capítulo - 001

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Eu me viro para encarar o rosto de meu pai que arqueou a sobrancelha em sinal de reprovação dizendo um "não" mas não podia evitar isso já estava ficando fora de controle, eu abro a porta do carro e saio correndo como sempre mais uma vez fugindo da responsabilidade posso ouvir meu pai me chamando enquanto corro com a chuva molhando o vestido rosa que usava, com o insuportável exagero de glitter particularmente eu gosto de tudo isso, até posso estar sendo injusta com os outros fugindo dessa maneira mas é a única coisa divertida que posso fazer, fugir e correr até me acharem.

Os meus seguranças correm em minha direção enquanto eu escuto o barulho do meu salto nas poças, passando por várias lojas tocando algumas músicas populares, eu olho para trás mas sem perceber esbarro em alguém que me segura para não cair. Eu o olho um pouco atordoada quem seria aquele, era um homem alto vestindo um sobretudo preto assim como sua calça, gravata e camisa social branca ele parecia sério, provavelmente tinha a minha idade mas com olhos tão frios e melancólicos ele me encarou e eu pude viajar naqueles olhos castanhos avermelhados por alguns segundos quando ele abre a boca

- olha por onde anda _ eu desço o meu olhar até seus braços e fico perplexa, seus braços estavam enfaixados até o pulso e olhando melhor seu pescoço também, que machucados ele tinha para ficar assim..

- ei! Mas foi você que esbarrou em mim! _ ele me solta e me olha de cima a baixo

- ah sério? Então eu deveria me desculpar não é? _ ele diz em um tom de tanto faz e eu o observo em silêncio, e ele continua andando, eu me sinto um pouco patética - mas que filha d-

- senhorita Kinju! _ eu lembro que estava fugindo e percebo que agora estou realmente encrencada, o cara misterioso me olha de canto de longe com um celular no ouvido - quem era aquele doido..

Quebra de tempo

- no que você estava pensando?! _ eu fecho os olhos com o berro que minha mãe deu, ficando quieta prestando atenção em suas palavras - você podia se machucar! _ eu a olhava quieta ainda enquanto meu pai folheava o maldito jornal, é sempre assim, ele nunca presta atenção em sua filha e finge ser a merda de um pai presente e minha mãe acha que qualquer coisa poderia me quebrar

- me desculpe.. _ eu olho de relance para meu pai que continua no jornal, mais uma vez eu tentei desobedecer suas ordens para que uma única vez ele me desse uma bronca ou algo assim mas nada, só uma vez que ele olhasse para minhas ações, eu me levanto e quando estou prestes a sair ele fecha o jornal

- eu e sua mãe somos ocupados e não temos tempo para suas criancices

eu abro a porta - certo.. _ eu continuo andando até passar pelos funcionários e seguranças - Olá, senhorita Kinju _ sinto alguém passar o braço pelos meus ombros, o cheiro de perfume masculino se alastra no ar, me sentindo desconfortável tento afastar meu rosto mas ele me olha com um sorriso - Bom dia senhor Kim eu falo em um tom forçado

aquele era o senhor Kim, o empresário do meu pai 8 anos mais velho que eu, particularmente nunca gostei da forma que ele tem uma certa mania de se aproximar demais sem o meu consentimento, mas da última vez que avisei meu pai ele não fez nada e minha mãe achou que esse é o "jeitinho" dele, no final eu só tento não me aproximar, eu me afasto dele e pego o meu celular - tenho que ir _ dou um sorriso forçado e saio

vejo minha empregada pessoal me esperando e o meu motorista ao lado dela na frente do carro - vamos _ por um segundo achei que teria paz e sossego até ver alguns carros com prováveis seguranças me escoltando até a mansão - não acredito, porque isso?

