𝘗𝘰𝘯𝘵𝘰 𝘥𝘦 𝘷𝘪𝘴𝘵𝘢 𝘦𝘮 𝘱𝘳𝘪𝘮𝘦𝘪𝘳𝘰 𝘱𝘦𝘴𝘴𝘰𝘢: 𝘈𝘶𝘳𝘰𝘳𝘢
Meu irmão costumava me chamar de esquizofrênica porque eu via coisas que ninguém mais via, mas depois eu entendi que ele só era comum e eu não.
Veja bem eu não pedi pra ser especial, na verdade é mais como uma praga, eu nem sabia o que ser "especial" significa até que o estrago estava feito.
E foi em um desses dias infortúnios que eu transformei minha professora de química em pólvora.Era o sétimo ano na escola interna St MaryGomery, escola especializada em crianças "problemáticas" como minha mãe dizia, ela nunca gostou muito de mim mesmo e duvido que ela quisesse ver meu rosto durante as férias de verão.
A escola era um pesadelo, professores rígidos demais que te ameaçavam com apagadores caso você saísse da linha (e acredite eles doíam.)Eu conheci um amigo lá o nome dele era Grover. Ele andava de um jeito meio estranho e tinha o costume de enfiar sorrateiramente garrafas plásticas dentro da bolsa.
Ele era legal e sempre esteve lá por mim quando os dias ficavam especialmente insuportáveis. Embora ele tivesse o costume de aparecer do nada nós momentos mais importunos, mas ele me salvava de me afogar no pesadelo que era minha família, ele cuidava de mim e eu cuidava dele.Foi numa excursão a um planetário que minha professora virou pólvora ou melhor, pólvora de luz.
Sra.Smith andava pelo planetário com sua cara de cachorro cansado, enquanto os alunos arrastavam os pés atrás dela, a voz dela dava sono e em mim dava explicitamente uma imensa vontade de morrer.Grover andava do meu lado os olhos quase fechando enquanto ele lutava pra continuar andando.
O coitado não estava tendo dias fáceis, ele me disse que em seu trabalho de meio período (que mesmo com muita insistência ele não me contara o nome) seus superiores estavam exigindo muito dele, então imagino que ter que trabalhar e logo depois ter que ouvir as explicações maçantes da Sra.Smith fariam qualquer um dormir em pé.-Sr. Underwood.- Sra. Smith chamou, com a voz rouca e cansada de sempre. Grover deu um pulo ao meu lado e abriu os olhos mais do que deveria, comecei a temer que eles saltassem pra fora.
-Sim, senhora.- Ele disse, dava pra sentir o pânico na voz dele.
Sra. Smith tinha uma raiva considerável por mim e Grover desde o início, ela cismou que Grover era muito lento, eu era muito burra, ele era esquisito e eu era otimista demais. Enfim qualquer coisa ela odiava na gente, na verdade eu duvido que ela gostasse de qualquer pessoa no mundo.
Foram muitos apagadores atirados em nós para finalmente realizarmos que o problema era ela e não a gente.- Você poderia fazer o favor de explicar para a turma, o que seria uma galáxia elíptica?- Ela sorriu, os dentes tão velhos e cheios de manchas que me faziam duvidar se ela não tinha uns 100 anos de vida.
Grover travou, ele abriu e fechou a boca exatamente seis vezes, olhou pra mim pedindo socorro pelo olhar.- Uma galáxia elíptica, são galáxias de forma elipsoidal, elas são vertentes de galáxias espirais.- Eu tomei a frente de Grover.
Em fato eu não conseguia ler livros, as palavras simplesmente não se formavam na minha cabeça e as letras pareciam mais um sopa do que realmente letras, mas eu sabia que passar duas horas trancada em uma sala ouvindo Sra. Smith falar sobre galáxias serviria para alguma coisa.-Eu não perguntei para você, Srta. Linderberg.- Ela disse virando o corpo alto e magricela pra mim, os olhos pretos e lascivos fumegavam.
