JIKOOK- HIATOS
Aqueles corredores já não eram os mesmos, nem quem caminhava por eles.
Park Jimin voltou para sua cidade natal depois de dois anos, a cidade pequena um pouco distante da capital, Seul, era seu lar. Quando seus pais tiveram que se mud...
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Yangchon é uma bela cidade fica longe da sociedade urbana de Seul e, consequentemente, longe dos seus males, é tão longe quanto algo pode ser, atrás das plantações infinitas, um pouco distante das montanhas e, finalmente, Yangchon.
"-Cidade pequena é uma lástima -" foi o primeiro pensamento que nasceu naquela cabeça de madeixas vermelhas. Olhando para fora da janela do carro com um olhar entediado e um biquinho emburrado nos lábios, cobertos por um gloss de cereja, tudo passava rápido demais. A paisagem de uma plantação sem fim era o único cenário a horas, sem prédios altos, sem um trânsito lotado, ou barulho de buzinas e pessoas falando. Aquilo era bem diferente do que o avermelhado estava acostumado chegava até ser entediante. Dos lábios que carregavam uma fina camada de gloss, saiu um suspiro longo. O menino jogou a cabeça para trás e suspirou alto novamente. Aquilo era uma típica birra de Jimin, tentando chamar a atenção dos pais que estavam nos bancos da frente.
O homem de quarenta anos, de pele clara e corte de cabelo tradicional, observou o filho pelo retrovisor, vendo o avermelhado com a cabeça jogada para trás, possivelmente entediado por estarem a horas no carro. Não sabendo muito o que fazer, o progenitor cutucou a esposa sentada ao lado. A mulher de cabelos marrons longos tinha um dos pés escorado no porta-luvas. Um esmalte da cor rosa choque era passado por cima da unha de seu dedão, no momento em que o marido a cutucou, fazendo que seu esmalte borrasse, pintando um longo risco rosa por cima da sua pele. A esposa tentou manter a calma, respirou fundo e olhou para o marido com os lábios crispados e um olhar ameaçador, olhar característico dos Park. Sorrindo sem jeito pela clara ameaça nos olhos flamejantes da amada, o homem balançou a cabeça em direção ao filho, tentando mostrar discretamente a situação. A outra levantou a sobrancelha e seguiu o gesto, vendo ali o baixinho suspirar e soltar um murmúrio sem coerência. Ao entender a situação, a mãe dedicada resolveu agir.
-Está ansioso, Mine?- perguntou a progenitora, olhando para trás.
"Ansioso..." aquela palavra flutuou na tela de sua mente repetidas vezes, antes de tomar forma como um questionamento a si próprio. "-Por que eu estaria ansioso?-" Mas como uma flecha que atinge o alvo rapidamente, a resposta clareou seus pensamentos. "-Estou voltando para Yangchon.-" Ele estava voltando, não só para a sua cidade natal, mas também para seu antigo ciclo social, o qual nem sabia mais se existia. Voltando para sua antiga casa, antiga rua, antiga vida... mas ele não era mais o antigo Jimin. Como tudo seria? Agora longe de seus amigos e da cidade grande que tanto tinha se adaptado.
Até aquele momento, o adolescente de fios vermelhos não tinha encarado a situação na qual se encontrava, entre caixas de mudança e a vida escolar corrida. Não teve tempo para pensar que estava voltando para sua cidade natal; e esses exatos minutos foram os únicos desde o dia da notícia da mudança no qual Park Jimin percebeu que bem... estava deixando seu apartamento em Seul, na cidade grande, e voltando para o fim do mundo que era Yangchon.