Nana a minha empregada me olha como sempre meio preocupada e medrosa - ah senhorita, pelo que eu soube seus pais só querem te proteger de criminosos _ ela dá um sorriso tranquilizador e eu a olho confusa - mas eu não preciso de proteção, minha família tem seus poderes e eu também! Isso é loucura eles não me deixam nem respirar não sou feita de plástico, eles estão até me proibindo de ir a uma escola e sair com meus amigos.. eu não tenho vida, só fico mofando naquele quarto _ Nana fica em silêncio me olhando com a expressão de preocupação de sempre

- pelo menos eu tenho você e o Arlo(meu mordomo).. _ falo um pouco para amenizar o ar e ela sorri

Antes de virarmos a rua uma chuva forte começa a cair e ouço Nana suspirar de inquietação, o caminho fica embaciado, os carros ligam os farois e o para-brisa. O silêncio consome tudo até as gotas da chuva caírem e todos os seguranças sairem dos carros com guarda-chuvas vindo até mim

À medida que a chuva fica ainda pior tento sem sucesso pregar meus olhos para descansar entretanto os diversos barulhos não me deixam - droga.. _ eu pego no sono depois de algumas horas

eu vejo uma pequena biblioteca, a poeira aparece nas luzes de lindas lanternas decoradas eu continuo andando pelo chão de madeira e ouço uma música baixa, não entendo nada, ela vem de uma porta com uma luz amarelada, andando pela biblioteca chego até a maçaneta e quando a toco os livros começam a cair atrás de mim e a porta se fecha com tudo, desesperada eu tento abri-la mas sou puxada para o outro lado da sala com um grito posso ver um espelho do outro lado que estou sendo puxada desse jeito vou me machucar

- aaaah _ grito até abrir meus olhos e acordar em meu quarto - mas que merda foi aquela!

sinto uma presença perto de mim e paro - então a princesinha acordou _ olho lentamente para a janela - quem é você?!

um rosto um pouco familiar me dá um sorriso amigável - ah, você não precisa saber disso agora _ ele coloca as mãos nos bolsos e dá a volta na minha cama parando do meu lado, eu me afasto e sem prestar atenção caio no chão mas logo sinto uma tontura quando me levanto eu olho aquela figura familiar sumindo aos poucos - o que você fez comig.. _ a garota cai novamente acompanhada do barulho de tiros lá fora e o rosto sério do homem que acabará de droga-lá

3 horas depois

Eu acordo com um susto esperando que tudo tenha sido um sonho mas percebo que estou acorrentada em um lugar escuro, ouço passos - você dorme demais sabia disso? _ minha cabeça ainda está girando quando paro para olhar para ele, agora me lembro - você! Estava me perseguindo por acaso? _ - aquilo? por coincidência te encontrei alguns minutos antes de ter recebido a ordem de te sequestrar, seria um sinal? _ ele continua imóvel me olhando com aqueles olhos que agora eram assustadores e mais escuros com um sorriso manipulador mas logo fica sério

- quem são vocês? o que vocês querem comigo? O que vocês fizeram com meus criados? _ ele me encara - não precisa gritar.. além disso sua voz é irritante _

Os olhos deles me dão arrepios eu tento me soltar das correntes me perguntando o porque dos meus poderes não estarem funcionando ele se aproxima de mim - seu pai resolveu mexer com quem não devia então em troca te pegamos emprestada, pelo que vi ele não vai sentir falta _ ele faz aquela expressão despreocupada novamente, é irritante ele fica assim e do nada o olhar dele muda como se estivesse prestes a me matar - do que é que você está falando? _

- bom.. seu pai só está aonde está por causa da máfia do porto _ surpresa e confusa o encaro - máfia? ele nunca.. _

eu forço as correntes e o empurro - mas do que é que você está falando? Meu pai nunca se envolveria com criminosos! _ ele move rapidamente a mão até minha nuca e se aproxima - mesmo que seja.. difícil de acreditar seu pai não é um santo _

𝐄𝐓𝐄𝐑𝐍𝐀𝐋 𝐂𝐑𝐈𝐌𝐈𝐍𝐀𝐋 | Dazai Osamu | Dark AgeOnde histórias criam vida. Descubra agora