Uma Jovem Garota

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- Eu bruxa? Eu na fogueira?? Não, não, isso não pode estar acontecendo!

Coloco as mãos na cabeça e dou um grito, histérica.

- Senhorita Lindsey, por favor, se acalme. Eu sei que é um choque, mas você precisa agir rápido. O conselho da cidade já está a caminho para prendê-la e levá-la para a fogueira.

- Mas isso é um absurdo! Eu não sou uma bruxa, eu não matei ninguém! Foi tudo uma coincidência terrível!

Você quer saber como eu cheguei nessa situação? Meu nome é Lindsey, eu sou a infame Viúva Negra. Mas deixe-me começar do início...

Eu era apenas uma jovem de 15 anos quando a vida decidiu brincar comigo. Deixa eu contar para você:

Eu me lembro bem do dia em que conheci o meu primeiro marido, Almeida. Era uma tarde ensolarada de primavera, e eu estava na varanda da casa da minha tia Marie, costurando uma roupa minha que havia se rasgado. Eu ouvi um barulho se aproximando, e vi um homem descer de um landau. Ele bateu na porta, minha tia abriu e ele falou:

- Boa tarde, senhora. Sou Almeida, um comerciante de especiarias. Vim fazer negócios aqui e estou procurando uma hospedagem na cidade. A senhora teria um quarto disponível?

- Boa tarde, senhor Almeida. Sou Marie, a dona desta casa. Tenho um quarto disponível, sim, e por um preço justo. O senhor pode entrar e se acomodar.

Ele agradeceu e entrou na casa. Eu saí do quarto e fui para o corredor, onde dava para ver, sem ser notada, a sala onde eles estavam. Eu pude ver que ele tinha cabelos grisalhos e uma barba por fazer. Também notei que ele usava roupas caras e carregava uma mala aparentemente pesada.

A minha tia era uma viúva sem filhos que me criou desde que os meus pais morreram em um incêndio quando eu tinha cinco anos. Ela era uma mulher ambiciosa e interesseira, que sempre procurava tirar vantagem das situações. Ela avistou no comerciante uma oportunidade de melhorar a sua vida e a minha. Sabendo que ele era rico e influente, ele poderia nos proporcionar um futuro melhor. Quando eles terminaram de acertar o preço do quarto, ela me chamou para ir até lá:

- Lindsey! Venha aqui, temos um convidado!

- Estou indo!

Desci e ela me apresentou a ele:

- Senhor Almeida, esta é a minha sobrinha Lindsey. Ela é órfã desde pequena, e eu cuido dela como se fosse minha filha. Ela é uma moça linda, inteligente e bondosa. Seria uma esposa perfeita para o senhor, não acha?

Após dizer isso, ela riu para demonstrar que estava brincando, mesmo que estivesse deliberadamente me oferecendo para ele. E, de leve, me empurrou para perto dele.

- Prazer em conhecê-la, senhorita Lindsey. Você é realmente muito bonita e encantadora.

- O prazer é meu, senhor Almeida.

- Bom, eu acredito que o senhor deve estar cansado da viagem, não é mesmo senhor Almeida?

- Realmente a viagem foi exaustiva.

- Portanto, não impediremos o senhor de descansar! Há um banheiro situado no primeiro lance de escadas, na segunda porta do lado esquerdo do corredor. Se for muito complicado posso levar o senhor até lá.

- Não é necessário. Muito obrigado!

- O quarto dos hóspedes é um cômodo antes do banheiro.

- Certo. Boa tarde para as duas.

Depois de ele ir tomar banho, minha tia falou para mim:

- Lindsey, você não tem nenhum dote, mas isso não importa, ele é rico o suficiente para nos sustentar.

Srta. PirataOnde histórias criam vida. Descubra agora