –Ele estava atrás de uma árvore e eu de outra.

-Você nem está me vendo, anda joga suas roupas pra mim. –Disse jogando meu vestido pra ele.

-Tá apertado. –Reclamou

-Já já vai servir.

***

Respiramos fundo segurando os potes.

-Não bebe tudo, tem o suficiente pra durar caso precise.

Bebemos, e tinha um gosto horrível, não sei nem como descrever, para mim a morte deve ter esse gosto.

-Nossa, é estranho, parece um espelho –Ele estava me encarando estranho. –Como vamos tomar banho? Ou ir ao banheiro? –Acho que ele só pensou nisso agora, parecia assustado.

-Segura, não bebe nada hoje, mas se não der pra segurar faz sem olhar.

-Tá bom, o que eu preciso saber irmãzinha? –Ele perguntou ajeitando o vestido.

-Chamo a nossa mãe de mamãe, durmo as dez, ajudo a mamãe na cozinha e nós brincamos muito uma com a outra, e ela é extremamente sensível.

-Bom eu e nosso pai brincamos bastante também, mas ele trabalha quase o dia todo, nos vemos mais na hora do jantar, chamo ele de pai mesmo, é isso.

Saímos da floresta como se nada tivesse acontecido.

***

Hesitei na entrada da casa do meu pai, não posso mais voltar atrás, vamos lá, coragem Elisabeth.

-Eai garoto, estava onde?

Quais as chances? Papai estava em casa, e com uma roupa de quem não pretendia sair, eu vim pra ver ele, eu sei, mas eu não esperava ver ele, pelo menos não agora.

-Por aí. -Respondi, levantando uma sobrancelha.

Ele me olhou estranho, fiz cagada.

-Você fica cada dia mais estranho -Ele ainda me olhava estranho. -É essa escola, enfim, vamos pegar lenha comigo.

Ele me puxou, não me dando chance de negar, adentramos a floresta, que me fez lembrar de Hogwarts, e das besteiras que aqueles garotos fazem, e nos obrigam a fazer também.

Meu pai fazia piadas sem graça pelo caminho, piadas que eu nunca imaginei que um dia veria saindo da boca dele.

Eu ri de todas.