- Se me permite, Srta. Linderberg.- Eu não permito, mas que escolha eu tenho? Eu pensei comigo mesma.
- Gostaria que me acompanhassem até o final do planetário para que possamos trocar uma ideia, afinal, alunas brilhantes como você merecem atenção.- Ela não me achava brilhante, na verdade daria pra sentir o sarcasmo sendo cuspido da boca velha dela e cair no chão, queimando os pés de qualquer pessoa como se fosse ácido.Ela deixou os outros alunos com uma estagiária baixinha e esquisita. Olhei pra trás e só tive um último vislumbre de Grover me olhando como se a Sra. Smith quisesse me devorar, e de fato ela queria.
Andamos juntas até a parte de trás do planetário, a cada passo eu sentia o ar pesando e os pelos dos meus braços arrepiarem.
-Agora, Srta. Linderberg, poderia me fazer o favor de dizer o número de telefone da sua mãe?
- Da minha mãe? Pra quê você quer isso?
- Eu perguntei mesmo já sabendo a resposta, ela faria uma reclamação, o motivo? Nem eu sabia.
- Ora querida.- Ela alargou ainda mais o sorriso esquisito dela. - Gostaria de informá-la que a filhinha dela infelizmente faleceu.- Ela riu, o som estridente fez meus ouvidos doerem.Olhei pra cima depois do horror que foi o som que ela soltou.
Mas o que eu vi era dez vezes pior que o som.
Seu tamanho tinha triplicado, o cabelo branco e amarrotado dela tinha virada chamas que pairavam agitadamente no couro cabeludo. Mas o pior eram as asas e os dentes, asas grandes e negras como a de um morcego elas arrastavam no chão e se debatiam feito loucas, os dentes afiados e encardidos praticamente saltavam pra fora da boca torcida em um sorriso macabro.
Eu tava muito ferrada.Eu olhei em volta, não era possível que ninguém mais estivesse vendo aquilo. Na outra extremidade da sala tinha garota olhando atentamente a uma maquete do espaço, parecia totalmente aleia, tentei chamar por ela mas de nada adiantou.
-Garora tola, não acredito que Quiron mandou um protetor para um serzinho insignificante igual a você.- Ela disse, a voz se tornará muito grave.
-Protetor? Eu não tenho protetor.- Ela riu e antes que eu pudesse fazer algo ela avançou pra cima.
A última coisa que me lembro foi te ter olhado fixamente para o rosto escamoso dela e sentir meu olhos ardendo e no segundo seguinte ela e todo o resto da sala (incluindo a garota) estava em chamas.Vi Sra. Smith se esse é mesmo o nome dela, virar cinzas como se fosse pólvora, mas uma pólvora brilhante que reluzia como fogo e luz, ela sumiu em meio a ela.
O planetário estava em chamas, a garota, antes observando a maquete tinha queimaduras horríveis pelo corpo.
- Você.. Você me queimou.- Ela chorou, mas eu não tinha feito nada nem cheguei perto dela.
-Eu...- Fui interrompida por passos altos e olhei pra trás e lá estava Grover com o rosto em choque enquanto me olhava de cima abaixo.
-Grover você viu né? Eu não ateei fogo aqui.- Ele me olhou incrédulo.
-Acho que você deveria se preocupar em explicar isso pra mim.- Uma voz masculina e pesada veio do outro corredor, era o diretor e pelo rosto dele ele não acreditava muito em mim.E mais uma vez eu estava muito ferrada.
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𝗕𝗲𝘁𝘄𝗲𝗲𝗻 𝘀𝘂𝗻𝘀𝗵𝗶𝗻𝗲𝘀 𝗮𝗻𝗱 𝘄𝗮𝗿, ᴄʟᴀʀɪssᴇ ʟᴀ ʀᴜᴇ
FanfictionO que aconteceria se uma filha de Ares se apaixonasse por uma filha de Apollo? Aurora é nova no acampamento meio sangue, vindo de uma família descontrolada tudo que ela mais quer é paz, coisa que definitivamente não vai ter sendo uma meio sangue. C...