capítulo 5 da 1 parte ✫

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Hasegawa Nakamura, 1983
Tokyo, Japão.

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Os papéis são arremessados de um lado para o outro pelo Tanaka, tendo o objetivo de jogar no Nakamura que está concentrado olhando o Vitor lendo o seu livro. Quando Nakamura para de ficar olhando o Vitor ele sente uma bolinha de papel sendo arremessado nele fazendo com que ele olhe para o dono dessa bola de papel, vendo o mesmo o encarando com um sorriso idiota em seu rosto.

— Ops, foi sem querer. - diz com o maior cinismo em sua voz

—  Aham, com certeza foi sem querer - Nakamura o responde com ironia.

— O que você quis dizer com isso, em seu viado nojento?

— Nossa como se me chamar de "viado" fosse me afetar, eu sou realmente um  e falo isso com o maior orgulho, imbecil. - Quando ele faz questão de se virar para sair de perto do Tanaka, o mesmo o pega pelo braço o empurrando em direção à parede firmando fixamente as mãos do Nakamura no concreto branco.

— Quem você é para falar nesse tom comigo, seu filho da puta.

Ao escutar essa última frase, Nakamura empurra o Tanaka fazendo-o cair no chão, Nakamura então se aproxima do garoto que está caindo no chão o pegando pelo colarinho da camisa, fazendo os seus olhos se encontrarem.

— Você pode me ofender a vontade mas meça as suas palavras para falar da minha mãe seu idiota, você ainda não me viu com raiva seu filho da puta idiota. - Nakamura faz questão de dá um tapa na cara do Tanaka, até ele sentir uma mão o segurando firmemente, o mesmo então se vira até esconde-se o Vitor o olhando.

— Haru, não faça isso. Você vai se encrencar, não esqueça que ele é filho da professora e neto da diretora, ela pode te expulsar daqui. Deixa o Tanaka ai, e venha se sentar na cadeira, por favor.
— a, certo. - Ele solta o tanaka e sai de perto do mesmo, decidindo então escutar o Vitor e ir para o seu lugar e sentar, até chegar o horário da aula.

Cinco segundos depois, a raiva do Nakamura se esvai e logo em seguida a vergonha toma conta dele, pois acabou de mostrar um lado ruim para o Vitor. Então, ele decide segurar a mão do Vitor, fazendo com que este o olhe curioso, querendo saber o que Nakamura deseja.

— Que houve?

— Me desculpe, não queria que você tivesse visto esse meu lado ruim, desculpa. — diz segurando as duas mãos do mais baixo que então balança a cabeça em negação.

— Não precisa se desculpar, eu também estava com muita vontade de dar uns tapas no Tanaka, ele bem que merece. Só pedi para você não bater nele porque senão você se daria mal, e eu não quero isso. Ele é neto da diretora e filho da professora, elas provavelmente iriam querer te expulsar.

— Mesmo assim, desculpa.

— Para de pedir desculpas, tá? Tive uma ideia: eu vou te perdoar se você parar de me pedir desculpas. Você não fez nada de errado, o Tanaka é o culpado. Na verdade, ele sempre é o culpado. Eu não sei como meu irmão é amigo dele.

— Eu também não entendo..... Mas enfim, não vamos falar sobre isso, quero saber mais sobre você, Vi.

Nakamura concorda com Vitor e, assim que ele faz a pergunta, solta as mãos dele e segue em direção à sua cadeira, sentando-se logo em seguida. Ele pega um cigarro na mochila, junto com um isqueiro, e o acende imediatamente. Colocando o cigarro na boca para tentar esconder o nervosismo, Nakamura lembra-se de que está na sala, retira o cigarro da boca e o joga no chão, pisando em seguida. Após isso, ele pega o cigarro do chão e joga a sujeira na mochila

Vitor observa atentamente o que Nakamura está fazendo até perceber que faltam apenas 2 minutos para o professor entrar na sala. Ele decide se levantar e ir para o seu lugar, ansioso para o início da aula.

