𝘶𝘯𝘪𝘤𝘶𝘴.

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- O pintor

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- O pintor. A música. A multidão. - Cami disse com um sorriso no rosto enquanto Klaus caminhava em sua direção. - Esta é a noite em que nos conhecemos. Você se lembra de cada detalhe.

E ele o fez, com mais clareza do que poderia explicar a Camille. Ele não se lembrava apenas das imagens e dos sons daquela noite, ou da febre com que o artista passava o pincel na tela. Ele se lembrou dos aromas que o rodeavam, lembrou-se de como o ar vibrava com antecipação.

Klaus se lembrou de como se sentiu perdido e sozinho.

Sua aventura em Nova Orleans foi com a intenção de derramar sangue e, em vez disso, ele se deparou com uma revelação que o abalou profundamente. De repente, ele estava olhando para um caminho do desconhecido, algo que não havia planejado nem previsto. Algo que estava fora de seu controle. E ele desprezava isso - projetando sua raiva em Marcel, que conseguira assumir o controle de sua vida com tamanha facilidade.

Ele havia jurado há séculos, muito depois de os espancamentos de Mikael terem cessado, que nunca saberia como era sentir-se impotente novamente. E ainda assim ali estava ele, com uma possibilidade de ter algo a perder, sendo usado como meio para manipulá-lo.

Klaus se lembrava de ter observado o pintor se perder em seu trabalho, como ele costumava fazer quando buscava clareza e alívio. Ele nunca se sentiu mais no controle do que quando tinha um pincel na mão, onde cada pincelada na tela era deliberada e com um propósito. Algo no modo como a mão do pintor se movia pela tela, como se ele estivesse tentando sangrar sua própria alma na pintura, parecia familiar para Klaus, e ele se perguntou de quais horrores o homem estava pintando para escapar.

Foi nesse momento, rodeado de música, arte, cultura e sentindo uma sensação de paz, que ele a viu. Parada no meio da multidão - observando o pintor com admiração, seu rosto se contraind9 em concentração. A bartender do Rousseau's. Se ela estava viva, significava que Marcel a considerava corajosa. Isso, e o contínuo olhar de admiração dela pelo trabalho do artista, despertaram o interesse de Klaus o suficiente para que ele se encontrasse andando até ela.

- Devo ter causado uma boa impressão. - Camille disse, dissipando-o de seus pensamentos saudosistas.

- Você sabe muito bem que causou. - ele respondeu.

Porque quando falou com Camille naquela noite, quando ela foi capaz de explorar cada um de seus medos e inseguranças sem nem saber disso, Klaus teve respostas que sequer sabia que procurava.

Como poderia explicar a ela que esse encontro casual lhe dera o que ele precisava para aceitar que seria pai? Como ele poderia fornecer-lhe os meios para compreender que com a ajuda de suas palavras ele aceitou sua filha, sua maior benção?

- Conversamos sobre o artista querer controlar seus demônios. Você acha que ele o fez? - Cami virou-se para ele, questionando-o.

Klaus pensou sobre isso por um momento. Pensou em todos os demônios que atormentaram sua mente durante as centenas de anos em que esteve vivo. Demônios que ele lutava contra todos os dias, mas que ainda permaneciam logo abaixo da superfície.

𝙄𝙈𝙈𝙊𝙍𝙏𝘼𝙇' 𝗞𝗹𝗮𝗺𝗶𝗹𝗹𝗲 Onde histórias criam vida. Descubra agora