— Eu?? Eu não tenho nada de interessante sobre mim para você saber, sou só assim, sem graça.

— Por que você se acha sem graça, Vi? Para mim, você é completamente interessante só por existir e — Ele não consegue terminar a frase, pois sente suas bochechas queimarem de vergonha, desviando o olhar de Vitor, que o observa em estado de choque, pois ninguém nunca dissera algo tão lindo assim para ele.

— Você realmente acha isso de mim??

— Eu não acho, eu tenho certeza. — diz por fim, segurando as mãos macias e delicadas do Vitor.
Após essa breve conversa, eles permaneceram em silêncio. Não era um silêncio constrangedor, mas sim amigável. Ambos não sabiam o que dizer, como se as palavras tivessem sido arrancadas de suas bocas. O silêncio é quebrado quando a professora entra na sala e inicia a aula.

Nakamura não consegue se concentrar completamente na aula; parte de seus pensamentos está voltada para a conversa que acabara de ter com Vitor. Ele se sente extremamente tímido e não compreende o motivo de ter dito essas coisas.

"Nakamura, a aula acabou" — Uma voz vinda de algum lugar tira Nakamura de seus devaneios, fazendo com que ele volte a atenção ao seu redor ao ouvir Vitor o chamar, indicando o fim das aulas.

— Ah, oi, desculpe, estava distraído. - faz uma pausa até se lembrar de algo que queria fazer há tempos. — Ei! Eu.... É.... Eu quero saber se você quer ir à locadora esta tarde. — diz rapidamente, sem respirar no processo.

— Claro! — Vitor responde animado e surpreso por essa pergunta vinda do garoto à sua frente com uma expressão ansiosa. — É claro que eu quero ir, Naka, eu quero *muito* mesmo.

— Certo, então passo para te pegar às 17:00... Não, isso é uma péssima ideia.
— Eu não acho, adoraria que você me buscasse. Às 17:00 está ótimo. Te espero lá e não se atrase. — Por alguma força estranha, Vitor deixa um beijo na bochecha de Nakamura, fazendo os dois corarem ao mesmo tempo."

Vitor se despede de Nakamura e sai correndo, deixando Nakamura parado, tocando o local onde Vitor o beijou.

Depois de alguns segundos atordoado, Nakamura desperta de seus pensamentos e sai correndo da sala em busca de Itachi. Ele o encontra sentado em uma cadeira em frente a uma mesa de madeira.

— Eu fiz a maior loucura da minha vida.

— Oi Haru, como está? Eu estou bem, obrigado por perguntar - diz Itachi com um tom de ironia em sua voz.

— Foi mal aí, é que se eu não falar vou surtar. E olha, eu já tô surtando, mas enfim... Eu, eu chamei o Vitor para um encontro e ele disse sim... ELE DISSE SIM! — diz a última frase em um tom alto e animado, fazendo algumas pessoas olharem com cara de julgamento.

— Cara, você é realmente um maluco, seu idiota. Você esqueceu quem ele é, irmão? Já foi uma idiotice você ter se tornado amigo do Vitor e agora isso? Você é realmente um idiota, com todo respeito.

— Eu sei que ele é irmão do Kazuaki, mas tipo... Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Eu vou sair com o Vitor e não com o Kazuaki. E maluco é você. — diz com os olhos cerrados.

— Calma, calma, eu só fiz um simples comentário... Mas não diga que eu não te avisei. Vamos embora? Tô cansado. — diz levantando da cadeira.

— Tá bom, vamos! - diz por fim logo em seguida caminhando em direção à saída, muito ansioso para o seu "encontro" com Vitor.

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Olá pessoas! Tudo bem com vocês?? Me desculpem a demora de postar capítulo novo esses tempos eu estava sem coragem/vontade de escrever nada. Me desculpa pela demora.

Aproveitem o capítulo, beijos e até a próxima. 💗💗

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⏰ Última atualização: Mar 16 ⏰

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